IRRIGAÇÃO: TECNOLOGIA E PRODUTIVIDADE
 
 
 

Antônio Alfredo Teixeira Mendes
Irrigaplan - Leme - SP


 
INTRODUÇÃO
As tecnologias recentes de irrigação exercem papel fundamental para o aumento da produtividade agrícola, sendo um dos principais instrumentos para a modernização da agricultura brasileira, permitindo enormes benefícios, tais como: incremento de produtividade da ordem de 200%, proporcionando a redução do custo unitário de produção, utilização do solo durante todo o ano com até 3 (três) culturas/ano, utilização intensiva de máquinas, implementos e mão-de-obra ao longo do ano, proporciona oferta de alimentos e outros produtos agrícolas com regularidade ao longo do ano, diminuindo a sazonalidade, e proporcionando preços mais favoráveis para o produtor rural, incorporação de novas áreas no Cerrado e Semi-árido, viabilizando a implantação de agroindústrias, maior qualidade e padronização dos produtos agrícolas, permitindo a abertura de novos mercados, inclusive no exterior, produção de culturas nobres, elevando a renda do produtor rural, tais como: tomate, fruticultura para exportação, sementes, etc., maior garantia de colheita para o produtor rural pela redução do fator risco, causado por problemas climáticos desfavoráveis, redução da sazonalidade da oferta de empregos por permitir o cultivo durante o ano todo, gerando empregos diretos e indiretos, modernização dos sistemas de produção, estimulando a introdução de novas tecnologias como a quimigação, plantio direto com sementes selecionadas, conservação do solo e da água entre outros, possibilidade de criação de pólos agroindustriais para o aproveitamento dos produtos das áreas irrigadas, produção de sementes de alta qualidade contribuindo para o aumento da produtividade em geral.
O Brasil irriga apenas 2.208.690 hectares, de uma área plantada de 54.961.850 hectares, isto é apenas 4% do total de área plantada, o que demonstra que a irrigação no Brasil tem um potencial imenso de crescimento e de incremento de produção, ainda a ser explorada.
FIGURA 1 - Área plantada e área irrigada no Brasil (em milhares de hectares).
 

 
 


FIGURA 2 - Área cultiva e área irrigada por região (em milhares de hectares).

FIGURA 3 - Vendas de equipamentos pivô central no Brasil.

FIGURA 4 - Vendas de equipamentos de irrigação localizada no Brasil.
QUADRO 1 - Área plantada e irrigada no Brasil por região (1994).
Estados Área em milhares de hectares Irrigada Plantada
por regiões
Plantada
Irrigada
em (%)
Rio Grande do Sul
7.393,10
974,00
13,17
Santa Catarina
3.138,40
118,80
3,78
Paraná
7.745,70
55,00
0,70
Sub Total Sul
18.277,20
1.147,80
6,28
Rio de Janeiro 
345,20
72,00
20,86
Espírito Santo
800,00
39,50
4,94
Minas Gerais
4.450,50
260,02
5,84
São Paulo
6.900,00
450,00
6,52
Sub Total Sudeste
12.495,70
821,52
6,57
Bahia
3.800,00
140,61
3,70
Sergipe
1.041,60
18,04
1,73
Alagoas
585,20
7,50
1,28
Pernambuco
1.419,80
85,00
5,98
Paraíba
1.059,10
0,76
0,07
Rio Grande do Norte
632,40
14,49
2,29
Piauí
1.500,00
18,19
1,21
Maranhão
1.874,80
40,00
2,13
Ceará
2.316,01
77,03
3,32
Sub Total Nordeste
14.228,91
401,62
2,82
Distrito Federal
222,70
9,94
4,46
Goiás
2.662,80
106,50
4,00
Mato Grosso
3.121,80
8,10
0,26
Mato Grosso do Sul
1.738,30
55,60
3,20
Sub Total Centro-Oeste
7.745,60
180,14
2,33
Acre
120,37
0,60
0,50
Amapá
3,48
0,10
2,87
Amazonas
75,88
1,20
1,58
Pará
965,71
6,26
0,65
Rondônia
801,37
0,10
0,01
Roraima
27,23
5,00
18,36
Tocantins
220,40
65,10
29,54
Sub Total Norte
2.214,44
78,36
3,54
Subtotal Brasil
54.961,85
2.629,44
4,78
Brasil (1)
52.007,20
2.940,00
5,65

