IRRIGAÇÃO NA FIGUEIRA

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Fernando Braz Tangerino Hernandez
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Introdução

Considerações Finais

Clima

Agradecimentos

Sistemas de Irrigação

Bibliografia Consultada

Manejo da Irrigação

Vejam as Fotos...

 

1. INTRODUÇÃO

A região noroeste do Estado de São Paulo, assume particular importância para o setor do agronegócio paulista, pois é uma das áreas com maior potencial para o desenvolvimento de uma agricultura moderna, dinâmica, de alto nível e alicerçada na irrigação, devido principalmente à formação dos represamentos provenientes da implantação das Usinas Hidrelétricas de Jupiá, Ilha Solteira, Água Vermelha e mais recentemente Três Irmãos. Ainda, a região se encontra em uma situação bastante favorável em relação ao meio físico, ou seja, solos com boa topografia e fertilidade, inverno ameno, alta insolação e para o escoamento da produção agrícola, é servida por rodovias, ferrovias, aeroportos e mais recentemente a Hidrovia Tietê-Paraná, que já é uma realidade.
Se considerarmos ainda que grande parte de suas terras é constituída por pequenas propriedades (HERNANDEZ, 1998), a fruticultura passa a ter lugar de destaque para o desenvolvimento regional, pois via de regra, possibilita maiores rendimentos ao produtor por unidade de área cultivada. 
Neste cenário, a cultivo da figueira passa a ser mais uma alternativa altamente viável, tanto para produção de figo industrial, como figo de mesa, como bem demonstram os trabalhos de HERNANDEZ et al (1991), HERNANDEZ et al (1993), KOBAYASHI et (1993), HERNANDEZ et al (1994), SANTOS (1994), HERNANDEZ et (1996) e mais recentemente SANTOS (1997), todos desenvolvidos sob condições edafo-climáticas do noroeste paulista.

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2. CLIMA
Os autores citados acima reconhecem a viabilidade da cultura do figo no noroeste paulista, mas todos os experimentos foram conduzidos sob condição de irrigação, passando esta técnica a ser quase que obrigatória para que se tenha altos rendimentos.
Isto ocorre em função do déficit hídrico que se apresenta na região na maioria dos meses do ano. Déficit hídrico é a diferença entre as entradas de água, representada pelas chuvas e a saída ou perda de água, representada pela evapotranspiração das plantas.
Mas o que vem a ser evapotranspiração? É a soma das perdas de água pelo solo na forma de evaporação de sua superfície e também da transpiração das plantas. Toda vez em que durante um período houver um total de chuvas maior que a evapotranspiração da cultura, tem-se um período de excedente hídrico. Ao contrário, toda vez que a evapotranspiração da cultura for superior às chuvas, tem-se um período de déficit hídrico.
É necessário fazer uma diferenciação entre a evapotranspiração de referência (ETo) e a evapotranspiração da cultura (ETc). Define-se evapotranspiração de referência (ETo), a estimada através das diferentes fórmulas empíricas obtidas por diferentes autores. Essas fórmulas baseiam-se em dados meteorológicos e apresentam-se em grandes variações, necessitando desde poucos dados, até modelos mais complexos, que exigem um grande número de elementos climáticos climáticos. Conceituou-se "de referência" como sendo a evapotranspiração de uma superfície extensa de gramíneas verdes de 8 a 15 cm de altura uniforme, em ativo crescimento, sombreando completamente o solo e onde não exista limitação de água (DOORENBOS e PRUITT, 1997).
O método do Tanque Classe A é tido como um método simples e de grande eficiência. Trata-se de um evaporímetro (tanque) circular, com 1,21 metros de diâmetro, por 0,254 metros de altura e construído em chapa galvanizada número 22. É assentado no solo sobre um estrado de caibros de 0,10 x 0,05 x 1,24 metros, nivelado sobre o terreno. O Tanque Classe A é cheio de água limpa até 5 cm da borda superior e se permite um nível mínimo de água de 7,5 cm, a partir da borda, ou seja, a cada 25 mm (2,5 cm) de evaporação devemos restaurar o volume do tanque. Sua operação é bastante simples e a variação do nível da água é medida com o auxílio de uma ponta de medida, tipo gancho, assentada em cima do poço tranquilizador, também devidamente nivelado, sendo a precisão da medida de cerca de 0,02 mm. A leitura do nível de água é realizada diariamente e a diferença entre leituras caracteriza a evaporação no período (HERNANDEZ, 1999).
Como com as leituras diárias do nível do Tanque ainda não se tem ainda a evapotranspiração, torna-se necessária a conversão da evaporação do Tanque Classe A, para evapotranspiração de referência (ETo). Assim, a ETo pode ser calculada pela expressão:

