REPASSE DO FEHIDRO LIMITADO EM R$ 100 MIL


 Os 26 municípios que integram o Comitê da Bacia Hidrográfica do Rio São José dos Dourados (CBH-SJD) não poderão receber mais que R$ 100 mil do Fehidro (Fundo Estadual dos Recursos Hídricos) para investimentos em obras de saneamento, preservação do meio ambiente e de mananciais. É que, para evitar que municípios fiquem sem recursos, enquanto outros recebam verbas maiores, a diretoria do órgão resolveu limitar o valor destinado.
A informação é do prefeito de Jales, José Carlos Guisso (PSDB), recentemente eleito presidente do Comitê. Para ele, a medida vai evitar distorções, como as que ocorreram nesses quatro anos de existência do CBH-SJD. "Nós vimos que houve município que recebeu muito e outros que não receberam nada", disse Guisso, que vai suceder o ex-presidente José Garcia Luiz, prefeito de Rubinéia, na presidência do órgão.
Ainda de acordo com Guisso, é justo impedir que uns municípios levem vantagens sobre os outros na distribuição desses recursos. "Eu acho injusto que um município que pertença à Bacia, não seja beneficiado com nada, nos quatro anos que passaram neste Comitê.
O município de Guzolândia foi um deles. Isso nós não queremos que aconteça" explicou.
Assim, os projetos a serem custeados pela parceria entre município e o Fehidro, não poderão ultrapassar R$ 120 mil - R$ 100 do órgão estadual e R$ 20 mil de contrapartida do município beneficiado.
Eleito por aclamação, Guisso classifica a sua escolha como a coroação de todo um trabalho desenvolvido em Jales para a criação do Comitê da Bacia do Rio São José dos Dourados, cujos municípios que hoje integram-no faziam parte dos comitês das bacias dos rios Turvo, Grande e Tietê. "É a defesa de um ação começada aqui, já que anteriormente não existia o Comitê da Bacia do São José dos Dourados", comentou.
O CBH-SJD foi o último dos 20 comitês instalados no estado de São Paulo, depois de intensas articulações desenvolvidas pelo próprio Guisso com a Câmara de Vereadores de Santa Fé do Sul. "Nada mais justo que fiquemos à frente do comitê".

DISTÂNCIA

Mesmo reconhecendo que o distanciamento do então prefeito Antônio Sanches Cardoso, e o Rato, do comitê, Guisso diz que não foi com a intenção de aumentar o valor dos repasses do Fehidro para Jales que se candidatou à presidência do órgão. "Mesmo não estando na presidência, o município de Jales teria condições de ter levado maior volume de recursos", finalizou.

ITAMAR TROCOU DISPUTA POR VAGA NO CONESAN

Um acordo que prevê a escolha do prefeito de Santa Fé do Sul, Itamar Borges (PMDB), como o conselheiro representante das bacias dos rios São José dos Dourados e Turvo Grande no Conesan (Conselho Estadual de Saneamento) é que possibilitou a eleição por aclamação de Guisso no CBH-SJD.
O prefeito santafessulense disputava a presidência com Guisso e chegou a representar perigo para as pretensões do prefeito jalesense.Definimos então que o prefeito Itamar Borges será indicado da bacia, para conselheiro do Conesan, disse Guisso. Se confirmada a indicação de Itamar Borges para conselheiro do Conesan, o santafessulense vai suceder o ex-prefeito de Fernandópolis, Armando Farinazzo (PSDB). O Conesan é um órgão representativo para monitorar gestões relativas ao saneamento básico e ambiental do estado de São Paulo. É responsável pelas principais realizações dentro desta esfera de ação do governo estadual, sendo eleito para a diretoria o secretário de Recursos Hídricos Saneamento e Obras, Antônio Carlos Mendes Thame, como presidente; o secretário da Saúde, José da Silva Guedes, vice-presidente; e outros secretários e homens de confiança do governo, como membros.

JALES PERDEU PARA CIDADES DE MENOR PORTE

Mesmo sendo considerada o centro de sua região, Jales é uma das cidades que tem o pior desempenho na obtenção de recursos do Fehidro desde a implantação do Comitê da Bacia Hidrográfica do Rio São José dos Dourados (CBH-SJD).
Órgão do Daee (Departamento de Águas e Energia Elétrica), o Fehidro repassa verbas para a execução de obras como a canalização de córregos, a coleta e tratamento de esgotos, etc...
Entre as cidades beneficiadas com recursos do Fehidro nos últimos dois anos, estão Auriflama (R$ 119.783.40), Palmeira D'Oeste (147.632,00, dos quais R$12.140,00 estão pendentes), São João das Duas Pontes (R$119.702,79), Três Fronteiras (R$109.978,00), entre outros. Jales, com R$ 77.790,38, está na nona posição, perdendo ainda para General Salgado (R$84.575,80), Rubinéia (R$ 80.000,00) e Santa Salete (R$ 89.526,77).
Jales só se saiu melhor na obtenção de recursos, sobre pequenos municípios, como Monte Aprazível, São Francisco e Marinópolis.
Entre 1997 e 1998, foram liberados para o CBH-SJD um total de R$1.663.887,20 (um milhão, seiscentos e sessenta e três mil, oitocentos e oitenta e sete reais e vinte centavos).
Segundo técnicos ligados à área, todos os projetos fundamentados que são apresentados ao CBH-SJD, cujas prefeituras solicitantes estejam com situação regularizada perante às outras esferas de governo têm seu pedido atendido, se a Câmara Técnica decidir, em plenária, pela viabilização da proposta.
O baixo desempenho de Jales na busca desses recursos se explica pelo fato de o ex-prefeito Rato não ter integrado a diretoria do comitê e quase sempre estar ausente em reuniões onde eram definidos os projetos prioritários para investimentos do órgão.

Jornal A Tribuna, ano XIV, nº 649, 01 de abril 2001.




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