Fonte: DNEI
Notas: 1. Dados tabulados pela DEE (Divisão De Economia e Estatística da ABIMAQ/SINDIMAQ), a partir de informações das Secretarias de Agricultura dos Estados ou empresas a elas ligadas, coletados em 1994.
2. Alguns dados foram estimados pelas Secretarias, e outros pela DEE, a partir de dados do Anuário Estatístico do IBGE, relativos ao ano de 1992.
3. Alguns dados diziam respeito à área agricultável em lugar de agricultada (plantada), e nem todos se referiam a um mesmo ano, , distribuindo-se entre 1989 e 1994.
4. A área plantada, como vimos , equivale a 52,3 milhões de hectares, estimados outro tanto voltado para o pastoreio (cerca de 200 milhões de cabeças de bovinos, bubalinos, equinos, asininos, muares, ovinos, caprinos).
5. A área total agricultável (lavoura e pastagem) do Brasil equivale a 416 milhões de hectares.

QUADRO 2 - Venda de equipamentos de irrigação (Pivô Central).
Ano 1982 1983 1984 1985 1986 1987 1988 1989 1990 1991 1992 1993 1994 1995 1996 1997
Unidades
119
101
152
231
731
680
392
550
250
520
314
380
500
320
300
400
Fonte: DNEI

QUADRO 3 - Venda de equipamentos de irrigação (localizada).
Ano 1982 1983 1984 1985 1986 1987 1988 1989 1990 1991 1992 1993 1994 1995 1996
Mil hectares
54
65
63
83
93
70
33
37
39
160
111
150
300
350
380
Fonte: DNEI

QUADRO 4 - Evolução da área irrigada no Brasil (em milhares de hectares).
Ano Irrigação por Inundação Irrigação mecanizada Total
1991
950
1650
2600
1992
900
1690
2590
1993
930
1730
2660
1994
1030
1850
2880
1995
1000
1900
2900
1996
980
1940
2920
Fonte: Ministério do Meio Ambiente, dos Recursos Hídricos e da Amazônia Legal ( Diretoria de Recursos Hídricos).

FIGURA 4 - Incremento de produtividade em sistemas de irrigação por pivô central.
QUADRO 5 - Incremento de produtividade por meio do sistema de irrigação por pivô central (kg/ha).
Cultura Não irrigado Irrigado Incremento
Algodão
848
2700
218%
Arroz
1739
3750
115%
Feijão
388
2300
492%
Milho
1985
5500
177%
Soja
1844
3000
62%
Trigo
1668
3400
104%
Tomate
25000
60000
140%
Fonte: Ministério da Agricultura (1989).

