AÇO
SOBE 57% DÁ FÔLEGO À INFLAÇÃO
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Alberto
Komatsu |
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RIO
- A disparada dos preços do aço reserva outra má
notícia para consumidores e o setor produtivo este ano. A indústria
de eletrodomésticos prevê reajuste em torno de 10% nos
preços por causa do custo do aço. No caso de máquinas
e equipamentos voltados para a produção, o repasse poderá
atingir 15%. A placa de aço acumula alta de 90,52% nos 12 meses
encerrados em outubro. |
"A
justificativa é sempre a mesma: reflexo dos preços internacionais
do aço", reclama Mello. Segundo ele, as indústrias
poderão comprar máquinas e equipamentos entre 10% e 15%
mais caros até o fim do ano. "Estamos nos adaptando ao novo
patamar de custos puxado pelas importações vertiginosas
da China", diz. Diante desse cenário, a Abimaq está criando uma espécie de bolsa do aço: uma tabela na página da internet da entidade com mais de mil cotações para orientar seus associados. Mello diz que essa é uma forma de organizar o setor e de ganhar poder de barganha. "Somos grandes compradores de aço, com grande variedade de indústrias, mas sem programação firme. Acabamos comprando de distribuidores e não das usinas, ficando sujeitos à variação abrupta de preços", observa. Vice-presidente-executivo do Instituto Brasileiro de Siderurgia, Marco Polo de Mello Lopes, considera que as siderúrgicas vivem "um momento especial, com os preços internacionais extremamente elevados". Na sua visão, no curto prazo não há sinais de reversão desse quadro. Apesar disso, ele nega que as siderúrgicas sejam responsáveis pelos repasses das principais indústrias consumidoras de aço. A cotação do aço está alta por causa do cenário internacional e porque as matérias-primas para a sua produção também estão em alta, na avaliação de Lopes. "A reclamação e o choro são válidos, mas não podemos concordar que o setor siderúrgico esteja sendo usado como instrumento de repasse", argumenta. |
O
Estado de São Paulo, 28 de novembro de 2004. |
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