Os
114 produtores rurais que possuem terras próximas às áreas
das nascentes e às margens do rio Preto, em Cedral, terão
subvenção monetária de no máximo U$ 3 mil,
cerca de R$ 9 mil, para promover a implantação de um plano
que recuperação ambiental em parte de suas terras. A área
tem 2,67 mil hectares. O rio Preto abastece a Represa Municipal de Rio
Preto, e apenas três dos 19,8 quilômetros do curso d’água
têm proteção vegetal nas margens. O ideal seria
que pelo menos 75% da extensão do rio estivesse com a cobertura
vegetal intacta. Áreas de Proteção Permanente (APP)
foram desmatadas para plantio e criação de gado. A iniciativa
deverá dar os primeiros passos em novembro.
Uma reunião,
ontem, marcou o início da implantação do plano
de proteção e recomposição da mata ciliar
nas nascentes do rio Preto. O promotor Ademir Peres, curador do meio
ambiente em Rio Preto, representantes da Coordenadoria de Assistência
Técnica Integral (Cati), Coordenadoria de Defesa Agropecuária
(CDA), órgãos ligados à Secretaria de Estado da
Agricultura e Abastecimento, Polícia Ambiental, além de
representantes das prefeituras de Rio Preto e Cedral participaram da
reunião. A Cati vai desenvolver um projeto de recuperação
para cada produtor. Depois, o produtor deverá assinar um Termo
de Ajustamento de Conduta (TAC) com o Ministério Público
(MP) e terá cerca de seis meses para implantar o plano de recuperação.
“O plano é parte Programa Estadual de Microbacias Hidrográficas
(PEMH) que tem recursos do Banco Mundial”, afirma Antônio
Carlos Martins, diretor regional da Cati. O PEMH inclui plantio de mudas,
conservação de solo, controle de erosões e voçorocas
e construção de terraços para se evitar erosão.
“O plantio
das primeiras mudas na área degradada deve começar em
novembro”, diz o promotor Ademir Peres. A previsão é
que o produtor gaste do próprio bolso o que for delineado pelo
plano e que depois seja reembolsado no máximo em 50% do valor,
que não vai ultrapassar os U$ 3 mil por produtor. “O dinheiro
será disponibilizado pelo Governo do Estado”, diz Martins.
O PEMH prevê a criação de associações
de produtores rurais. “Em bloco, os produtores também podem
pleitear verbas a fundo perdido”, afirma o promotor Ademir Peres.
O produtor que assinar o TAC e não cumpri-lo poderá sofrer
sanções penais e civis. “Nosso trabalho será
de fiscalização do cumprimento das etapas do plano de
recuperação”, diz Luiz Antônio de Abreu, diretor
regional da Coordenadoria de Defesa Agropecuária (CDA). A Polícia
Ambiental também participará da fiscalização.
Está marcada para a próxima quinta-feira uma reunião
entre as autoridades e os produtores rurais em Cedral. O encontro vai
apresentar aos produtores o que foi definido até agora para recuperar
a área.
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