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IRRIGAÇÃO COMO INVESTIMENTO PRODUTIVO
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Fernando Braz Tangerino Hernandez*

Alongar o ciclo produtivo da cana-de-açúcar, obtendo maior quantidade de cortes antes que se torne necessário renovar o canavial, diluindo, ao longo do ciclo, os custos de preparação do solo e replantio.

Uniformizar a produção da acerola ao longo do ano, minimizando os picos de produção e, com eles, as dificuldades de colocação do produto e suas más consequências.

“Segurar” a florada do café, evitando seu fornecimento pela seca ou intempéries e aumentar a produtividade do pé de café através da fertirrigação.

Aumentar a produção leiteira através das técnicas de manejo e manutenção das pastagens e implementação da qualidade do plantel.

Diminuir a mortalidade de mudas após o plantio e antecipar o início da sangria em seringueira.
Aumentar a produção e a qualidade dos frutos da laranja.

Mais que um sonho, um meta a ser perseguida pelos produtores e fornecedores rurais. Dentre os investimentos necessários para atingi-la, está a irrigação. Na opção pela irrigação, cabe distinguir o que é o investimento e o que é custeio.

Investimento é a quantidade de dinheiro que se despende para adquirir um sistema de irrigação. Um bom investimento nessa área é aquele que melhor se adeque à sua atividade e lhe garanta retorno. A comparação entre os diversos orçamentos não pode levar em conta tão somente o preço, mas a capacidade de irrigar, a vazão, custo de manutenção, etc.

O aconselhável é comparar orçamentos de sistemas que apresentem  igual capacidade de irrigar, com lâminas d’água iguais e componentes de boa qualidade. Custeio é a conta de energia e as despesas de manutenção do sistema. Enquanto o investimento é amortizado ao longo de anos, normalmente 10 anos, o custeio deve ser pago mensalmente.

Muitas vezes, um investimento barato pode levar a valores elevados de custeio em função da potência do motor escolhido e de outros fatores que, de princípio, baratearam o produto adquirido.

Em resumo, o que deve ser buscado em todo investimento é o equilíbrio entre investimento e o custeio.

Na irrigação também é assim.

* Fernando Braz Tangerino Hernandez, é Engenheiro Agrônomo e Coordenador da Área de Hidráulica e Irrigação da UNESP Ilha Solteira. Mais orientações: Pod Irrigar, o PodCast da UNESP.

A Notícia, Junqueirópolis, Ano XIII, 03 de novembro de 2012, p. A7.