O
Programa de Microbacias Hidrográficas registrou um crescimento
no número de projetos aprovados de 49,8% no ano passado em relação
a 2002. Segundo o coordenador regional do programa, Cláudio Antônio
Baptistella, a meta é fechar o ano de 2004 com 900 projetos aprovados,
200 deles na região de Rio Preto.
Ontem e hoje, técnicos de nove Escritórios de Desenvolvimento
Rural (EDRs) e 120 representantes de 60 associações de
produtores rurais participam de palestras e oficinas que permitirão
o fortalecimento das associações cujos projetos foram
aprovados. Atualmente, o Programa de Microbacias Hidrográficas
conta com 431 projetos aprovados e 461 municípios paulistas inscritos.
Novos projetos foram propostos e, até o final do acordo com o
Banco Mundial, o Estado de São Paulo pretende implantar 1,5 mil
microbacias. Lançado em 1987, o programa de microbacias tem como
objetivo mudar o comportamento da população das microbacias
para que adote sistemas produtivos que conservem o meio ambiente, preservando
recursos hídricos e o solo, com a aplicação de
atividades econômicas sustentáveis.
Além disso,
diante da nova realidade econômica, as associações
rurais servem de elo de ligação para o fortalecimento
e a integração dos micro e pequenos produtores, o que
facilita desde a adoção iniciativas associativistas de
compra de insumos, máquinas, implementos até a venda da
colheita e definição dos produtos que serão cultivados
e para que tipo de consumidores destinam-se. Baptistella afirmou que
o programa de microbacias aglutina 33 mil produtores rurais no Estado
de São Paulo em uma área de 1,4 milhões de hectares.
O programa dispõe de linha de crédito de US$ 126 milhões
(cerca de R$ 365,4 milhões ao câmbio comercial de ontem)
do Banco Mundial. Cada projeto de conservação dos recursos
do meio ambiente aprovado e executado tem direito à subvenção
de 50% do valor investido. Os produtores que fazem parte do programa
de microbacias investiram, até o momento, US$ 6,14 milhões
(cerca de R$ 17,8 milhões) e obtiveram subvenção
de US$ 3,55 milhões (cerca de R$ 10,3 milhões). “90%
das subvenções destinaram-se a projetos inferiores a US$
1 mil (cerca de R$ 2,9 mil)”, disse Baptistella.
Microcomputadores
Entre as associações de produtores rurais inscritas no
Programa de Microbacias Hidrográficas, serão distribuídos
100 microcomputadores e impressoras para otimizar o controle das atividades
rurais e criar a possibilidade da troca de informações
e experiências entre as associações pela internet.
Segundo Carlos Eduardo Galletta, organizador do evento, o programa de
microbacias hidrográficas deve fazer com que a população,
por meio das associações, sejam protagonistas do projeto.
Galletta afirmou que cada microbacia é uma unidade de planejamento
de trabalho da extensão rural com objetivo de desenvolvimento
sustentado. Uma microbacia é espacialmente delimitada por divisores
de água e também pela comunidade que utiliza os recursos
hídricos locais.
Em função
de altura, relevo e localização espacial, o divisor é
o ente físico que determina a direção e sentido
em que a água correrá. Entre as iniciativas adotadas em
uma microbacia estão adubação verde, obras de terraceamento,
controle de vossorocas, retenção de um volume maior de
água na propriedade para fortalecer os lençóis
freáticos, aquisição comunitária de equipamentos,
mutirões com doação e plantio de mudas em matas
ciliares, preservação das áreas nativas, educação
ambiental, substituição do tombamento de terra a plantio
convencional pelo plantio direto.
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