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Chuva ainda é insuficiente para reverter reflexos da seca
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Após sessenta dias sem chuva na região, volta a chover no noroeste paulista, uma ótima notícia após a seca antecipada ocorrida este ano que teve início em maio, pelo menos um mês antes do esperado, além de que já viemos sofrendo as consequências da escassez de água desde janeiro, como comentado pelo Coordenador da Área de Hidráulica e Irrigação da UNESP Ilha Solteira, o Professor Dr. Fernando Braz Tangerino Hernandez no Pod Irrigar desta semana.
Nos dias 9, 10, 18 e 23 de julho houve uma pequena precipitação na região, porém apenas no dia 24 esta precipitação foi superior a 10 mm, valor mínimo para ser considerado chuva para a agricultura, ficando registrado acima de 20 mm em todas as oito estações da Rede Agrometeorológica do Noroeste Paulista com dados disponibilizados na Canal CLIMA da UNESP Ilha Solteira a partir de http://clima.feis.unesp.br.
Em Itapura, onde foi registrada a menor precipitação entre as estações no último dia 24 foram marcados 20,1 mm, Marinópolis com a maior chegou a 29,2 mm. Em um único dia de chuva a marca da média histórica foi ultrapassada, sendo esta aproximadamente 10 mm para o mês de julho.
Segundo o Professor Fernando Tangerino "a baixa intensidade, não ultrapassando os 20 mm/hora em nenhum momento, significa que toda a água vai infiltrar ao invés de escorrer, e isso é água para a zona radicular, uma boa notícia. Porém o volume ainda não é suficiente para o enchimento dos lagos das hidrelétricas, os quais não vão sofrer alteração de nível. Mas nem sempre é assim, chuvas intensas são frequentes, e já há algum tempo insistimos na comunicação e conscientização de que precisamos segurar a água na bacia hidrográfica, ou seja, a água precisa infiltrar ao invés de escorrer e assim sairá pelas nascentes tranquilamente, formando os córregos e alimentando os rios e garantindo água de qualidade e em quantidade para todos os usos, inclusive na estação seca.".
Os córregos maiores que são afluentes dos rios Tietê, Paraná e Grande principalmente já apresentam alteração de vazão mas não devem apresentar mudança no cenário até agora registrados pois são dependentes dos lagos das hidrelétricas, já os córregos menores formadores de microbacias estes tiveram alteração sensível de vazão, mas as chuvas não são suficientes para manter suas vazões. De qualquer forma "todos vibramos com as chuvas, que trará uma trégua especialmente aos irrigantes. Para a regiao foi o melhor que poderia se esperar para este momento. A chuva começou na quarta-feira por volta das 19 horas, mansa, infiltrando tudo no solo e iniciando a recarga do lençol e levou o solo para a capacidade de campo ou na linguagem popular "encheu o tanque" na zona radicular, o que sigfinica uniformizar a distribuição de água no solo que estava afetada pela alteração do desempenho dos sistemas de irrigação, garantindo o suprimento hídrico para a maior produtividade e mantendo desligados os sistemas de irrigação, o que é otimo pois cessa a retirada de água dos mananciais. Ótimo também porque a água no escorreu causando mais erosão", observou o Professor Dr. Fernando Braz Tangerino Hernandez.
Outra boa notícia é que apesar de pouco e ainda insuficiente para suprir toda a escassez de água até o momento, a chuva acumulada em julho já é três ou quatro vezes superior ao esperado para o mês em relação ao histórico, que como citado é de 9 milímetros.
A VOZ DO POVO, Ano XIII, Edição 1417, 26 de Julho de 2014
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