INTRODUÇÃO
O cultivo de uva fina de mesa tem sido
uma alternativa de diversificação à atividade agrícola
da região da Nova Alta Paulista contribuindo economicamente para
um novo perfil da região onde há uma década predominava
a cultura do café. Mesmo encontrando condições climáticas
favoráveis, o suprimento de água é essencial à
essa cultura nessa região porque seu ciclo produtivo dá-se
em período seco. Essa prática ainda é feita empiricamente
sem nenhum critério técnico, pois inexistem trabalhos científicos
para a região.
Com o objetivo de auxiliar o produtor
rural na obtenção de frutas com qualidade otimizando a produção
de uva, a UNESP de Ilha Solteira através do ÁREA DE
HIDRÁULICA E IRRIGAÇÃO desenvolve nessa região
um trabalho de manejo de irrigação em uva Itália,
coletando dados climáticos que determinam a quantidade de água
ideal para a cultura, evitando o desperdício de água ou o
déficit da mesma, situações que implicam prejuízo
ao produtor seja na perda de nutrientes por percolação, gastos
desnecessários com energia elétrica, ou na segunda hipótese,
sub-desenvolvimento das plantas e conseqüente perda na produtividade.
LOCALIZAÇÃO
Este experimento está sendo conduzido
no Sítio Santo Antônio, de propriedade do Sr. Célio
Tadashi Kimura, localizado no município de Irapuru, região
chamada de Nova Alta Paulista, Estado de São Paulo, cujas coordenadas
geográficas são 21o 26’ Latitude Sul, 51o 22’ Longitude Oeste
e altitude de 390 metros.
TRATAMENTOS
Até a implantação
do projeto, a irrigação era feita através do sistema
de mangueiras com acúmulo de água em bacias de contenção
e sem nenhum critério técnico de necessidades hídricas
Desde então, a parreira recebe
os diferentes sistemas de irrigação, que constituem os tratamentos,
que são os seguintes:
Tratamento1
- Irrigação por microaspersão (IMA): linha de irrigação
em polietileno de baixa densidade (PELBD) - 16mm, com base dos microaspersores
posicionados no chão e bocal à 0,25 metros da superfície,
marca Carborundum , modelo MS - III bocal branco, vazão de
66 litros/hora, espaçados de 4,5 metros na linha e 5,0 metros na
entre-linha operando à pressão de 2,5 kgf/cm
Tratamento2
- Irrigação por microaspersão invertida.(IMI): linha
de irrigação em PELBED - 16mm, com microaspersores suspensos
(1,5 metros da superfície do solo) marca TIETZE, bocal verde de
vazão de 96 litros/hora, espaçados de 5,0 metros na linha
e 5,5 metros na entre-linha, operando à pressão de 2,5 kgf/cm2.2.
Tratamento3
- Irrigação por gotejamento em sub-superfície (IGS):
linha dupla de irrigação em sub-superfície (0,20 metros
abaixo da superfície do solo) com gotejador "in line" espaçados
em 0,45m, marca Drip In, modelo PC (auto-compensante) em PELBD com vazão
de 2,2 litros/hora, com gotejador, operando à pressão de
3,0 kgf/cm2. A distância do tronco à linha de irrigação
é de 0,5 m (1,0 m entre linhas de irrigação).
Tratamento4
- Irrigação por gotejamento (IGO): linha dupla de irrigação
em PELBD - 16mm, com gotejador auto-compensável "on line", espaçados
de 0,75m , sendo 4 em cada linha lateral (8 por planta), marca Carborundum,
modelo Microgotejador AC, com vazão de 2,1 litros/hora, à
pressão de 2,0kgf/cm2.
A irrigação é feita
através da estimativa da evapotranspiração calculada
pelo Tanque Classe A, sendo que os coeficientes de cultura e toda metodologia
de determinação são descritos por DOORENBOS &
KASSAM (1994). O turno de rega é diário.
Para o monitoramento climático
da região e estimativas mais precisas da evapotranspiração
de referência, a Área de Hidráulica e Irrigação
conta desde agosto/99 com uma estação agrometeorológica
automática equipada com sensores de diferentes naturezas e
capazes de fazer leituras a cada 10 segundos, fazendo com que se
tenha informações confiáveis de qualquer anomalia
climática que eventualmente possa ocorrer. O conhecimento das reais
necessidades de água na cultura da uva permitirá que viticultores
economizem água e nutrientes, através do manejo da irrigação,
resultando em melhores lucratividades e principalmente na preservação
do meio ambiente. |