FIGURA 5 - Incremento de produtividade em irrigação localizada.
QUADRO 6 - Incremento de produtividade por meio do sistema de irrigação localizada (t/ha)
Cultura Não irrigado Irrigado Incremento
Uva
13,0
40,0
208%
Tomate
25,0
60,0
140%
Melão
14,0
30,0
144%
Banana
25,0
100,0
300%
Morango
20,0
50,0
150%
Abacate
10,0
31,0
210%
Maracujá
10,0
40,0
300%
Café
0,6
1,8
200%
QUADRO 7 - Incremento de produtividade em sistemas de irrigação localizada (caixa/pé).
Cultura Não irrigado Irrigado Incremento
Laranja
2,5
9,0
260%
Limão
1,5
3,5
133%
QUADRO 8 - Incremento de produtividade por meio do sistema de irrigação localizada (kg / pé).
Cultura Não irrigado Irrigado Incremento
Manga
90,0
470,0
422%
Goiaba
58,0
120,0
107%
Fonte: Ministério da Agricultura - 1989
2. ALGUNS FATOS LIGADOS AO DESENVOLVIMENTO DA IRRIGAÇÃO NO BRASIL
A irrigação agrícola é conhecida no Brasil desde o século passado, período durante o qual houve a utilização de sistemas de irrigação por gravidade (inundação e sulcos de infiltração), principalmente em cultivos de arroz e de produtos hortícolas, estes últimos em menor escala.
Neste século, alguns dos eventos que propiciaram o desenvolvimento da agricultura irrigada no país foram os seguintes:
Em 1950 o governo federal incentivou a importação de sistemas de irrigação por aspersão, isentando-os do pagamento de imposto de importação e oferecendo taxas cambiais especialmente favoráveis. Na ocasião, os preços do café, nosso mais importante produto de exportação, estavam bastante elevados no mercado internacional, e havia o objetivo de aumentar-se rapidamente sua produção.
À partir de 1955, algumas empresas iniciaram a fabricação de componentes para irrigação, especialmente acoplamentos para tubos de alumínio e aspersores. Algumas fábricas iniciaram a producão de tubos de alumínio entre 3" e 6", bem como foram importados equipamentos para a produção de tubos de aço leve com engates rápidos, destinados exclusivamente à irrigação.
Na mesma ocasião foram implantadas unidades de zincagem à fogo, visando dotar os tubos de aço da devida proteção contra corrosão. Até esse momento, os motores diesel utilizados eram importados, e as bombas hidráulicas fornecidas por fabricantes locais.
À seguir, novas indústrias surgiram no país, produzindo motores diesel, elétricos, bombas de grande capacidade, válvulas e acessórios de bronze e ferro fundido, como parte do processo de industrialização que se verificava principalmente na região sudeste.
Ao redor do ano de 1965, novas indústrias de equipamentos para irrigação surgiram no país, em função do desenvolvimento da horticultura irrigada, principalmente junto às concentrações urbanas que se formavam.
Na década de 70, com o aumento dos preços do petróleo, iniciou-se a expansão do uso da energia elétrica para fins de irrigação, apesar das deficiências verificadas em sua distribuição.
Em 1975 iniciou-se a produção dos primeiros equipamentos de irrigação mecanizados, os autopropelidos, que passou a ser utilizado em plantações de batata, feijão, tomate, pomares e cana-de-açúcar. Ainda no final desta década foram instalados os primeiros sistemas de irrigação localizada (gotejamento), em pequena escala e com a utilização de componentes importados.
Em 1978 foi dado o passo inicial para a fabricação dos primeiros equipamentos de irrigação por aspersão automatizados no Brasil, através da associação de uma empresa nacional, responsável pela produção, e a empresa norte americana líder nesse segmento, responsável pelo fornecimento de tecnologia.
À partir de 1982, com o lançamento de programas federais de estímulo à expansão das áreas irrigadas (PROFIR/ PROVÁRZEAS), houve significativa expansão das áreas irrigadas nas diversas regiões do país, notadamente nos cerrados e na região nordeste.
Em 1986 houve a criação do Ministério Extraordinário para Assuntos de Irrigação, responsável pelos programas de desenvolvimento das áreas irrigadas no nordeste e no restante do país (PROINE E PRONI). Nesse período surgiram inúmeras empresas fabricantes no país, sendo que muitas delas permaneceram no mercado por breve intervalo de tempo.
O início dos anos 90 marcou a abertura definitiva do mercado brasileiro às importações, o que provocou enormes impactos no setor produtivo nacional. Várias empresas foram desativadas, houve aquisições, fusões e modificações acionárias que mudaram profundamente o perfil das empresas locais, que atualmente procuram sobreviver num cenário altamente competitivo e que passa por rápidas e constantes mudanças. Empresas israelenses, americanas e européias (principalmente no segmento da irrigação localizada) passaram a dominar o mercado brasileiro, através do estabelecimento de representações próprias ou de rede de distribuição no país.
3. FATORES LIMITANTES À CONSOLIDAÇÃO E À EXPANSÃO DA AGRICULTURA IRRIGADA NO PAÍS

