Confirmando
tendências anteriores, principalmente pelos extensos períodos
sem chuvas, os projetos de irrigação têm ganhado
novos adeptos em Votuporanga e região. A meta é aumentar
a produtividade mesmo em períodos após estiagem - como
a verificada neste ano que atrasou algumas culturas em cerca de dois
meses.
Os agricultores que optaram pela produção de laranja são
exemplos. Com o crescimento na produção, os resultados
podem ser uma uma lucratividade de R$ 4,5 mil por hectare plantado.
Além dos laranjais, as expectativas positivas podem ser percebidas
ainda em plantações de cana-de-açucar.
Segundo informações do Coordenador da Área
de Hidráulica e Irrigação da UNESP/Ilha
Solteira, Fernando Braz Tangerino Hernandez,
a irrigação da laranja, epecificamente, vem merecendo
especial atenção em decorrência de uma praga denominada
"morte súbita" que, uma vez instalada em uma propriedade,
destrói completamente os laranjais.
Esta é considerada, porém como uma praga apenas verificada
quando usado o porta-enxerto do limão cravo, que era amplamente
escolhido por ser o mais resitente a secas, o que possibilita culturas
mais rústicas. Agora, os novos plantios têm sido feitos
com outras variedades, porém por serem menos resistentes exigem
o processo de irrigação.
A maior produção e com riscos reduzidos de pragas como
a "morte súbita", tem feito com que especialistas e
empresas estudem cada vez mais processos de irrigação.
Um exemplo é a empresa Irrigaterra, especializada na elaboração
de projetos e venda de sistemas de irigação. Há
dez anos em Pereira Barreto, passou a contar com uma filial em Votuporanga
em maio deste ano, pela ampla procura de irrigação no
município e cidades da região.
Segundo o Engenheiro Agrônomo Marcelo Akira Suzuki, resposável
pelo escritório local, com o trabalho de pesquisa realizado pela
equipe há condições de serem elaborados projetos
de irrigação específicos para cada área.
Entre as questões levadas em conta estão a cultura a ser
irrigada, o terreno, a quantidade de água disponível e
a disponibilidade de verba e financiamento do cliente.
Segundo assessoria de imprensa da Irrigaterra, a filial do município
já é responsável por 15 projetos de irrigação.
A nova empresa atende uma região que vai de Santa Fé do
Sul a Catanduva, ou seja, o Noroeste do Estado, enquanto a matriz, em
Pereira Barreto, atende a região Oeste do Estado.
Processos
Uma das inovações no que se refere a culturas irrigadas
é o processo localizado por meio da implantação
de irrigações de micro-aspersão e gotejamento.
No que se refere à cana-de-açúcar, somente o processo
de gotejamento deve ser o utilizado. Nesta cultura, o sistema deve ser
devidamente enterrado, por cerca de 30 centímetros, para não
ser prejudicado pelas queimas adotadas nos canviais. Toda a implantação,
entretanto depende de levantamentos e procedimentos técnicos
apropriados.
Pelo mátodo de aspersão antigo todo o terreno era molhado.
Já pelo de micro-aspersão, somente a parte de uma área
é molhada. Desta forma, a entrelinha do terreno não é
molhada. Uma das vantagens é que nos períodos secos não
há crescimento de mato e há uma economia de água.
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O
citricultor Reinaldo Caritá diz estar satisfeito com o aumento
da produção de seu pomar de 7 mil pés de laranja.
Ele investiu no sistema de irrigação por gotejamento,
onde toda a área irrigada é monitorada por um controle
digital.
Quanto à relação custo/benefício, o citricultor
também aprova. "Meu sistema de irrigação custou
cerca de R$ 12 por planta. Eu colhia em média uma caixa de laranja
por pé e vendia para a indústria. Hoje, estou colhendo
de 2 a 3 caixas por pé e passei a vender para o mercado. Com
a produção deste ano paguei meu sistema de irrigação",
disse o citricultor, que agora, pretende implantar o mesmo sistema em
2,4 mil pés de limão e 4 mil pés de laranja que
ainda não são irrigados.
Para o Engenheiro Agrônomo Marcelo Suzuki, da Irrigaterra, empresa
resposável pela obra, o sistema de gotejamento é um dos
mais indicados para a citricultura e cafeicultura. "Com este mecanismo
o agricultor, utilizando um controle digital, define a hora de início
e término da irrigação, a área a ser irrigada
e a quantidade de água, o que gera muita praticidade evitando
desperdício de água e dinheiro", disse.
Hoje, a Irrigaterra completa dez anos na elaboração de
projetos de irrigação. Para comemorar a confraternização
acontece na sede do Clube dos Veteranos, em Pereira Barreto, cidade
onde está localizada a Matriz da empresa. Mais informações
pelo telefone (18) 3704-4090, com Kátia. |