O
primeiro caso de ferrugem asiática da soja deste ano na região
do Escritório de Desenvolvimento Regional (EDR) de Rio Preto
foi identificado ontem pela manhã.
Segundo o engenheiro agrônomo, Fábio Morales, da empresa
de defensivos agrícolas A. R. Casa Grande, um foco da doença
foi encontrado em uma plantação de soja com 10 alqueires
no município de José Bonifácio. “Já
está ‘esporulando’ (disseminando esporos) e acredito
que novos pontos podem ser localizados nos próximos dias”,
disse.
A ferrugem asiática é provocada pelo fungo Phakopsora
pachyrhizi, que causa queda de folhas, compromete o desenvolvimento
e pode levar a planta à morte. No verão, quando a planta
atinge porte e causa o fechamento das ruas, ocorrem as condições
favoráveis de temperatura e umidade para proliferação
do fungo.
Morales afirmou que
a lavoura na propriedade com foco de ferrugem da soja tem aproximadamente
80 dias de desenvolvimento. “Os grãos estão em fase
de enchimento e é necessária a aplicação
de defensivos agrícolas para conter o avanço da doença”,
disse. Ele recomendou aos sojicultores da região intensificar
as inspeções e fazer aplicações preventivas
com combinações que contenham triazol e estribirulina.
A Casa Grande faz o acompanhamento de 25 lavouras de soja e Morales
preferiu não identificar a propriedade com o problema. “Além
dos 10 alqueires, o filho do produtor tem 50 alqueires com soja”,
disse. Segundo estimativa do Instituto de Economia Agrícola (IEA),
da Secretaria de Agricultura e Abastecimento do Estado de São
Paulo, o plantio de soja nos municípios subordinados aos Escritórios
de Desenvolvimento Regional de Barretos, Catanduva, Fernandópolis,
General Salgado, Jales, Rio Preto e Votuporanga totaliza 130,8 mil hectares.
A previsão é obter produção de 5,76 milhões
de sacas de 60 quilos do grão na safra 2004/2005. O
engenheiro agrônomo do Escritório de Defesa Agropecuária
(EDA) de General Salgado, Nelson Seraphim Júnior, afirmou que
nos cultivos de soja daquela região não foram detectados
casos positivos de ferrugem asiática nesta safra.
O EDR de General Salgado responde por 9,65 mil hectares dedicados à
cultura. Os escritórios de Rio Preto e Votuporanga, que mantêm,
cada um, mais de 5 mil hectares plantados com soja, também informaram
que não foram comunicados casos da doença. Segundo Geysa
Josefina Ruiz, do EDA de Rio Preto, disse, no final da tarde de ontem,
que ainda não havia recebido a informação sobre
o caso em José Bonifácio.
O EDA de Barretos,
no entanto, já registrou 10 casos de ferrugem asiática
este ano. Segundo Paulo Brito, os casos atingiram plantas na fase que
antecede o desenvolvimento das vagens. Barretos conta com 97 mil hectares
dedicados à soja e deve colher nesta safra, mais de 4,6 milhões
de sacas de 60 quilos. “Os focos foram em propriedades do município
de Barretos, Colômbia, Guairá e Guaraci”, disse.
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