DEZ ANOS DE MODERNIZAÇÃO

 


Nestes últimos anos tivemos o privilégio de assistir e digamos, de alguma maneira, participar da modernização da agricultura irrigada do oeste paulista.
Já se foi o tempo em se irrigava basicamente feijão em nossa região. Hoje também se irriga de pastagens à banana, passando pelo café, cana, citros, coco, goiaba, milho, melão, pupunha, soja e uva, entre outros. Assistimos a ousadia do agricultor que apostou no mangostão e no primeiro sistema de irrigação por microaspersão totalmente automatizado do oeste paulista.
Nestes dez anos, vimos no oeste paulista a desconfiança dos agricultores em relação à irrigação localizada e dos altos preços dos equipamentos se transformarem em eficientes e acessíveis meios de se alcançarem altas produtividades e proporcionar lucros adicionais aos irrigantes.
Os citricultores que eram céticos em relação a irrigar seus pomares ou faziam uma irrigação “de salvação” a base de gastos excessivos de água e energia de seus auto-propelidos, hoje apostam na irrigação localizada e incorporam palavras como fertirrigação e evapotranspiração aos seus equipamentos e garantem a expansão dos seus negócios.
Inimaginável a dez anos atrás, a adubação das pastagens na região é eficientemente complementada pela irrigação e já se pode ter em média mais de 7 UA por hectare por ano, sem falar do abate de novilhos precoces aos 15 meses com 17,5 arrobas. Graças a irrigação! E assistimos agora agropecuaristas fazendo a integração lavoura-pecuária aumentando seus rendimentos com preservação e recuperação dos seus recursos de água e solo.
Em termos gerais, o agronegócio brasileiro cresceu e passou a ocupar lugar de destaque no cenário econômico, sendo assunto freqüente na imprensa. Afinal representa 25% do valor da produção brasileira, 30% das nossas exportações e gera 37% dos empregos.
Somente no Estado de São Paulo, o saldo da balança do agronegócio atingiu US$ 4 bilhões entre janeiro e novembro passado, o que representou um aumento de 26,3% sobre o valor obtido no mesmo período de 2002, representando 33,2% da participação dos valores dos embarques do agronegócio paulista no total das exportações do Estado.
E a agricultura irrigada não fica atrás: com apenas 4,3% da área da agropecuária brasileira responde por 16% da produção e representa 35% do valor da produção. E são só 3,2 milhões de hectares para um potencial para agricultura irrigada de 30 milhões de hectares.
Mas para a agricultura irrigada continuar crescendo e gerando lucros nossos recursos hídricos devem ser preservados e atualmente o maior desafio que se impõe não é mais convencer o agricultor da importância da irrigação para os seus negócios e sim o de usar a água racionalmente e a implantação de projetos de irrigação adequados a cada propriedade levando-se em as características da cultura, do solo e do clima, além da prática do manejo da irrigação torna-se absolutamente necessário, pois é Fonte de Vida! Afinal, com a Água: Sabendo Usar, Não Vai Faltar!


Informe IRRIGATERRA, Ano 1, nº 1, Janeiro de 2004, p. 05



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