FERRUGEM ASIÁTICA CHEGA À SOJA DA REGIÃO

Carlos Eduardo de Souza

O primeiro caso de ferrugem asiática da soja deste ano na região do Escritório de Desenvolvimento Regional (EDR) de Rio Preto foi identificado ontem pela manhã.
Segundo o engenheiro agrônomo, Fábio Morales, da empresa de defensivos agrícolas A. R. Casa Grande, um foco da doença foi encontrado em uma plantação de soja com 10 alqueires no município de José Bonifácio. “Já está ‘esporulando’ (disseminando esporos) e acredito que novos pontos podem ser localizados nos próximos dias”, disse.
A ferrugem asiática é provocada pelo fungo Phakopsora pachyrhizi, que causa queda de folhas, compromete o desenvolvimento e pode levar a planta à morte. No verão, quando a planta atinge porte e causa o fechamento das ruas, ocorrem as condições favoráveis de temperatura e umidade para proliferação do fungo.

Morales afirmou que a lavoura na propriedade com foco de ferrugem da soja tem aproximadamente 80 dias de desenvolvimento. “Os grãos estão em fase de enchimento e é necessária a aplicação de defensivos agrícolas para conter o avanço da doença”, disse. Ele recomendou aos sojicultores da região intensificar as inspeções e fazer aplicações preventivas com combinações que contenham triazol e estribirulina.
A Casa Grande faz o acompanhamento de 25 lavouras de soja e Morales preferiu não identificar a propriedade com o problema. “Além dos 10 alqueires, o filho do produtor tem 50 alqueires com soja”, disse. Segundo estimativa do Instituto de Economia Agrícola (IEA), da Secretaria de Agricultura e Abastecimento do Estado de São Paulo, o plantio de soja nos municípios subordinados aos Escritórios de Desenvolvimento Regional de Barretos, Catanduva, Fernandópolis, General Salgado, Jales, Rio Preto e Votuporanga totaliza 130,8 mil hectares.
A previsão é obter produção de 5,76 milhões de sacas de 60 quilos do grão na safra 2004/2005.
O engenheiro agrônomo do Escritório de Defesa Agropecuária (EDA) de General Salgado, Nelson Seraphim Júnior, afirmou que nos cultivos de soja daquela região não foram detectados casos positivos de ferrugem asiática nesta safra.
O EDR de General Salgado responde por 9,65 mil hectares dedicados à cultura. Os escritórios de Rio Preto e Votuporanga, que mantêm, cada um, mais de 5 mil hectares plantados com soja, também informaram que não foram comunicados casos da doença. Segundo Geysa Josefina Ruiz, do EDA de Rio Preto, disse, no final da tarde de ontem, que ainda não havia recebido a informação sobre o caso em José Bonifácio.

O EDA de Barretos, no entanto, já registrou 10 casos de ferrugem asiática este ano. Segundo Paulo Brito, os casos atingiram plantas na fase que antecede o desenvolvimento das vagens. Barretos conta com 97 mil hectares dedicados à soja e deve colher nesta safra, mais de 4,6 milhões de sacas de 60 quilos. “Os focos foram em propriedades do município de Barretos, Colômbia, Guairá e Guaraci”, disse.

 



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