A
Central de Comercialização criada através de parceria
entre o Sistema Agoindustrial Integrado (SAI), o Sindicato Rural de
Jales e Cooperativa Agrícola Mista dos Produtores da Região
de Jales vai agregar valor à produção de uva e
de outras frutas da região neste ano. Das 20 mil toneladas estimadas
para a safra nos 22 municípios que se dedicam ao cultivo da uva
- um total de 1,1 mil toneladas devem ser negociadas por essa Central,
gerando um valor bruto de cerca de R$ 3 milhões.
A informação foi divulgada pelo Serviço Brasileiro
de Apoio às Micro e Pequenas empresas (SEBRAE - SP), que instituiu
o SAI - Programa de Profissinalização do Produtor Rural
- em parceria com a Secretaria de Agricultura e Abastecimento do Estado,
e já comemora os primeiros resultados de sua atuação
na região. É que, além de agregar valor à
produção agrícola da região e de dinamizar
as atividades e reestruturar as finanças da cooperativa, a parceria
já mostra sua eficácia na tarefa de aumentar a rentabilidade
das culturas.
É o caso mostrado pela assessoria do SEBRAE-SP para exemplificar
o sucesso do projeto. Um produtor de manga conseguiu mudar seu preço
de R$ 2 a caixa com 25 Kg para R$ 25. Mais de 1000% de aumento, graças
à utilização da câmara fria da cooperativa.
"Podendo usar a câmara fria, consegui, em fevereiro, vender
a caixa por R$ 25'', comemora.
O felizardo podutor é Edson Bochi, que tem 3 mil pés de
manga no sítio de 5 alqueires, onde cultiva os tipo Hadem, Palmer
e Tommy Atkins. "Eu estava praticamente desistindo do cultivo.
Mas além da assistência técnica que estamos recebendo,
a central tem ajudado bastante".
O material divulgado pelo órgão ressalta a infra-estrutura
da Cooperativa de Jales, como a excelente refrigeração
e embalagem, nos 3,1 mil metros quadrados construídos de área
refrigerada, o que permite o armazenamento de 1 milhão de caixas
de 6 Kg.
SALVAÇÃO
Ainda conforme o SEBRAE, o subaproveitamento dessa estrutrura, entre
outros problemas, quase levou a cooperativa, fundada em 1993, à
bancarrota. Mas a otimização da estrutura física
e de serviços, com a participação de outros produtores
organizados pelo SAI, foi a solução encontrada pelos 40
cooperados para revitalizar a cooperativa. "Já atendemos
a mais de 100 produtores que não são cooperados. Para
a cooperativa é um negócio bom. Ganhamos no volume de
comercilização", afirma Márcia Prete, do conselho
fiscal da cooperativa, em entrevista à asessoria. O produtor
Paulo Higa, há 20 anos no ramo e com marca própria para
a comercialização de uva, destaca a introdução
de embalagens de meio-quilo como um diferencial para a conquista de
novos consumidores. "A aceitação é maior,
além da uva ser de qualidade. Antes, quase a totalidade da produção
era comercializada no CEAGESP. Agora, temos um preço melhor",
destaca.
Higa reserva 1 hectare na sua propriedade para o desenvolvimento de
uma espécie de uva sem semente, em parceria com a estação
local da EMBRAPA (Empresa Brasileira de Pesquisa Agropecuária).
Para o agente de Negócios do SAI, Wilson Katayama, ao se associar
para escoar sua produção, o produtor ganha na compra e
na venda. "a experiência tem mostrado que a formação
de grupos promove melhor negociação nas duas pontas, além
de combater a inadimplência".
Katayama destaca também a compra conjunta de isumos como um fator
de economia para os produtores. Outro ponto importante foi a mudança
nas embalagens da uva. Normalmente, elas são comercializadas
a granel em caixas de 5 Kg. Novidades como caixas de 2,5 Kg e uma "cumbuca"
com meio quilo de uvas foram lançadas, abrindo novas opções
de comercialização. "A utlização conjunta
da logística da cooperativa para tansporte e embalagem, com utilização
de padrões do produto e da marca (UVAJALES) facilitam a comercialização
porque diferenciam o produto e agregam valor, conseguindo melhores preços". |