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AULA PRÁTICA SOBRE QUALIDADE E DISPONIBILIDADE DE ÁGUA EM MICROBACIA
Aula de 26 de março de 2012 - Córrego do Cinturão Verde
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Fazendo parte das atividades da Disciplina Irrigação e Drenagem da Graduação em Agronomia da UNESP Ilha Solteira, no dia 26 de março de 2012 aconteceu mais uma aula prática, agora sobre qualidade e disponibilidade da água e mediação "in loco" de vazão (hidrometria), pelo método do flutuador e do molinete. As aulas foram no Córrego do Cinturão Verde, no entorno da cidade de Ilha Solteira.
Boa parte deste manancial está degradado, com ausência de matas ciliares, processo erosivo acentuado e toda sua extenção ocupado por espécie Taboa (Typha sp.), planta hidrófita (aquática) típica de brejos, manguezais, várzeas e outros espelhos de águas).
O intenso uso do solo e a conseqüente degradação física, química e biológica contribuem para agravar sua escassez e qualidade de água. Por esse motivo a Área de Hidráulica e Irrigação (AHI) da UNESP Ilha Solteira dedica atenção especial à ésquisas e monitoramento que envolve a qualidade e disponibilidade da água em microbacias da região e também ênfase ao tema em aulas das disciplinas da Graduação e Pós-Graduação. As ações antrópicas fazem com que haja uma necessidade crescente do acompanhamento das alterações da qualidade da água, de modo a prever e planejar o uso o seu aproveitamento múltiplo.
Nesta aula prática os alunos tiveram a oportunidade de conhecer os dois métodos de medição de vazão (método do flutuador e o método do molinete hidrométrico), onde o primeiro é simples e barato de realizar em campo e o segundo é um método mais eficiente de medição de vazão, pois consiste em um equipamento que mede a velocidade média do fuxo de água ao longo da largura do curso d'água, sendo calculada da seguinte maneira:
Q = v1 * S1+ v2 * S2 + ... + vn * Sn
Onde:
Q = vazão do curso d'água (m3/s);
v1 = velocidade do fluxo de água na seção molhada 1 (m/s);
S1 = área da seção 1 (m2);
v2 = velocidade do fluxo de água na seção molhada 2 (m/s);
S2 = área da seção 2 (m2);
vn = velocidade do fluxo de água na seção molhada n (m/s);
Sn = área da seção n (m2);
No método do flutuador deve-se procurar um trecho do córrego, uniforme e que o fundo não seja muito irregular. Determina dois pontos com distância de 5 metros no trecho a ser medido, esta distância vai ser usada para medir a velocidade do fluxo. No ponto a montante constrói o perfil, medindo a largura e a profunididade da seção. Disto resulta a área da seção transversal do córrego (m2), a jusante realiza-se o mesmo procedimento, no final tem a média das duas seções. Os tempos gasto pelo flutuador para atravessar a distância dos dois pontos devem ser anotados e o resultado é uma média dos tempos, o objeto utilizado na prática foi um garrafa plástica de 300 ml. A fórmula para cáculo de vazão, segue abaixo:
Q = A * D * C / T
Onde:
Q = vazão (m3/s);
A = área da seção transversal do córrego (m2);
D = distância usada para medir a velocidade do fluxo d'água;
C = coeficiente de correção: usar 0,8 para córrego com fundo rochoso; usar 0,9 para córrego com fundo lodoso;
T = tempo (s) gasto pelo objeto flutuador para atravessar a distância D.
Foram repassadas explicações nos cuidados necessários para uma precisa medição e amostragem da água, bem como apresentados os sinais de degradação ambiental ao longo do córrego que afetam a qualidade da água, com destaque à presença de ferro e sedimentos, fruto de uma má conservação do solo.
Para demostrar aos alunos os procedimentos de coleta em campo, houve coleta de água neste local, pois a informação sobre qualidade da água é necessária para que se conheça a situação dos corpos hídricos com relação aos impactos antrópicos na microbacia.
Além do mais, os alunos tiveram a oportunidade de absorverem conhecimentos sobre o uso e ocupação do solo e a ação antrópica sobre a disponibilidade e qualidade da água discutida e vivenciada em campo, sendo feita pelos alunos a amostragem da água em vários pontos, com o objetivo da avaliação em laboratório, que revelou alguns dados de qualidade de água para a irrigação, conforme descrito abaixo:
No final dessa aula prática, a nossa expectativa é a de que os alunos possam consolidar os seus conhecimentos em gerenciamento da água, reconhecendo os limites de uma microbacia e a importância do trabalho de conservação do solo e da água de maneira coletiva, a legislação em vigor, a medição da vazão "in loco" e a comparação com vazão regionalizada em suas várias formas de cálculo e ainda a qualidade da água em seus aspectos físicos, químicos e biológicos.
Estas aulas práticas são realizadas semestralmente e as análises realizadas estão registradas em sítios aqui mesmo no Portal da Área de Hidráulica e Irrigação da UNESP, no canal "Atividades Acadêmicas - Aulas Práticas". Confira também como foi a aula do semestre anterior!
Os alunos percorreram o Projeto e a Microbacia do Cinturão Verde em Ilha Solteira - Área Norte, desde a sua nascente em uma área urbanizada, passando por uma área de mata remanescente, passando por área degrada tomada de macrófita, como aguapé e a taboa, além de conhecerem as estruturas de abastecimento coletivo de água para irrigação e ainda na FEPE - Pomar, conheceram os sistemas de irrigação localizados, incluindo o injetor de químicos.
A aulas práticas são realizadas em um mesmo local e devidamente registradas, onde os atuais alunos podem observar as mudanças que ocorrem semestre a semestre no local, tanto fisicamente, como na qualidade da água e vazão.
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