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Unesp lança mapa do vento com atualizações em tempo real
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Determinar o potencial de impacto ambiental das aplicações de defensivos agrícolas, tanto aéreas como terrestres, na região do Noroeste paulista, é um dos principais objetivos do mapa da direção do vento, lançado neste mês pela Unesp (Universidade Estadual de São Paulo) no portal do clima da Área de Hidráulica e Irrigação da instituição de ensino.

O mapa disponibiliza informações on-line, em tempo real, sobre a velocidade e a direção dos ventos medidas nas oito estações da rede agrometeorológica do noroeste paulista. Ele é atualizado a cada 5 minutos e os dados são abertos à consulta. 

“O mapa do vento foi o último produto que colocamos à disposição no portal do clima”, explicou ao Estadão Fernando Hernandez, professor de irrigação e drenagem na Unesp no campus de Ilha Solteira. “Ele torna a informação mais palatável. Dizer que há um vento de 235° é uma coisa. Plotar no mapa um ‘vento de Sudoeste’ é outra. O mapa democratiza e transforma dado em informação”, acrescentou.

Segundo o especialista, um vento de 7,2 km/h (considerado moderado) já não é interessante para aplicação de defensivos agrícolas. “Tanto a aplicação de defensivos quanto a irrigação são desaconselháveis com ventos a partir dessa velocidade, pois as gotas acabam sendo espalhadas.”

A novidade do produto é que o usuário consegue recuperar a informação após a atualização. “O banco de dados fica à disposição”, observou Hernandez.

Para o professor Ulisses Rocha Antuniassi, do departamento de engenharia rural da Faculdade de Ciências Agrárias da Unesp em Botucatu, as informações em forma de mapa são importantes especialmente no contexto atual da agricultura brasileira, e no caso da ocorrência de situações anômalas.

“Nas regiões onde as pessoas se fixaram há muitos anos, existe um conhecimento cotidiano a respeito da direção e da velocidade dos ventos. Mas vivemos um processo de profissionalização da agricultura e os grandes empreendimentos frequentemente contratam agrônomos e técnicos que não pertencem à região onde vão atuar. Nesse contexto, essa informação é tão importante quanto dados sobre o clima propriamente dito”, esclareceu Antuniassi.

“Os problemas sempre acontecem quando as condições climáticas saem do normal. No caso de aplicações aéreas, por exemplo, se entra uma frente fria de repente e inverte o vento, isso vai causar transtornos. O mapa é extremamente útil nesses casos”, ressaltou Antuniassi.

A "deriva", que é quando o vento carrega as gotas de um defensivo para fora da área pulverizada, é registrada em 100% das aplicações. No entanto, quando são observados critérios como a velocidade dos ventos, por exemplo, a deriva é pequena (alguns metros) e o potencial de impacto fica próximo de zero.

EcoDesenvolvimento, 11 de janeiro de 2012.