DISCUTIDAS MEDIDAS REGIONAIS DE PRESERVAÇÃO

Elizandra Manfrim

O levantamento de problemas e soluções para a implantação de ações de preservação ambiental nas regiões de Votuporanga, Fernandópolis, Jales e Jaboticabal foi questão debatida durante o "Treinamento para Agentes Ambientais", iniciado em 28 de agosto e finalizado nesta quarta. Os municipios abrangidos são os que integram o Programa Estadual de Microbacias (PEMH). Pela área abrangência do Escritório do Desenvolvimento Rural (EDR) com sede no municipio, que abrange 11 cidades, participaram Américo de Campos, Cosmorama, Parisi, Paulo de Faria, Pontes Gestal e Valentim Gentil.
O treinamento aconteceu na Foz do Marinheiro e reuniu mais de 40 pessoas entre agentes, agrônomos, encarregados pelo EDR e representantes do Departamento de Águas e Energia Elétrica (DAEE). Os primeiros grupos são aqueles formados por pessoas da comunidade que servirão de elo entre os técnicos e agricultores, durante o desenvolvimento do PEMH.
Estes municipios são os que já estão na fase do projeto que prevê todo o tipo de levantamento para detectar a degradação do meio ambiente. Entre as questões levantadas, por meio de uma visita à bacia do municipio de Cardoso (Tomaizinho), estiveram erosões; ausência de mata ciliar. degradação de solo, pelo uso exagerado; e má conservação das nascentes d'água.

Água
Por meio de explanações de integrantes do DAEE, por exemplo, foi explicado como os agricultores devem proceder para a utilização racional da água em processos de irrigação e pelos poços artesianos. Este ponto foi visto pelo encarregado das áreas socio econômica, de agricultura familiar e ambiental pelo PEMH do EDR, Luiz Fernando Toscano, como uma das principais discussões. Isso porque é na agricultura que é utilizada cerca de 70% da água consumida, atualmente.
"Todas as discussões foram divididas em dois módulos. No primeiro, realizado no último mês, explicitamos todo o processo de funcionamento de uma microbacia, por meio do projeto do Governo do Estado, principalmente, os interligados ao meio ambiente. Já no segundo, que foi encerrado nesta quarta, enfocamos quais as formas para que sejam detectados os problemas do meio ambiente e como contribuir para o desenvolvimento da agricultura sem que haja a degradação da natureza", explica ele.

Natureza
Para debater os resultados e traçar um balanço das atividades do programa "Aprendendo com a Natureza", lançado em Votuporanga no início do ano, acontece no próximo dia 9, durante todo o dia, discussões no Pólo Regional do Noroeste Paulista (antiga Estação Experimental). O programa é voltado à conscientização ecológica de alunos do Ensino Fundamental para a implantação de ações pela comunidade na áreas de microbacias.
Devem estar presentes, além de Votuporanga, as regionais de Fernandópolis, São José do Rio Preto e Jales. Também foram convidadas a responsável pelos aspectos ambientais pelo PEMH, a agrônoma Escolástica Ramos de Freitas, e a autora da cartilha do "Aprendendo com a Natureza", Mônica Jakieviceus.

RETROSPECTIVA DA DEGRADAÇÃO AMBIENTAL
Durante as explanações sobre o "Treinamento para Agentes Ambientais", inicativa prevista pelo Programa Estadual de Microbacias Hidrográficas (PEMH), o encarregado pelo área socio econômica do Escritório de Desenvolvimento Rural (EDR) de Votuporanga, Luiz Fernando Toscano, fez uma retrospectiva do processo de degradação do meio ambiente, após a implantação da agricultura.
Na oportunidade, lembrou que o plantio para a subsistência humana foi iniciado há cerca de 10 mil anos, um período relativamente curto se consideradas algumas datas perpetuadas pela história, como por exemplo, o surgimento do Planeta Terra, há 4,5 bilhões de anos; e o surgimento da vida na Terra, há 2 bilhões de anos; e o surgimento do homem, há 35 mil anos.
Por um outro lado, porém ressalta que o período desencadeou o surgimento e organização de segmentos voltados à preservação ambiental e para a busca de alternativas de preservação ambiental. Sobretudo e depois de um grande salto, em decorrência de processos implementados no fim da década de 70 que incluem modelos de desenvolvimento para a produção agrícola, com a utilização de maquinários de defensivos agrícolas.
"Foi justamente neste período que começaram aocorrer intoxicações e mortes pelo uso de agrotóxicos. No entanto, as primeiras medidas para combater toda a degradação surgiram em 1987, quando as Nações Unidas traçou um novo modelo, o denominado de desenvolvimento sutentável. A premissa é promover a sustentabilidade com menos impactos para o meio ambiente, pensando em gerações futuras".
Já em 1992, durante a Eco Rio, no Rio de Janeiro, surgiu em toda a parte as dicussões sobre biodiversidade.
Neste mesmo ano (87), surgiu o programa de microbacias como uma iniciativa federal, voltada para o desenvolvimento sustentável. Depois disso, o projeto passou a ser adotado pelo Estado de São Paulo. O trabalho ganhou o apoio do Banco Mundial (BIRD - Banco Internacional para a Reconstrução e o Desenvolvimento) em 2000. Para São Paulo, o Banco lliberou US$ 55 milhões, que se somados com os recursos liberados pelo Estado, resultam em US$ 124 milhões para serem aplicados entre 2000 e 2005.

Vida
"Todo empenho que temos hoje de preservar o meio ambiente é estritamente ligado à expectativa de vida dos brasileiros que, atualmente, está entre 65 a 70 anos. Para isto, entretanto torna-se necessário que todas as pessoas percebam a importância do meio ambiente e das forma de preservação", finaliza.

Diário de Votuporanga, Ano 50, nº 12.740, 05 de Setembro de 2003, Geral, p. 03



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