Alguns fatores limitantes à consolidação e à expansão da irrigação no Brasil, da mesma forma que em outros países da América do Sul, são os seguintes:
A situação geral da economia, que tem apresentado níveis de crescimento reduzidos, muito próximos de um quadro de recessão, faz com que haja uma subutilização de seus recursos hídricos e de seus solos em áreas já dotadas de infra-estrutura de irrigação e drenagem.
Por outro lado, existe uma demanda reprimida crônica por créditos para investimento por parte de uma grande massa de produtores, a escassez de linhas de financiamento, seu elevado custo e as exigências hipotecárias mínimas muitas vezes são fator de impedimento ao acesso do agricultor tradicional às tecnologias mais atualizadas.
No que se refere `a infraestrutura de irrigação, prevalece um maior desenvolvimento de grandes obras em detrimento das atividades relacionadas diretamente à produção, ou seja, o aumento da produção avança em ritmo mais lento do que a infraestrutura de irrigação. Essa infraestrutura normalmente está concentrada geograficamente, e nem sempre foi planejada segundo critérios estritamente técnicos.
Esse fato faz com que a capacidade instalada permaneça adiante da capacidade de uso atual, situação essa que permitiria a ampliação da produção agrícola sem a necessidade imediata de novos investimentos, normalmente bastante onerosos.
A deficiência de manutenção dessas estruturas tem colaborado para a predominância do baixo índice de eficiência do uso da água para irrigação e da baixa produtividade agrícola. Na maioria dos casos, esse problema é um indicativo de profundos problemas de gerenciamento, nem sempre adequadamente enfrentados.
Os conhecimentos tecnológicos, tanto em relação à produção agrícola irrigada como em relação às próprias técnicas de irrigação e drenagem, não têm sido suficientemente divulgados ou tornado acessíveis ao conjunto dos produtores. Embora existam exceções, caracterizadas por "bolsões de eficiência", prevalecem ainda grandes extensões de área com produções sob baixo nível tecnológico e em franca e acelerada deterioração.
Os projetos públicos, conhecidos como Perímetros Irrigados, foram largamente incentivados em parte das décadas de 70 e 80, e passaram a direcionar investimentos em obras de infra-estrutura social, prestação de serviços aos agricultores e comercialização dos produtos, implicando no aumento significativo dos valores investidos sem sua adequada remuneração.
Existe uma tradição a ser rompida, segundo a qual grandes projetos de engenharia são defendidos por diversos agentes sociais (administradores, políticos, etc), ao passo que investimentos prioritários em operação, manutenção, qualificação tecnológica e extensão, menos atrativos do ponto de vista promocional, são relegados a um plano inferior, trazendo enormes prejuízos à produção agrícola e ao país. São comuns pressões das empresas construtoras para a execução dessas obras de infra-estrutura, o que em muitos casos tem contribuido para as decisões das instituições ligadas ao setor.
Falta integração entre as políticas econômicas, agrícola, de irrigação e social, bem como coordenação entre as diversas unidades administrativas envolvidas.
- Verificou-se, ao longo dos últimos anos, um fracasso dos modelos agroeconômicos adotados nos projetos públicos para os pequenos produtores, onde normalmente privilegiavam-se culturas de subexistência e, de um modo geral, os agricultores desconheciam as informações mínimas sobre como, quando e quanto irrigar.
4. INOVAÇÕES TECNOLÓGICAS E PERSPECTIVAS FUTURAS DE DESENVOLVIMENTO DA AGRICULTURA IRRIGADA
Toda a prioridade das políticas agrícolas nos próximos anos deve estar direcionada ao aumento de produtividade, redução de custos de produção e melhorias na qualidade do produto final. Esses requisitos visam atender à demanda doméstica, cuja expectativa é de crescimento, bem como suprir fibras, "comodities" e produtos "in natura" para exportação. Somente dessa forma será viável o fortalecimento do setor primário e o aumento de renda do produtor.
O aumento de produtividade e a redução de custos somente será possível com o estabelecimento de um padrão de gerenciamento adequadamente qualificado nas unidades produtivas, bem como na adoção maciça de tecnologia e insumos capazes de tornar a exploração competitiva e rentável. Critérios e conceitos de qualidade precisam ser urgentemente incorporados ao sistema produtivo, sob pena de colocar em risco sua sobrevivência, ainda que no curto prazo.
Independentemente de impactos significativos que possam vir a ser causados por mudanças tecnológicas, é absolutamente indispensável que os recursos hoje disponíveis sejam convenientemente explorados, através da derrubada de barreiras culturais e mudanças na atitude do produtor tradicional. A prioridade absoluta é a intensificação do uso racional dos recursos naturais e da mão de obra, tornando-os mais produtivos e capazes de remunerar adequadamente o produtor.
