SABESP REFORÇA RECUPERAÇÃO DE MATA DO 'MARIMBONDO'

Paulo Reis Aruca

A Companhia de Saneamento Básico de São Paulo (SABESP), por meio da Divisão de Jales, aumentou seus esforços na busca de recuperação da mata ciliar do Córrego do Marimbondo e de proteção de nascentes. Nos últimos dias, foram plantadas cerca de 2 mil novas mudas nas áreas próximas à Estação de Tratamento de Esgoto da companhia, além da implantação de medidas, visando impedir a degradação de áreas jé em franca recuperação, como a instalação de cercas para evitar que animais pastem no local.
Segundo o gerente de Divisão da SABESP de Jales, Antônio Rodrigues da Grela Filho, o conhecido Da Lua, o projeto vai permitir a recomposição de toda a mata da região, já que estão sendo plantadas praticamente todas as espécies nativas da região, como árvores frutíferas e outras, o que possibilita ainda a recomposição da fauna. "Muitos animais devem voltar para cá, se encontrarem frutas para comer", contou.
Importante passo do projeto foi consolidado na semana passada, quando alunos do curso de Biologia das Faculdades Integradas de Jales etiveram na área reservada pela empresa para o desenvolvimento do projeto, onde realizaram, ocmo iniciação científica, a fase final da produção de mudas nativas e frutíferas. Os alunos montaram um viveiro, que vai gerar mudas para serem ultilizadas na sequência do projeto.

PAISAGISMO
A conservação das áreas próximas à lagoas da Estação de Tratamento da SABESP de Jales, medida que culminou com o povoamento do lugar por pássaros de diversas espécies e já foi motivo de matérias neste jornal, está ainda melhor. O projeto de paisagismo desenvolvido no local, possibilita aos visitantes um conforto impar, principalmente, se form considerada a finalidade à qual se destina as lagoas: o tratamento de esgoto.
A peculiaridade do visual da estação jalesense e sua característica de lagoas praticamente inodoras tem atraído para o local a visita de estudantes e técnicos ambientais de várias regiões do país, mostrando que o trabalho desenvolvido em Jales é inédito e tem recebido inúmeros elogios.

 
PARCERIA RECUPERA ÁREAS DEGRADADAS
Gema Aparecida Prandi Rosa
A preocupação com o acelerado processo de degradação dos recursos naturais é global. Desses recurso, a água é, talvez, o mais essencial e mais preocupante no momento. Embora o volume total de água no planeta seja invariável, a disponibilidade de água com qualidade adequada para consumo humano tem diminuído rapidamente em todo o mundo.
Na região noroeste do Estado de São Paulo, a situação não é diferente. Com ampla ocupação por atividades agrícolas ou pecuárias, essa região sofreu intenso desmatamento durante o século XX, restando hoje, segundo o Biólogo João Batista Baitello, do Instituto Florestal de São Paulo, - que fez a palestra de abertura da Semana da Biologia, em 27 de setembro - menos de 1% da superfície coberta por vegetação natural.
Após o desmatamento, a ocupação das terras baseou-se em práticas, geralmente, indequadas, sem preocupação com as classes de capacidade de uso do solo e sem a aplicação de técnicas de controle de erosão. O resultado foi desastroso para a região, especialmente no tocante aos recursos hídricos, que é onde se tornam mais visíveis os resultados da degradação ambiental.
Os efeitos do desmatamento, seguido do mau uso do solo, manifestam-se nas milhões de toneladas de solo transportados para o leito dos rios, nas enchentes, nas nascentes que secam, na completa descaracterização do meio físico pela erosão e assoreamento.

TECNOLOGIA DA SEMENTE
Para minimizar esses efeitos da degradação ambiental regional, o curso de Biologia das FAI-Jales desenvolve um projeto de Sementes e Produção de Mudas, oritentado pela Professora Msc. Luciene Dourado Calienti Silva e co-orientado pela Professora Msc. Gema Aparecida Prandi Rosa, coordenadora do curso.
Dentre os vários fatores estudados nesse projeto, existe um especial que atinge diretamente a produção de mudas, que é o estudo da tecnologia da semente, onde se enfatiza, na primeira parte do projeto: colheita, maturação, beneficiamento, secagem e armazenamento de sementes. Uma segunda etapa enfatiza a germinação, dormência, qualidade fisiológica, deterioração das sementes e, finalmente, produção de mudas.
No último dia 13 de novembro de 2004, os alunos do 2º ano do curso de Biologia estiveram na Estação de Tratamento de Esgotos de Jales para desenvolver, em parceria com a SABESP, a última estapa do projeto, ou seja, um viveiro de mudas de plantas nativas, ornamentais e frutíferas das respectivas espécies estudadas durante o ano letivo.
Foram plantadas aproximadamente 1500 sementes de espécies pioneiras, seundárias e clímax: canafístula (Peltophorum dubium), guariroba (Syagrus oleracea), jatobá (Hymenaea stigonocarpa), baru (Dipteryx alata Vogel), canudo-de-pito (Mabea fistulifera Mart), pata-de-vaca (Baihinia rufa Bong. Steud), romã (Punica granatum), flamboyant (Colvillea racemosa) , aroeira (Lithraea brasiliensis), lecna e sansão-do-campo.
No final da tarde e do plantio, o gerente de divisão da SABESP, Antônio Rodrigues da Grela Filho ofereceu lanches aos alunos. Em 2005 essas mudas serão usadas em outro projeto desenvolvido pela professora Maria dos Santos Magalhães objetivando a recuperação de matas ciliares de recursos hídricos degradados do município de Jales e da região.

Gema Aparecida Prandi Rosa - Professora Metre, e coordenadora do curso de Biologia das FAI - Jales.
 
A Tribuna, Jales, Ano XVII, nº 835, 21 de Novembro de 2004, p. A-10.



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