DESENVOLVIMENTO DA FRUTICULTURA
IRRIGADA NA REGIÃO DOS GRANDES LAGOS
 
 
 
 

Deputado Federal - Edinho Araújo

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Senhores, senhoras, imprensa falada e escrita, técnicos, conferencistas, pesquisadores, alunos, empresários, instituições bancárias, enfim, todos os seguimentos que aqui comparecem. Senhores Prefeitos Municipais de Mesópolis, Dirce Reis, Marinópolis, ente outros.
Nós estamos aqui, segundo o protocolo informa, com representação de 35 municípios. É preciso dizer, Professor Tangerino, do sucesso desse Simpósio. O sucesso que os senhores e senhoras vão poder conferir até o dia de amanhã, devido ao alto nível técnico desse Simpósio.
Foram muitas as reuniões que realizamos com o Tangerino, com o Rossetti, assessorado pelo Saulo, para que pudéssemos chegar à este momento. E foi com muita alegria que apoiamos, ao lado de empresas sérias como a Irrigaterra e a Jima, as quais cumprimento também pela parceria desse Simpósio.
Eu quero de pronto dizer que todos sabem que eu sou um político. Não sou técnico! Eu não entendo especificamente de nenhum tema, principalmente da agricultura. Eu me insiro no contexto dessa região. Região esta que vive hoje um momento de definição. Um momento de nós decidirmos o destino dessa região.
E eu quero dizer que o que precisamos é de todos esses seguimentos que aqui estão. É preciso da participação da Universidade, e ela está aqui presente. É preciso que esteja aqui o futuro técnico, e aqui estão os alunos. E aqui estão os agricultores, a razão maior desse Simpósio. Aqui estão os produtores!
Eu tenho procurado pautar minha vida por uma certa determinação. A ponte rodoferroviária, que hoje é uma realidade, à 28 anos atrás, eu fui ao Ministro dos Transportes reivindicar essa obra para que se tornasse uma realidade.
Ao longo desses 28 anos me chamaram de louco, me chamaram de fazer política com um tema que era utópico e eu fui caminhando, rompendo barreiras e hoje a ponte rodoferroviária é uma realidade. No dia 29 de maio em que o Presidente da República esteve inaugurando a ponte rodoferroviária, eu entreguei a ele um projeto. Mas, não um projeto da minha cabeça ou um projeto que eu sonhei ou que eu elaborei sozinho. Eu fui ouvir técnicos, eu fui ouvir professores, eu fui ouvir pesquisadores, eu ouvi quem entendia especificamente do setor. E entreguei ao Presidente da República este projeto de desenvolvimento da agricultura baseada na fruticultura irrigada.
O Dr. Rossetti e o Prof. Tangerino têm me acompanhado nos Ministérios e Secretarias em Brasília. O Rossetti disse ainda pouco, que nós temos ações. E eu gostaria de fazer essa distinção, entre bandeira, de começar a falar sobre um tema e alguém que já tenha agido, que já tem trabalho no sentido de viabilizar algo e de apoiar aquilo que já é uma semente em nossa região.
Esta região, que precisamos conhecer a sua história. Uma região que tem menos de 60 anos. Uma das regiões mais novas do Brasil. E nós conhecemos a nossa história. E nós temos história.
Eu aqui não poderia falar desse projeto de desenvolvimento regional, sem mencionar alguns nomes como Lourival Pirez Fraga, que veio para nossa região no governo Carvalho Pinto, depois foi Delegado Agrícola, em seguida foi Diretor Regional em São José do Rio Preto. Eu não posso falar de agricultura sem mencionar Carlos Rossetti que aqui está do meu lado. E também não poderia deixar de mencionar a Neli, esta mulher que todos conhecem o seu apego, a sua liderança nesse setor.
