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Companhia de Saneamento Básico do Estado de São Paulo
(SABESP) e a Universidade de São Paulo (USP) podem desenvolver
na região de Jales um projeto piloto de reutilização
do esgoto tratado na irrigação de propriedades rurais.
Para tanto, engenheiros da estatal estiveram em Jales no mês passado,
quando mantiveram os primeiros contatos e colheram dados para viabilizar
a parceria.
Segundo o gerente divisional da SABESP de Jales, Antônio Rodrigues
da Grela Filho, o Da Lua, as pesquisas ainda estão no início,
mas são grandes as chances de efetivação do projeto
nas cidades de Sud Menucci, Santa Albertina e Paranapuã, respectivamente,
irrigando as culturas da cana, coco, limão e até eucalipto.
"Seria um projeto piloto na SABESP e escolheram nossa região,
devido ao alto indice de tratamento de esgoto que temos", informou.
O gerente revelou ainda, que a SABESP de Jales poderá adquirir
uma área de terra em Paranapuã para cultivar eucalipto
e irrigar a plantação com a água retirada do esgoto
tratado e que hoje é lançado no córrego do tamboril.
"Essa é uma responsabilidade, já que essa água
tem muitos nutrientes e possibilitaria um corte da madeira bem mais
rápido. E esse material poderia ser vendido", comentou.
Entre as vantagens de a região integrar esse projeto piloto,
também conforme Da Lua, é que seria referência até
mesmo para países do Exterior, já que a SABESP tem parceria
com países europeus, especificamente para o desenvolvimento deste
tipo de projeto. "Engenheiros de outros países, de outros
estados, viriam para cá para conhecer o projeto", animou-se.
A reutilização da água que sobra do esgoto tratado
na irrigação de lavouras já é praticado
no exterior. Países como a Autrália, que utiliza a tecnologia
para irrigar pastagens, têm demonstrado a eficácia do sistema.
"Após a definicação do projeto ideal para
a região, há ainda a necessidade de licença ambiental.
Mas demos o primeiro passo".
BENEFÍCIOS
Além de importante ação em prol da conservação
do meio ambiente, vez que proporcionará a economia da água,
enquanto recurso natural, além de poupar os córregos de
receberem esse material, que mesmo tratado não é 100%
puro, o reuso do esgoto na irrigação favorece também
a economia regional.
"Teria água para a lavoura durante todo o ano e oferecer
pordutos em qualquer época, independente de safra", finalizou
Da Lua.
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tribuna, Jales, Ano XVII, nº 766, 03 de Agosto de 2003, p. A5 |