CAFÉ IRRIGADO APRESENTA
BONS RESULTADOS


 

Muitos produtores da região da Alta Mogiana estão manifestando interesse no plantio de café com sistema de irrigação. É o que vem sendo constatado pelo Departamento Agronômico da CAROL, após resultados satisfatórios obtidos com as lavouras irritadas e, também, em função dos sérios prejuízos causados pela forte estiagem deste ano.
"A procura de informações técnicas, principalment no que se relaciona à incidência da irrigação nos custos de produção, realmente tem nos surpreendido", informa Arnaldo Martisn de Andrade, agrônomo da Cooperativa, daí a expectativa de ampliação do cultivo irrigado.
 


 
É Interessante a Diversificação

          O agronômo da CAROL entende que o plantio de café na região é um fator positivo no sentivo da diversificação de culturas. "Numa mesma propriedade, é interessante que sejam mantidas diferentes lavouras, como soja, milho, cana-de-açúcar e café". Arnaldo ressalta que, ao contrário do que acontecia antigamente, hoje não é necessário manter uma área extensa para o café, podendo sua exploração ser feita em até pequenas glebas, desde que a lavoura seja conduzida de maneira tecnicamente adequada.
          Para os cooperados que se interessam, Arnaldo Martins de Andrade fone (16) 3820-1008) pode fornecer todas as informações relativas ao plantio de café, quanto às variedades mais indicadas, adensamento, tratos culturais, e também sobre sistemas de Irrigação. O produtor pode optar por diferentes sistemas:
        -
pivô central - mais indicado para áreas maiores, com declividade até 20%, exigindo menos mão de obra.
        -
gotejamento - com baixo custo de instalação, serve para lavouras pequenas ( até 10 hectares) em qualquer tipo de solo, declíveis em até 30% e regiões de baixa disponilidade de água.
         - "
tripa " - de custo inicial inferior, exige mais mão-de-obra, recomendando-se sua utilização em áreas pequenas e médias (até 30 hectares) , em qualquer tipo  de solo e boa disponibilidade de água.

RENDIMENTO DA CULTURA COMPENSA O INVESTIMENTO

          Quadros demonstrativos elaborados pelo Departamento Agrômomo  da CAROL( quadro abaixo) comprovam, para relação custo/benefício, que compensa implantar o sistema de irrigação em lavouras de café.  Em circunstâncias normais, o café sequeiro rende 22 sacas beneficiadas, por hectare, na primeira safra, chegando a 103 sacas no final de três safras, ao passo que o café irrigado rende 37 na primeira e 150 sacas nas três safras.
          Já em circunstâncias anormais, conforme o exemplo que se teve este ano com a forte estiagem, a diferença é bem maior em favor da área irrigada. O café sequeiro este ano, na primeira safra, em algumas lavouras ainda atingiu perto de 15 sacas, enquanto em outras não chegou sequer a render 6 sacas por hetare.
Um problema : Os terreiros lotados
           O agrônomo Arnaldo Martins de Andrade toma o exemplo da Fazenda São José, Nupuranga; de propriedade do cooperado Fernando Martins de Barros, onde toda lavoura de café é bem conduzida. Na área de sequeiro, a média de produção da lavoura de primeira safra (em 60 hectares) superou 40 sacas/ha.
          "O rendimento na área irrigada superou nossa expectativa", confirma Fernando Martins de Barros, revelando que passou a ter um problema: a falta de espaço nos terrreiros para secagem do café colhido. A solução pensada dou suspender a colheita por uma semana, mas aí haveria um outro problema, o de ultrapassar o período normal  da safra, que dever terminar em agosto para não prejudicar a florada de setembro.
           O cooperado cogita, para o próximo ano, utilizar produtos que possam uniformizar a maturação dos cafeeiros, tal como é feito nos canaviais. "Cada vez mais nos convencemos de que o sucesso na produção do café depende do manejo da lavoura, no sentido ded sua condução mais tecnicamente recomendada", conclui Fernando Martins de Barros.

QUANTO CUSTA IMPLANTAR E MANTER O CAFEZAL

           Os dois quadros dão uma idéia de quanto custa a implantação e manutenção da cultura do café em área de sequeiro ou irrigada, oferecendo também uma noção quanto à produtividade. De acordo com os números relativos a cada ano, conclui-se que, ao final de quatro anos e meio, o produtor terá gasto, por hectare, R$ 14.644,83 em área irrigada. No primeiro caso, estima-se que ele estará colhendo um total de 103 sacas beneficiadas: com irrigação, a colheita será de 150 sacas.
          Traduzir essa produção em dinheiro fica difícil, tendo em vista a intensa oscilaçào nos preços do café, podendo variar de 100 a 200 reais a saca, conforme o ano. Mas, imaginando-se o preço médio de R$ 150,00 durante todo o período, a conclusão é que a receita bruta, por hectare, com o café de sequeiro será de R$ 15.450,00 e coim o café irrigado, R$ 22.500,00 dando resultado líquido, respectivamente, de R$ 805,17 e R$ 4.035,19 nos quatro anos e meio.

Estimativa de custos e perspectiva do café sequeiro (por hectare)

Idade

Custo( R$)

Produtividade Sc. beneficiadas

Implantação

1.815,36

-
0-1

995,98

-
1-2

1.301,41

-
2-3

2.435,62

22,00

3-4

4.131,78

48,00

4-5

3.964,687

33,00

Total

14.644,83

103,00

Obs: Considerando condiçòes climáticas favoráveis
 

Estima de custos e perspectiva do café irrigado (por hectare)

Idade(anos)

Lavoura

Pivô Central

Total

Sc. Beneficiadas

Implantação

1.815,36

1.862,60

3.677,96

-
0-1

995,98

208,76

1.204,74

-
1-2

1.301,41

211,26

1.512,67

-
2-3

2.739,66

213,34

2.953,00

37,00

3-4

4.429,13

213,34

4.642,47

65,00

4-5

4.199,38

274,09

4.473,97

48,00

Total

15.481,42

2.983,39

18.464,81

150,00

           Obs: Considerando pivô para área de 120 hectares

 

Informativo CAROL, Tecnologia, Julho de 2000, p.6