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Palestra" Áreas ripárias urbanas degradadas: o que e como fazer"em Biriguí em 9 de outubro de 2013
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No dia 9 de outubro de 2013 à partir das 20 horas foi realizado na sede da Associação do Engenheiros e Arquitetos de Birigui (ASSENAB) a palestra com tema "Áreas ripárias urbanas degradadas: o que e como fazer?" com o intuito de buscar soluções sustentáveis para a recuperação de áreas degradadas, com especial foco na microbacia do córrego Parpineli.

A palestra foi ministrada pelo Engenheiro Agrônomo Fernando Braz Tangerino Hernandez, Professor Titular da Área de Hidráulica e Irrigação UNESP Ilha Solteira e que juntamente com o Professor Dr. Dib Gebara, também da UNESP Ilha Solteira conceberam o projeto "AVALIAÇÃO HIDROLÓGICA E PROJETO EXECUTIVO DA ADEQUAÇÃO DO ESCOAMENTO DE ÁGUA NA BACIA HIDROGRÁFICA DO CÓRREGO PARPINELI BIRIGUI - SP" em que tem por objetivo executar um solução sustentável para a microbacia que já se encontra degradada desde o seu início. Na proposta a implantação de 7 hectares de mata ciliar em plena área urbanizada de Birigui se constituiria no maior fragmento árboreo, trazendo conforto térmico e visual à população, especialmente a do entorno. Uma análise da temperatura do núcleo urbano em 1 de setembro de 2011 (13:11 horas) mostrou que há variação de até 6ºC entre as diferentes áreas, com a menor temperatura observada na área remanescente de mata.

O Professor Dr. Fernando Tangerino explicou que no processo de desenvolvimento e crescimento das cidades a impermeabilização das superfícies infiltrantes é um fato concreto e a conseqüência é o impacto, muitas vezes de grande proporção, sobre os recursos hídricos, afetando tanto em qualidade, como na sua disponibilidade sendo o que se verifica na bacia Hidrográfica do Córrego Parpinelli em Birigui, Estado de São Paulo, desde a sua nascente à foz, com impacto visível no entorno do seu leito.

A intensa ocupação por loteamentos à montante é evidenciada por 66% de superfície impermeabilizada e o córrego Parpineli sofre com estruturas hidráulicas que ficaram sub-dimensionadas, sem dispositivos de segurança e ainda o lançamento de materiais diversos e ocupação irregular, como se observou em campanhas de campo, mostrada em imagens ao público formado por 40 pessoas, entre eles engenheiros, advogados e outros interessados.

O impacto vai desde destruição de bueiros, galerias, asfalto, erosão acentuada de até 3,5 metros no leito e erosão em taludes e margens ao longo do leito, a partir da Avenida Professora Geracina de Meneses Sanches. Outra conseqüência do aumento da vazão proporcionada pelo aumento da taxa de impermeabilização e a existência de estrutura hidráulicas inadequadas foi o surgimento de uma área úmida que pela topografia natural do terreno não deveria existir, ao menos nesta magnitude observada, ou seja, é evidente que a ação antrópica resultou também numa área úmida, saturada, com a presença de macrófitas, com a predominância da espécie Typha sp (tabôa), caracterizando uma área perturbada ou em estágio avançado de degradação ambiental, reflexo do assoreamento do talvegue e também de que parte das nascentes do Córrego Parpinelli foi recentemente ocupada.

A declividade natural do terreno também traz efetivo aumento na velocidade da água, que deve ser contida. Conveniente ressaltar que na área total da microbacia hidrográfica do córrego Parpinelli tendo como foz o muro a montante do Villa Chafariz, que corresponde à uma área de 286,4 hectares, encontra-se apenas 1,9 hectares de mata remanescente (1%) ou fragmento arbóreo. Já na área de interesse deste projeto que se inicia na Avenida Professora Geracina de Meneses Sanches teria uma Área de Preservação Permanente (APP) total de 8,0 hectares e intervenção, ou recuperação da área, em especial inicialmente pelo trecho superior do córrego Parpinelli é exigida para que se tenha um controle e estanqueamento da degração ambiental.

