REGIÃO É A MAIOR PRODUTORA DE BANANA DE SÃO PAULO


 

Mesmo com a praga conhecida como o "Mal do Panamá", cultura da variedade maça está em expansão

Cultura adquiri hábito cigano para fugir da praga
 
     
 

Mesmo com a praga conhecida como o "Mal do Panamá" cultura da variedade maçã está em expansão

Trinta anos depois de ser dizimada pela praga conhecida como "Mal do Panamá", a banana volta com toda força no cenário da região. Nas regiões de Fernandópolis e Jales já são mais de 4 mil hectares plantados o que coloca a região como a maior produtora de banana maçã do Estado.
 Não precisa ir longe para comprovar a expansão da banana. Próximo a área urbana, no final da Avenida Amadeu Bizeli, e após a estrada de ferro, no sentido São João das Duas Pontes, os bananais dominam a paisagem a perder de vista.
A expansão da cultura desafia a praga dos bananais. O fungo identificado como "Mal do Panamá" está readquirindo o potencial de destruição o que reduz para no máximo duas safras a produtividade da bananeira. "O jeito é conviver com a praga e ir mudando de área", diz Nelson Pântano, um dos maiores produtores de banana da região.
O diretor da CATI - Regional de Fernandópolis, Luiz Carlos Pagoto, revela que a banana maçã voltou com força há 6 anos e ainda está em expansão. "Alguns produtores viram na banana maçã, possibilidade de conseguir algum lucro, investiram no plantio e realmente estão conseguindo resultado satisfatório, apesar da praga", disse o agrônomo.
Segundo Pagoto, esse período de 30 anos em que não se plantou banana, acabou fazendo com que o fungo da doença apresentasse potencial de risco menor. Com isso algumas lavouras chegaram a durar em torno de 3 anos. "Hoje quando atinge de 1 ano e meio a 2 anos, ela já está comprometida pela doença e deixa de produzir, porque a praga voltou com força", assinala.
Para uma cultura que saiu do zero há 6 anos, a banana já ocupa um grande espaço na região. Só em Fernandópolis, a cultura já ocupa cerca de 1,7 mil hectares nos 12 municípios da regional. Em Jales, a área plantada é equivalente. Em todo o Estado, Fernandópolis e Jales dominam a maior região produtora de banana maçã.
Para o diretor da CATI, Luiz Carlos Pagoto, o produtor rural não pode sair plantando banana porque o mercado é satisfatório. "É uma cultura de risco e que o produtor tem que saber que ele pode plantar e talvez nem colher, gastar e não ter retorno", alerta.

     
 

Cultura adquire hábito cigano para fugir da praga

A praga conhecida po "Mal do Panamá" não perdoa. O fungo, de alto poder destrutivo, ataca e mata a planta sem dó, impedindo que ela possa continuar em produção. "Temos que conviver com ela e ir mudando a lavoura todo ano", diz Nelson Pântano que tem de 500 mil a 600 mil pés plantados em Fernandópolis e Santana da Ponte Pensa. 
Os produtores Sidney e Mário Alvizi cultivam hoje cerca de 200 mil pés, parte já em produção. Segundo Mário, o ciclo de produção de bananeira dura em média um ano, antes de morrer atacada pelo fungo. "A gente tem que pegar os filhotes (muda que brota em seguida ao cacho) e replantar em outro local", diz. O fungo ataca a planta, que murcha e morre em seguida. Por isso, a banana virou uma espécie de cultura cigana, que precisa mudar anualmente de área.
Apesar dessa praga, Nelson Pântano diz que ainda compensa produzir banana, mas ele acredita que daqui a alguns anos a banana tende a virar laranja, numa referência a crise que atinge o setor por excesso de produção. "Tem muita gente plantando banana", diz, lembrando que no ano passado jogou banana fora por excesso de produto no mercado que fez o preço cair. Este ano o preço, 14 reais a caixa com 22 Kg, está compensando porque a produção foi menor em função da estiagem. A queda na produtividade, segundo Pântano, é significativa já que em situação normal de chuva, um cacho de banana chega a pesar até 20 Kg, e atualmente pesando em média 7 Kg.

 Jornal de Jales, 21 de Novembro de 1999. - p. 1-13