O
emprego responsável da água nos processo de irrigação
é uma das questões a serem pensadas assim que o produtor
opta pelo sistema. Em algumas regiões, a cobrança pela
extração nos mananciais tem sido praticada e a idéia
é expandir ainda mais esta cobrança. O trabalho no Estado
de São Paulo é estudado pelos responsáveis pela
Secretaria do Meio Ambiente, de Recursos Hídricos, pelas regionais
das Cati (nas áreas de microbacias) e os comitês de bacias.
A tendência é que a água para este fim seja cobrada
em cada uma das regiões. Hoje, a dificuldade dos produtores rurais,
fabricantes e vendedores de componentes do sistema de irrigação
como um todo é referente à licença ambiental e
outorgas para o uso desta água, atualmente, sob responsabilidade
do Daee (Departamento de Águas e Energia Elétrica) e DPRN
(Divisão de Proteção de Recursos Naturais).
"De maneira geral, acreditamos que chegará uma hora em que
a cobrança vai atingir grande e pequenos produtores. Principalmente,
para se obter um financiamento ele terá de ter a outorga para
o uso da água ou estar vinculado também, de acordo com
o tamanho do projeto, aos setores de preservação do meio
ambiente", explicou o vice-presidente da Câmara Setorial
de Equipamentos de Irrigação, Pedro de Oliveira Garcia.
Organização
Para o profissional a cobrança pode ser vista como uma forma
de estimular a organização de todos, independente do tamanho
da área a ser irrigada. Até o momento, não há
no Estado de São Paulo ou qualquer outra região do País
levantamentos precisos sobre quais e quantas são as áreas
irrigadas. Entram em estatísticas apenas os grandes produtores
que utilizam pivôs centrais.
"Como o projeto de irrigação ainda é relativamente
recente, ainda existe uma certa burocracia. As secretarias e ministérios
estão caminhando para que esta seja uma questão resolvida.
Em casos de dúvidas sobre como proceder diante da implantação,
os técnicos das casas da agricultura estão aptos a saná-las."
A irrigação foi citada por ele como um fator preponderante
par que os produtores possam vencer parte dos desafios que culminaram
com as crises agrícolas, iguais a verificada neste ano. Apesar
de fatores globalizados, a seca assumiu papel importante nas perdas
verificadas, o que foi minimizado em extensões irrigadas.
"Podemos citar as regiões do sul do País entre outras.
Não podemos nos esquecer, entretanto, que a crise deste ano foi
desencadeada também por fatores externos ligados a have ou não
demanda. Temos de levar em consideração ainda a taxa cambial
- a queda do dólar - que desestimulou a nossa agricultura".
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