Ainda de acordo com os autores do projeto, "o dessassoreamento e adequação do leito do Córrego Parpinelli com recomposição florestal da área ciliar circundante em uma microbacia em acelerado processo de urbanização na cidade de Birigui é uma ação urgente e também faz-se necessária a drenagem de parte da área de interesse e com isso adquirindo condições de se recompor a revegetação ciliar correspondente, pela eliminação da zona saturada e das plantas aquáticas (macrófitas) que depende destas zonas para seu desenvolvimento, o que ocorre, pela elevação do lençol freático."

A Academia Nacional de Ciências dos Estados Unidos definiu, em 1974, um conjunto de três termos - restauração, reabilitação e recuperação - como processos parecidos, diferenciando-se quanto ao produto a ser obtido. Restauração seria a reposição das exatas condições ecológicas da área degradada, justificável para ambientes raros, que não é caso. Reabilitação seria o retorno da função produtiva da terra, não do ecossistema, por meio da revegetação. Recuperação seria a recomposição presente, sem o estreito compromisso ecológico, mas, sobretudo o ambiental.

Em sua apresentação, o Professor Dr. Fernando Tangerino ressaltou que atualmente a recuperação assume várias formas, possui vários objetivos e tornou-se um termo genérico e, assim, pode ser conseqüência de qualquer processo que vise à obtenção de uma nova utilização para a área degradada, desde que resulte na formação de uma paisagem estável e o que se pretende no projeto é a RECUPERAÇÃO de uma região, uma vez que a intervenção pretendida no ambiente seria para se ter condições para a revegetação e, como conseqüência, um regime de vazão mais estável, menos sujeitos à inundações e aos efeitos das chuvas, proporcionando condições para o crescimento da flora, o retorno da diversidade da fauna, da evapotranspiração e ampliação do conforto térmico local e os benefícios decorrentes destes fatos.

Explicou em detalhes e com exemplos que a recuperação pretendida possibilita o cumprimento da Legislação, reestabelece a proteção ao corpo d'água e seu entorno através de uma APP de 30 metros em cada margem. O problema que é ao longo do tempo e sem que práticas conservacionistas fossem adotas, o leito foi assoreado e uma área saturada se instalou em grande parte do talvegue, impossibilitando a implantação da área de mata ciliar na área adjacente ao córrego e que formaria a APP da microbacia, mas para isso há a necessidade da intervenção proposta.

De acordo com o projeto, considera-se como ponto forte da intervenção a necessidade de se estancar ou mitigar o elevado grau de degradação ambiental em que se encontra a microbacia, inserida em um ambiente urbano. A reversão da atual situação, ou seja, a retificação do talude do córrego, reduzindo a velocidade da água na onda de cheia, cada vez mais crescente, que provoca a erosão e da troca de uma espécie colonizadora predominante por ao menos 80 espécies diferentes na área adjacente traria a melhoria no microclima e a possibilidade da ampliação e diversificação da fauna e flora, atendendo a legislação atual. A situação atual não traz benefício algum, enquanto que um talveque protegido, com estruturas de dissipação de energia, cercado de vegetação de diferentes espécies traz inegável ganho ambiental.

Finalizando sua participação o Professor Fernando Tangerino disse que "entende que a proposta é a melhor para a microbacia, especialmente por a intervenção acontecer exatamente no início da microbacia. Uma simples visita ao local desde a nascente - pouco acima da Avenina Professora Geracina de Meneses Sanches, passando pelo aterro da ferrovia, pelo condomínio Villa Chafariz, pela rua Tupy e até a sua foz, próxima à ASSENAB, comprova o grau de degradação do local, que não é a única microbacia degradada. Mas na do Parpinelli há investidores interessados em realizar as intervenções necessárias para garantir a sustentabilidade e a viabilidade econômica do seu empreendimento, e a proposta é a do tipo ganha-ganha, ou seja, valoriza o empreendimento, ao mesmo tempo em que mitiga os efeitos danosos da ocupação do solo e a sua impermeabilização à montante do córrego." Finalizou que a "resistência enfrentada para a recuperação de parte do Parpinelli é equivocada, seria legítima se fosse uma ação exigindo o acompanhamento e fiscalização da intervenção pretendida, como apresentada e aprovada em todas instâncias o projeto e o que temos na área atualmente pela interrupção da obra e a impossibilidade de fechar valetas, mais focos de erosão causada pela ação das chuvas. " Lamentável, finalizou.

As fotos foram cedidas pelo Engenheiro Ronaldo Vagner Braga Martins.

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