JALES TEM A MAIOR ÁREA PLANTADA DE
PINHA
A pinha ganha espaço na região de Jales, a 150
quilômetros de Rio Preto. De acordo com o levantamento da Coordenadoria de Assistência Integral (CATI)
de Jales, a região, que compreende 22 municípios, conta com 202 mil pés da fruta, com produção
de 2,7 milhões de quilos. É a maior área plantada do Estado de São Paulo. A produção
se concentra nas cidades de Urânia e Santa Salete.
"A região de Lins é tradicional no cultivo da pinha, mas os pés daquela região
estão em torno de 60 mil", afirma a engenheira agrônoma da CATI, Neli Antonio Meneghini Nogueira.
A produção de pinha em Lins é concentrada no primeiro semestre do ano, sendo que, em Jales,
a produção se estende até novembro.
O plantio da pinha começou a ser incrementado na região a partir de 1989. O clima úmido, com
temperaturas altas, favoreceu o cultivo. A engenheira agrônoma explica que a região de Jales está
em posição mais favorável em relação a Lins, porque, a partir de agosto, os
ventos frios que atingem aquela região são prejudiciais para a planta.
"A pinha é uma alternativa para o produtor. As técnicas de polinização e poda
manuais permitem colocar frutos no mercado fora da safra", afirma Neli. Essa é a principal questão
que faz com que os produtores invistam na cultura e tenham um preço melhor.
A pinha produzida na região é enviada para a Central Estadual de Abastecimento SA (CEASA) de São
Paulo e Campinas e também para as cidades de Curitiba (PR) e Belo Horizonte (MG).
Em 2000, o preço da caixa de 4 quilos, com sete ou oito frutos, fora da safra, chegou a R$ 20,00 para a
venda na CEASA, em São Paulo, ou seja, R$ 5,00 o quilo. O valor da caixa é estabelecido por tipos:
varia de acordo com a quantidade de frutos na caixa padrão. Quanto mais frutos na caixa, mais baixo é
o valor. No ano passado, o preço da caixa com sete e oito pinhas caiu para cerca de R$ 13,00.
As propriedades são pequenas, não ultrapassam 40 hectares. A primeira colheita acontece com um ano
e meio de cultivo e a planta produz por cerca de 8 anos. São cerca de 280 pequenos produtores na região.
"O que pesa no custo da produção são as técnicas de polinização
e poda que exigem mão-de-obra", afirma Neli.
Cada árvore produz cerca de três caixas de 4 quilos de frutos. O custo é cerca de R$ 3,20 e,
no pico da safra - final de janeiro e início de março - o preço para venda no atacado, gira
em torno de R$ 3,00 e 3,20. Neli conta que o aparencimento de pragas na plantação está sendo
o principal problema dos produtores.
"Apareceram a broca do fruto e da semente, que ainda não têm controle total", afirma Neli.
A pinha é um opção a mais para o produtor. A região de Jales tem como principal cultura
a uva que produz no segundo semestre do ano. Em contrapartida, a pinha produz nos primeiros seis meses do ano.
"O segredo da cultura da pinha é antecipar a colheita. É necessário produzir antes da
safra para ter o preço melhor", afirma o produtor Artur Vicente Valério. Ele conta que a sua
produção em novembro foi destinada somente para a cidade de Maringá (PR). "O comprador
veio buscar a carga na lavoura. Para ter a produção antes da safra, faço irrigação,
a poda em abril e a polinização", explica Valério.
REGIÃO SE DESTACA NA PRODUÇÃO
DE FRUTAS
A região de Jales se firma como produtora de frutas
de mesa. A região, que compreende 22 municípios, possui 5,2 milhões de pés de uva,
limão, poncã, manga, coco-da-baía, laranja, pinha e atemóia. Além de 1.856 hectares
de banana-maça. O levantamento é do último ano agrícola 200/2001, realizado pela Coordenadoria
de Assistência Integral (CATI), regional de jales. A estrutura fundiária é o ponto forte, que
faz a região ter vocação para a fruticultura.
"As pequenas propriedades e a mão-de-obra familiar são as principais características
dessas culturas, além do clima favorável", afirma a engenheira agrônoma da CATI, Neli
Antonio Meneghini Nogueira.
As frutas começaram a tomar o lugar do algodão e miho a partir de 1984. As culturas anuais cederam
lugar às perenes pela descapitalização do produtor. "Com a decadência do algodão,
o produtor começou a procurar produtos com valor agregado e a fruticultura foi o caminho encontrado",
explica o diretor da CATI, Brás Tomás.