Os métodos tradicionais de exploração precisam ser otimizados, e novos sistemas de produção agrícola precisam ser incorporados. Produtos básicos, tais como trigo, milho, arroz, feijão, soja e algodão serão produzidos na medida em que exista mercado e preços compensadores, porém deve-se ressaltar que a enorme variação no rendimento dessas culturas afetam diretamente a rentabilidade da exploração. Atenção especial à comercialização precisa ser dada, de forma a otimizar os resultados obtidos.
Produtos com maior valor comercial, tais como hortícolas nas regiões próximas aos mercados urbanos e frutíferas em regiões do semi-árido, as quais se converteram em verdadeiros polos de exportação, igualmente precisam ser produzidos de acordo com elevados padrões profissionais de gerenciamento e planejamento, de forma a competir nos mercados exigentes a que se destinam.
Projetos agroindustriais, bem como explorações que visam suprir mercados consumidores na entressafra, no país ou no exterior, requerem elevado nível de profissionalização para serem bem sucedidos. Os investimentos em geral são elevados e não podem ser conduzidos com base em informações subjetivas e incompletas, é necessário o desenvolvimento de um verdadeiro sistema de informações gerenciais, que permita o adequado acompanhamento de todas as etapas da produção e comercialização.
É importante ressaltar que a rentabilidade da irrigação é ditada por distintos fatores, destacando-se o nível de tecnologia utilizado, a intensidade do uso dos fatores de produção, o valor agregado do produto, o nível de formação e informação do produtor, a eficiência do uso da água e do solo, a distância dos mercados consumidores e a infraestrutura de distribuição existente. No atual estágio do desenvolvimento tecnológico, todos os modelos de irrigação existentes cobrem adequadamente os custos de produção de produtos hortícolas de alto valor, porém os custos de produção dos produtos básicos tradicionais são cobertos apenas utilizando-se métodos de irrigação eficientes e criteriosamente dimensionados, além de um pacote tecnológico que garanta elevadas produtividades.
Deve-se enfatizar que o custo de desenvolvimento da terra atualmente é alto e deverá elevar-se continuamente, sendo portanto indispensável o bom manejo e a utilização racional dos insumos, a qualquer tempo e em qualquer situação, caso pretenda-se obter resultados compensadores. É muito importante buscar-se constantemente os níveis máximos possíveis de produtividade, que variam de acordo com o estágio atual de desenvolvimento de um dado país ou região, dos recursos materiais disponíveis, da eficiência e eficácia da transferência de tecnologia ao produtor, sua capacidade gerencial, etc.
Alguns dos principais desenvolvimentos tecnológicos introduzidos recentemente na agricultura irrigada, tais como a quemigação (aplicação de fertilizantes, defensivos, inseticidas e herbicidas através dos sistemas de irrigação) e os recursos de automação (controladores, painéis programáveis e softwares para controle de motobomba, parcelas, filtragem, injeção de químicos, sensores diversos, etc), necessitam de suporte técnico adequado para a sua correta especificação, instalação, operação e manutenção.
É oportuno enfatizar a importância fundamental dos aspectos agronômicos, agrometeorológicos e edafológicos relacionados ao uso da automação, ou seja, de nada adianta a adoção desses recursos eletrônicos sem o conhecimento prévio e adequado dos parâmetros necessários ao controle eficiente da irrigação. O investimento nessa tecnologia deve ser entendido como uma ferramenta para redução de custos, e a sua real viabilidade deve ser analisada caso a caso.
Finalmente, cabe ressaltar a importância de cada etapa do planejamento da implantação de um projeto de agricultura irrigada, somente a atenção absoluta a todos os detalhes conduzirá ao sucesso do empreendimento. Desde a concepção do projeto, o planejamento agronômico, a determinação dos parâmetros básicos para dimensionamento e especificação dos materiais, a análise detalhada e criteriosa da relação custo/ benefício das alternativas apresentadas, os estudos de mercado, a capacitação da mão de obra operacional e gerencial, a implantação de uma metodologia de acompanhamento dos resultados e eventuais correções de rumos, etc.
Somente dessa forma, encarando a agricultura irrigada como uma atividade altamente profissionalizada e competitiva, será possível atingir o sucesso no cenário econômico e financeiro que hoje se apresenta.
5. BIBLIOGRAFIA
a) Informativo "A Indústria de Irrigação no Brasil", publicado por Asbrasil S/A, São Bernardo do Campo/ SP (sem data).
b) Publicação "Levantamento para Avaliação do Potencial para Melhoria das Tecnologias da Irrigação e Drenagem - Tendências na Transferência e Adaptação de Tecnologia" - FAO/ ICID/ CODEVASF, março de 1993.
c) Guia do Departamento Nacional de Equipamentos de Irrigação da Associação Brasileira da Indústria de Máquinas e Equipamentos (DNEI - ABIMAQ), 1998.

 

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