AVIFAUNA NO CAMPUS II DA UNESP ILHA SOLTEIRA
Espécies diferentes são encontradas a cada novo dia

UNESP Ilha Solteira - Área de Hidráulica e Irrigação

Renato Alberto Momesso Franco (1)
Gustavo Cavalari Barboza (2)
Fernando Braz Tangerino Hernandez (3)

Calcula-se que existem mais de 9.000 espécies de aves identificadas em todo o mundo, e o Brasil é um dos países com maior número de espécies, registrando-se para seu território mais de 1.780 espécies.

Não há nenhuma publicação sobre a ocorrência e a quantificação de aves no Campus II da UNESP Ilha Solteira, no entanto, algumas espécies foram observadas pelos entorno do Laboratório de Hidráulica e Irrigação e identificadas pelos Biólogos Renato Alberto Momesso Franco (Mestrando em Agronomia) e Gustavo Cavalari Barboza (Graduando), integrantes da Área de Hidráulica e Irrigação.

Devido à proximidade de remanescentes de matas (Cinturão Verde e Zoológico) no perímetro do Campus II e a arborização urbana dentro e fora da unidade, estas áreas oferecem abrigos e alimentos para as aves. Estes ambientes antrópicos acabam oferecendo oportunidades na obtenção de recursos quando há pouca disponibilidade dos mesmos nos fragmentos florestais da região.

As aves no Campus II podem ser divididas em três grupos: aves residentes, aquelas que vivem e reproduzem no local, exemplos observados desse grupo - bem-te-vi, anú branco, anú preto, pombos, pardais, pica-paus, quero-quero.

As aves visitantes que freqüentam a área, sem ter sido observado a sua reprodução no local e chegam periodicamente à procura de alimento seriam a arara canindé, tucano, urubu, corujinha-do-mato,tuim (o menor periquito do Brasil) e outras espécies de periquitos e ainda três casais de tucanos que sempre nos dão a graça de observar o colorido de suas penas e do bico.

E o último grupo é representado pelas aves sazonais, são as espécies encontradas na área durante determinada época do ano, podendo ou não se reproduzir no local, como as andorinhas.

Fato curioso e acompanhado com interesse pela equipe foi a presença de um casal e o seu filhote, da família da garça, conhecida como Maria-Faceira (Syrigma sibilatrix), sempre observadas nas proximidades do Laboratório de Hidráulica e Irrigação capturando pequenos insetos, desta maneira, aguçando a percepção ambiental da equipe. Essas aves possuem hábitos diurnos, e ao contrário das demais espécies desta família que ocupam ambientes aquáticos, estas ocorrem em áreas secas e abertas, como campos e/ou pastagens. Ocorre do Rio de Janeiro e Minas Gerais à Argentina, Paraguai e Bolívia, recentemente observada no Piauí.

Um outro fato interessante foi a instalação da iluminação externa do laboratório que atraem insetos durante a noite, e durante o dia esses insetos abrigam-se no gramado servindo de alimentos para as aves.

Além de proporcionar uma beleza cênica (inspiração para música, artes plástica, fotografia, literatura, cinema e etc.), as aves proporcionam uma função ecológica no ambiente onde vivem, contribuindo da seguinte maneira: alimentam-se de pragas que atacam as plantas, atuam no controle biológico, polinizam flores e disseminam sementes, são boas indicadoras biológicas do ambiente, transmitem harmonia, beleza e inspiração e, indiretamente, exercem outras contribuições ao meio ambiente.

O entorno do Laboratório de Hidráulica e Irrigação é considerado um local privilegiado para a observação do encontros destas aves, pois com uma extensa área de grama dotada de sistemas de irrigação, proporcionam uma ambiente sempre verde, com uma grande quantidade de minhocas e insetos, base para a alimentação das aves, compondo um ambiente muito agradável e refrescante.

A maioria dos hábitats antrópicos, onde se incluem as cidades, as aves convivem pacificamente e em harmonia com o homem, seja em áreas urbanas e/ou nos fragmentos de mata do perímetro urbano. Porém, as mesmas precisam de proteção contra as perturbações ambientais e/ou humanas, bem como de hábitats específicos a fim de poderem manter sua forma de vida particular.

Àqueles que transitam pelo Campus II, especialmente pela manhã, são brindados pela oportunidade de ver e sentir a graça e a tranquilidade das diferentes e coloridas aves circulando entre árvores, prédios, postes e o gramado do local. Aproveitem a natureza!

(1) Renato Alberto Momesso Franco, Biólogo, Mestrando em Sistemas de Produção na UNESP Ilha Solteira e desenvolvendo pesquisas na Área de Hidráulica e Irrigação.
(2) Gustavo Cavalari Barboza, Graduando em Ciências Biológicas na UNESP Ilha Solteira e estagiário na Área de Hidráulica e Irrigação.
(3) Fernando Braz Tangerino Hernandez, Professor Adjunto na Área de Hidráulica e Irrigação da UNESP Ilha Solteira.

 
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quero-quero
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Laboratório de Hidráulica e Irrigação
pombo
bem-te-vi capturando insetos
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anu-branco e anu-preto, capturando insetos
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joão-de-barro
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corujinha-do-mato
gavião-quiriquiri
joão-de-barro
corujinha-do-mato
 
gavião-quiriquiri
anu-preto
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Jornal da Ilha, Ilha Solteira, Ano XI, nº1046, 21 de junho de 2007, p. A-05


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