Portanto, fica aqui minha homenagem a estas pessoas. Eu não posso deixar de agradecer a Escola Técnica Agrícola de Jales na pessoa do Fernando Pereira e Luiz Carlos Floriano, seus Diretores. Cumprimentar a UNESP na pessoa dos Professores Fernando Braz Tangerino Hernandez, Salatiér Buzetti, Aparecida Conceição Boliani e Maria Aparecida Anselmo Tarsitano, que aqui representam a UNESP. São pessoas que tem se dedicado muito. Nós temos por tanto, a história na mão e a verdade na frente.
Pergunta o que se pensava nos anos 60 e começo dos anos 70! Que para a pessoa produzir ela tinha que sair do campo e ir para cidades. Quantos jovens, quantas pessoas saíram do campo e vieram para a cidade na expectativa de que estariam progredindo. O governo não teve planejamento. Faltou planejamento. Faltou execução.
Ontem eu estava na cidade de Sales, por volta dessas horas, e eu percorri o comércio e eu ouvia os proprietários das lojas e dos demais estabelecimentos comerciais na calçada. E eu perguntei como é que vai o mercado, como anda o comércio? A resposta estava clara! Todos reclamavam que a cidade estava vazia, não havia dinamismo no comércio. E aí a resposta é muito simples, a resposta é em função da agricultura. Uma agricultura que não produz, reflete diretamente em nossas cidades. Quando nós temos produção, quando nós temos renda dos produtos, a cidade tem mais vida. Então, o problema não está em você dinamizar as cidades, Você precisa ir à origem e a origem é a agricultura.
Então, Prof. Tangerino, eu gostaria de dizer que nós estamos envolvidos nesses inúmeros projetos, que aqui foram mencionados, pelo Rossetti, na apresentação inicial. Esse Simpósio é hoje uma realidade. Realizamos em agosto do ano passado um Seminário onde trouxemos aqui o Dr. Murilo Flores, Secretário de Desenvolvimento Rural do Ministério da Agricultura. Nós estamos com um programa de Capacitação em Agricultura Irrigada que vai começar a surtir seus efeitos.
O que é este Programa de Capacitação em Agricultura Irrigada? Serão treinados Engenheiros Agrônomos, Agrícolas e Técnicos. Aqui está o futuro nessa sala. Aqui estão os Técnicos Agrícolas e também os futuros Engenheiros Agrônomos, bem como os Técnicos em atividade. Este programa será em novembro na UNESP de Ilha Solteira e terá o apoio da Secretaria de Recursos Hídricos do Governo Federal. Trará capacitação aos técnicos para operar bem os sistemas de irrigação com aumento de lucros. Este é o objetivo. O objetivo é renda, é lucro.
Por isso eu estou dizendo que nós temos ações. Eu não tenho aqui propósitos. Não tenho aqui intenções. Não é uma coisa vaga.
Vocês se lembram quantas pessoas venderam seus sítios de 10 e de 15 alqueires? Eles tiveram que vender porque só tinham pastagens. Não tinham renda. Então vendiam a propriedade. E essas pessoas que vinham para cidade tinham alguma capacidade, alguma especialização de mão-de-obra? Não tinham! O que essas pessoas iam fazer na cidade? Iam trabalhar de guarda-noturno, servente de pedreiro. Quando procuravam emprego e não achavam? Iam para Americana, para São Bernardo do Campo, cuja qualidade de vida lá é afetada pela poluição, pela insegurança, pelo transporte, e pelo tédio. E foi essa fase que chamamos de êxodo rural.
O outro projeto, é um Projeto de Desenvolvimento Regional Urbano Sustentável. Uma proposta de desenvolvimento ordenado, planejado para a região noroeste do Estado de São Paulo, que carinhosamente chamamos de Região dos Grandes Lagos. Estamos fazendo este projeto com a parceria do IPEA (Instituto de Pesquisas Econômicas Aplicadas). Quantas vezes eu, o Prof. Tangerino, o Rossetti e o Saulo estivemos lá em Brasília, com o Dr. Milton Barbosa. Este projeto, já está sendo também viabilizado. O que fará este projeto? Este projeto fará uma proposta de desenvolvimento econômico, buscando as nossas vocações, através de reuniões com lideranças regionais e avaliações econômicas.
