As
águas que se encontram no meio terrestre e aquático voltam
para a atmosfera, através da evaporação e transpiração.
O solo perde água, os animais e as plantas também perdem.
O ciclo da água demonstra essas mudanças de estado, do
líquido para o gasoso, processo denominado de evaporação.
Essa mudança no estado da água está ligado a ação
do calor e a evaporação acontece tanto na superfície
dos rios, lagos e mares, como na superfície do solo.
Mesmo quando não notamos nenhum vapor na atmosfera, está
havendo evaporação e sempre esta ocorrendo na natureza
e não apenas em algumas situações como, por exemplo,
após as chuvas. Entretanto, a intensidade da evaporação
nem sempre é a mesma, hoje ela pode ser mais forte do que ontem,
e também pode ser mais intensa em uma região e menos em
outra. Outros fatores como a luz do sol, a umidade do ar, a temperatura
e o vento são fatores que influenciam a evaporação.
A água que circula na natureza também retorna à
atmosfera sob a forma de transpiração
das plantas. As plantas retiram água do solo através
das raízes e perdem água pelas folhas e um dos maiores
problemas de um vegetal se relaciona a disponibilidade de água
e a sua perda para o ambiente. A água não entra nas raízes
e sim, gastam uma energia para retirar a água do solo. Quando
menor a umidade do solo maior a energia a ser gasta pela planta para
absorver a água e promover a transpiração e que
pode fazer falta para a produtividade.
A água que foi absorvida pelas raízes passa pelos vasos
condutores da planta e chega até as folhas. Na superfície
das folhas (epiderme)
ocorrem a absorção de luz, gás carbônico,
saída de oxigênio e vapor de água. Na parte superior
da epiderme da folhas tem a presença das cutículas, um
material lipídico, impermeabilizante que tem a função
de evitar perda de água, entretanto, isso dificulta as trocas
gasosas nos vegetais. Mas a presença de pequenos orifícios,
dotados de células que funcionam como válvulas que permitem
que ocorram as trocas gasosas e ao mesmo tempo ajudam a evitar a perda
excessiva de água, essa pequena estrutura é denominado
de estômatos.
Os estômatos são válvulas microscópicas responsável
pelas trocas gasosas e presente na superfície
(epiderme) das folhas, que eliminam o oxigênio e a água
na forma de vapor, e capturam gás carbônico para a realização
de fotossíntese. A planta retém muito pouco, quase nada,
da água absorvida pelas raízes, praticamente toda essa
água é eliminada pela transpiração. Isso
implica uma inter-relação entre mecanismo de trocas gasosas
e os de condução de água até as células
foliares e o que possibilitam o deslocamento da água no interior
dos vasos condutores é a saída de vapor de água
através dos estômatos. A transpiração vegetal
varia com as culturas, isso é atribuído em partes a forma
da planta (ângulo da folha, altura e densidade de folhas), as
características anatomicas das folhas (números de estômatos
e de horas de sua abertura) e a duração do ciclo e da
época de cultivo.
Tal como acontece na evaporação, a transpiração
pode ser maior ou menor, dependendo dos fatores ambientais, como o calor
do sol, da temperatura, da umidade do ar e da ação dos
ventos. Observam-se que determinadas plantas se adaptam ao clima para
reduzir a perda excessiva de água através da transpiração.
Podem, por exemplo, perderem as folhas na época da seca, para
evitarem a perda de água durante a transpiração.
Como mencionado, a água retorna para atmosfera de duas maneiras,
através da evaporação que ocorre na superfície
dos solos, lagos, córregos, rios e mares e através da
transpiração das plantas. E quando o solo é coberto
por vegetação, ocorre tanto a evaporação
da água do solo como a transpiração dos vegetais
simultaneamente, esse processo é denominado de evapotranspiração.
A evapotranspiração pode ser expressa em valores totais,
médios ou diários, em volume por unidade de área
ou em lâmina de água (mm), no período considerado
e é de capital importância para que se possa realizar o
balanço hídrico de uma região. Por exemplo, em
agosto de 2007, a evapotranspiração média de um
campo de futebol localizado em Ilha Solteira, com grama batatais foi
de 4,1mm/dia ou seriam necessários
41.000 litros de água por dia para suprir as perdas de água
de um gramado de 10.000 metros quadrados (um hectare).
Mas o conhecimento da evapotranspiração é fundamental
para a agricultura irrigada. Você sabe por quê? Essa informações
auxiliam o agricultor a controlar tanto a quantidade como as épocas
em que devem fornecer água às culturas agrícolas,
desta maneira tem o uso eficente da água, redução
de custos e vantagens ambientais. Para se fazer o manejo da irrigação
é necessário conhecer a evapotranspiração
da cultura.
Alguns fatores que atuam na evapotranspiração são
as fases fenológica das plantas, como a fase de germinação,
que nesta situação as plantas ainda não cobrem
todo o solo e a evapotranspiração neste caso é
apenas a evaporação da água do solo. Quando as
plantas completam seu desenvolvimento de crescimento e frutificação,
a transpiração atingirá o seu ponto máximo.
Então, numa área toda coberta por vegetação,
a evapotranspiração será mais influenciada pela
transpiração das plantas do que pela evaporação
no solo. Porém, a intensidade da evapotranspiração
também envolve outros fatores, como o clima, a localização
das áreas cultivadas e características das plantas.
Por exemplo, numa mesma área, isto é, com codições
de clima semelhante, o milho transpira mais que o feijão, por
que tem mais folhas e consequentemente mais superfície na planta
para transpirar. Além disso, as raízes do milho são
mais profundas, trazendo água para a parte das folhas. Diferentes
das plantas que possuem raízes rasas, como as hortaliças,
que utilizam um menor volume de solo explorado pelo sistema radicular.
A umidade do solo na camada superficial diminui mais depressa com a
evaporação e as raízes vão buscar a água
nas camadas profundas, onde o consumo de água se faz lentamente.
Com auxílio de equipamentos é possível medir a
evaporação e a evapotranspiração. Essa informação
é necessária, pois conhecendo as perdas de água
provocada pela evapotranspiração, o agricultor pode irrigar
para repor a água necessária aos diferentes cultivos,
nas diferentes regiões. Sendo assim, conhecendo a evapotranspiração
da cultura (ETc) e a capacidade de precipitação do sistema
de irrigação, pode com muita facilidade calcular o tempo
de irrigação (TI) necessário para que a cultura
produza o máximo e sem desperdício de água.
Mas onde obter a evapotranspiração? Existe inúmeros
métodos de estimativa, mas muitas Instituições
fazem a coleta das variáveis agroclimatológicas e a partir
delas, estimam a evapotranspiração de uma região
e a disponibiliza para o apoio aos irrigantes e aos profissionais que
trabalham com planejamento agropecuário.
Instalada na região oeste paulista, a UNESP
Ilha Solteira através da Área
de Hidráulica e Irrigação estima e divulga
gratuitamente a evapotranspiração
da região com dados de quatro municípios, cabendo
ao agricultor conhecer a capacidade de aplicação de água
do seu sistema de irrigação e com essas informações
manejar adequadamente o seu sistema de irrigação, economizando
água e dinheiro, e acima de tudo conservando e preservando os
recursos naturais.
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