A principal cultura é a da uva Itália, que produz atualmente, 26,2 milhões de caixas de 40,8
quilos. São 717 mil pés, sendo que o município de Jales é o maior produtor. "Nesses
últimos anos, muitos produtores abandonaram o cultivo da uva, mas a produção se manteve equilibrada
porque outros produtores investiram no setor", afirma Neli.
O preço da uva Itália na última safra ficou entre R$ 0,80 e R$ 1,20 o quilo. O custo de produção
fica na média de R$ 0,40.
De acordo com especialistas, na cultura da uva, o custo de produção é alto, principalmente
pelo preço dos insumos que subiu com a alta do dólar.
"Não estou aumentando a área plantada da minnha propriedade. O preço da fruta, defasado,
ficou muito atrás na mão-de-obra e nos insumos", afirma o produtor Artur Vicente Valério.
Para o engenheiro agrônomo e integrante da Cooperativa Agrícola Mista de Produtores da Região
de Jales, Wilson Katayama, "mesmo com a queda recente da moeda norte-americana, o preço ficou lá
em cima", diz. Ele defende que o produtor de uva deva buscar a qualidade do produto e a tecnologia. "O
produtor de uva precisa encarar a atividade com a empresa. A terra não gera renda. a pessoa que vive da
agricultura deve saber que o padrão de vida do produtor não é mais o mesmo de antigamente.
Não há espaço par quem não tem essa conduta" pondera Katayama".
A exportação de uva Itália para a Argentina está paralisada, de acordo, com Katayama
e não há previsão para o retorno dos negócios. (JS)
DIVERSIFICAÇÃO FAZ A ECONOMIA
O cultivo da laranja está em 3,5 milhões de pés com 8,4 milhões de caixas de 40,8
quilos. A cultura está vivendo um período de ascendência. "Não há pronta-entrega
de muda para novos plantios e a procura está colocando o preço em até R$ 4,00 cada exemplar",
explica Neli. A procura por mudas põe fim ao período de crise na cultura, quando o preço da
fruta despencou e fez muitos produtores mudar de atividade.
A produção de laranja vai para o Mato Grosso e Goiás. Para a entrega direta no varejo a caixa
de 40,8 quilos está entre R$ 9,00 e R$ 11,00.
No último ano, a banana-maça sofreu com uma praga conhecida como "Panamá". Hoje,
a produção está em 22,7 mil toneladas. "A praga não tem controle e isso está
limitando a expansão da cultura na região", justifica a engenheira agrônoma.
A cultura do coco-da-baía cresceu 10% e está com 27,8 mil pés plantados. O município
com maior produção é Jales com seis mil pés e 600 mil frutos. "O produtor não
precisa de uma área grande para plantar. A produção leva cerca de 5 anos e o investimento
não é muito grande", explica Neli.
A cultura do llimão não está em uma boa fase. "Produtor não conseguiu vender a
fruta fora da época e isso desanimou quem investiu", analisa a especialista. (JS)
fonte: Diário da Região - 13 de janeiro de
2002
PRODUÇÃO DE FRUTAS - JUNHO DE
2001
Pinha e atemóia (família das
anonácias)
» Pés plantados: 213.050
» Produção: 2,9 milhões de quilos
» Município com maior produção: Urânia e Santa Salete
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Uva fina
» Pés plantados: 717 mil
» Produção (caixa de 40,8
kg): 26,2 milhões
» Município com maior produção: Jales
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Laranja
»
Pés plantados: 3,5 milhões
»
Produção (caixa de 40,8 kg): 8,4
milhões
» Município com maior produção: Pontalinda
|
Banana-maça
» Pés plantados: 1.856 hectares
» Produção: 22,7 mil toneladas
» Município com maior produção: Aparecida D'Oeste e Mesópolis
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Limão
» Pés plantados: 576.650
» Produção (caixa de 40,8
kg): 2,1 milhões
» Município com maior produção: Palmeira D'Oeste
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Manga
» Pés plantados: 170.750
» Produção (caixa de 20
kg): 579,7 mil
» Município com maior produção: Nova Canaã Paulista, Três Fronteiras e Marinópolis
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Poncã
» Pés plantados: 33.100
» Produção (caixa de 40,8
kg): 112,8 mil
» Município com maior produção: Paranapuã
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Coco-da-baía
» Pés plantados: 27,8 mil
» Produção: 2,2 milhões de frutos
» Município com maior produção: Jales
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Fonte:Coordenadoria de Assistência Integral (CATI) -
Regional de Jales - abrangência 22 municípios
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