Neste
último dia 22 de março comemorou-se em todo o planeta
Terra o dia Mundial das Águas, data criada no ano de 1993 pela
Organização das Nações Unidas, com o objetivo
de divulgar a importância da conservação, preservação
e proteção das águas.
Para o Secretário da ONU, Ban Ki-moon, a escassez de água
pode ser física, econômica ou institucional e pode flutuar
no tempo e no espaço. E cerca de 700 milhões de pessoas,
em 43 países sofre de escassez de água, um número
que poderá aumentar para mais de 3 bilhões, até
2015. No Estado de São Paulo, esta semana, o Governador José
Serra corajosamente admitiu. Falando claro: para quase 80% da população
de São Paulo, o abastecimento de água não está
100% garantido o tempo inteiro. E no noroeste paulista a situação
não é das melhores não, uma vez que ausência
de matas ciliares, uso e ocupação do solo em grande parte
sem nenhuma técnica conservacionista e solos arenoso levam à
processos erosivos, que acabam nos mananciais na forma de assoreamento
e perda de qualidade da água.
Também convém alertar que não mais se discute a
indissociabilidade entre práticas conservacionistas, disponibilidade
e qualidade de água e saneamento para que a população
possa ter saúde e desenvolvimento sócio-econômico.
Focada na preservação dos recursos hídricos e percepção
ambiental a Área
de Hidráulica e Irrigação da UNESP
Ilha Solteira, com apoio financeiro do FEHIDRO, FAPESP e FEPISA
vem ampliando seus projetos de ensino, pesquisa e extensão, com
o monitoramento agroambiental
de microbacias hidrográficas no noroeste paulista, tais como
as dos córregos Três Barras, Boi, Coqueiro, Ipê e
Cinturão Verde, respectivamente em Marinópolis, Aparecida
d´Oeste, Jales, São Francisco, Dirce Reis, Palmeira d´Oeste
e Ilha Solteira, além do trabalho já concluido em Regente
Feijó, no córrego Água do Bomba.
Esses mananciais são monitorados mensalmente e avaliados em termos
de qualidade e disponibilidade de água, abrindo caminho para
o desenvolvimento de sistemas de alerta, recuperação e
uso racional da água, possível também devido ao
monitoramento agroclimatológico da região.
Em comum entre estas microbacias está o fato de que todas enfrentam
vários problemas ambientais, como avançado processo de
assoreamento e degradação ambiental, tendo como conseqüências
a redução do volume médio anual de água,
alteração da qualidade de água e diminuição
da oferta hídrica na estação seca, fundamental
para que os irrigantes possam irrigar suas culturas e que em alguns
casos concorrem com o uso para água servida. Pior, esta situação
se repete país a fora, sendo mais regra do que exceção.
A UNESP Ilha Solteira,
através da Área
de Hidráulica e Irrigação, adota a política
de disponibizar em seu Portal todos estes trabalhos e divulgar diariamente
as condições agroclimáticas da região, subsidiando
ações de planejamento ambiental.
Um dos maiores desafios deste século será a utilização
sustentável dos recursos hídricos, renovável, mas
finito, situação que envolve técnica, mas um trabalho
incansável de convencimento, conscientização e
comprometimento, pois se assim não for pensado, enfrentaremos
aqui a pesada realidade de outras regiões, tanto do Brasil, como
do mundo,
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(1)
Fernando
Braz Tangerino Hernandez, Engenheiro Agrônomo, Doutor em Irrigação,
Professor da Área de
Hidráulica e Irrigação da UNESP
Ilha Solteira e Chefe do DEFERS.
www.feis.unesp.br/irrigacao/irrigacao.php
(2) Renato Alberto Momesso
Franco, Biólogo, Mestrando em Sistemas de Produção
na UNESP Ilha Solteira.
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Jornal
da Ilha, Ilha Solteira, Ano XI, Número 1.020, 11 de abril de
2007, p.A7
Diário de Votuporangá, Votuporangá, Ano 52, nº
13.896, 6 de abril de 2007, p.A2
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