O Projeto Piloto de Irrigação Coletiva no Noroeste Paulista, cujo Convênio 300/98 entre a Secretaria de Recursos Hídricos e a UNESP foi publicado em 03 de julho, beneficiará inicialmente as regiões dos córregos Sucuri, Bacuri e Pacumã, no município de Palmeira D'Oeste. Objetiva dotar esta região de estruturas coletivas de captação e distribuição de água para irrigação.
São ações em que nós temos que implementá-las e este Simpósio é o marco inicial para concluí-las. Nós temos um clima totalmente favorável, o nosso inverno é ameno. Nós temos inteligência!. Nós temos o homem, nós temos os professores! Isso é fundamental! Agora nesse projeto é preciso que cada um cumpra seu papel. O que eu quero dizer Tangerino, é que eu quero fazer aquilo que eu posso desempenhar.
Um projeto como este é preciso de político, é preciso de ter político sim, porque o que a sociedade abomina é o politiqueiro, é o oportunista. O que a sociedade sente mal cheiro é da politicagem. Esta não constrói nada. Mas, quem é que vive sem política, sem política agrícola, sem política como ciência, sem política como arte? Ninguém!
É o político que transforma a realidade. O que essa sociedade não pode impedir é esse papel que eu quero desempenhar, acho que esse é meu papel, esta é a minha função. De sorte que nós vamos organizar essa região. Vem aí o próximo Governo, a nível estadual e a nível federal. Alguém, aqui me abordou o seguinte: "Deputado Edinho vamos olhar mais para Secretaria da Agricultura".
Eu quero lançar aqui a seguinte idéia! Que essa sociedade influencie, que essa região do noroeste paulista que não está procurando o que vem de cima para baixo, e sim buscando a sua melhor opção, influencie o futuro Secretário da Agricultura. Queremos um compromisso com o futuro Secretário e com o Ministro da Agricultura. Eu acho que é dessa forma que a sociedade se organiza, se impõe e avança, e nós queremos é avançar .É momento de globalização? É! Dá para impedir a globalização? Não! Não dá para impedir esse momento de competitividade.
Vamos nos preparar. O momento é de produzir muito? Então vamos produzir muito. Como produzir muito? Como vender muito? Como ter uma boa renda? Como gerar emprego, que é o grande desafio do fim do século? Eu acho que aqui neste auditório podemos começar a encontrar as respostas. E é isso que é que eu quero dizer. Eu quero me colocar a disposição desses seguimentos, na defesa da agricultura, na defesa da melhor qualidade de vida, porque está provado que o Brasil pode ser o Chile de amanhã, com muito mais vigor e intensidade.
Aqui foi dito que o Chile foi copiar lá dos EUA, na Califórnia. O Chile não inventou nada, apenas assimilou o conhecimento. A Califórnia hoje produz os melhores vinhos. Quem diria isso alguns tempos atrás? O que é isso? É o desafio, é a determinação. Eu acho que nós temos que mudar essa questão chamada mentalidade. Eu sei que é difícil!
Eu sou filho e neto de agricultor. Quanto é difícil mudar meu pai de suas concepções. Agora mudar essas cabeças frescas, novas, férteis, que aí estão. Não é difícil! Por isso, eu acredito nessa região. Por isso, eu acredito nesse Simpósio. Por isso, eu dou aqui meu testemunho de que vocês não sairão daqui como entraram. E que esta, não seja apenas uma bandeira, mas, que seja um processo que teve seu início e que nós precisamos continuar nele para viabilizar esse projeto de fazer dessa região, um exemplo de produção. Um exemplo de fruticultura irrigada, para o abastecimento de nosso mercado interno, para contribuirmos para balança comercial brasileira.
Parabéns! Parabenizo a Organização, os conferencistas e a vocês que se dispuseram a participar desse Simpósio.

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