ETo = ECA x Kp

Onde: ECA = Evaporação do Tanque Classe A, em mm/dia;
Kp = Coeficiente do Tanque que depende da velocidade do vento, umidade relativa e área de borbadura cultivada com grama.
Para a região noroeste do Estado de São Paulo pode-se generalizar o Kp como sendo 0,75 uma vez que na maioria dos meses do ano, se considerada uma bordadura de grama de 10 metros, a velocidade média do vento é classificada como calma (até 175 km/dia) e a umidade relativa média se apresenta ente 40 e 70%.
Um método que exige vários parâmetros climáticos, mas também bastante preciso de estimar a ETo é o método de Penman e suas variações.
No entanto, o que realmente se deseja é a evapotranspiração da cultura (ETc), ou seja, devemos repor a água que foi consumida pela cultura de interesse econômico e este consumo varia em função do estágio de desenvolvimento da cultura e de cultura para cultura. Assim, a evapotranspiração da cultura é obtida multiplicando-se a evapotranspiração de referência pelo coeficiente de cultura (Kc). Ou seja:

ETc = ETo x Kc

Onde: ETc = Evapotranspiração da cultura, em mm/dia;
ETo = Evapotranspiração de referência, em mm/dia;
Kc = Coeficiente de cultivo, que varia em função da cultura.
Definidos os termos que compõem as entradas e saídas de água no solo, já pode ser calculado o balanço hídrico de um local. Mas antes convém caracterizar o clima da região noroeste do Estado de São Paulo.
A base dos dados apresentados saíram da estação agroclimatológica de Ilha Solteira que está instalada na Área Experimental de Agricultura Irrigada da Fazenda de Ensino e Pesquisa / SP da Faculdade de Engenharia de Ilha Solteira - UNESP, com coordenadas geográfica 20o 22’ de Latitude Sul e 51o 22’ de Longitude Oeste e com altitude média de 335 m. O clima da região, segundo a classificação de Köppen, é do tipo Aw, definido como tropical úmido com estação chuvosa no verão e seca no inverno, apresentando temperatura média anual de 24,7
oC, precipitação média anual de 1.255,6 mm e uma umidade relativa média anual de 64,3%, para o período entre 1967 e 1998, tendo como crítico o ano de 1994 (Tabela 1).
As Figuras 1 e 2 ilustram os dados apresentados na Tabela 1, deixando claro que o inverno não rigoroso pode ser um grande aliado para o desenvolvimento de uma agricultura dinâmica, porém exigente em irrigação, pois, as taxas de evapotranspiração são as mais altas do Estado de São Paulo.
A interpretação dos dados resulta na informação de que os meses críticos para o suprimento hídrico às culturas são julho, agosto e setembro, ainda que outubro apresente um alto valor de evapotranspiração de referência (ETo), historicamente, este é o mês em que as chuvas começam à apresentar índices moderados à elevados. De acordo com HERNANDEZ et al (1995), os meses de déficit hídrico na região são os meses de abril a novembro, meses em que a irrigação é obrigatória para que se tenha altas produtividades.

 
 
TABELA 1 Médias mensais e totais médios no período entre 1967 e 1998 em Ilha Solteira - SP.

MESES

T.M. *

U.R. **

Insolação #

Ventos

ECA ##

Chuvas

ETo-Penman (mm/dia) §

 

oC

%

horas/dia

km/dia

mm/dia

Mm

1967- 98

1994

Janeiro

26,5

69,8

6,8

145,2

5,6

211,2

5,6

5,6

Fevereiro

26,8

69,2

7,0

137,4

5,9

165,4

5,5

6,3

Março

26,6

68,4

7,3

131,5

5,5

133,8

5,2

5,5

Abril

24,9

66,0

8,1

140,2

5,3

91,1

4,9

4,1

Maio

22,6

65,1

7,8

141,0

4,8

66,1

4,2

4,8

Junho

21,4

64,3

7,6

148,8

4,5

34,2

3,9

4,4

Julho

21,5

58,9

8,2

168,8

5,4

19,3

4,3

5,9

Agosto

23,2

53,0

7,9

176,2

6,6

23,7

5,2

8,2

Setembro

24,3

61,1

6,7

182,8

6,6

69,2

5,3

9,8

Outubro

25,7

60,2

7,5

161,2

6,7

118,8

5,9

8,1

Novembro

26,1

67,2

7,6

161,7

6,7

141,8

5,8

7,8

Dezembro

26,4

68,6

6,3

153,0

6,1

181,0

5,5

7,2

Média ou Totais

24,7

64,3

7,4

154,0

5,8

1255,6

5,1

6,5

* Temperatura média; ** Umidade Relativa; # Número de horas de brilho de sol;
## Evaporação do Tanque Classe A; § Evapotranspiração de referência estimada por Penman-FAO

 

FIGURA 1 Médias das precipitações mensais ocorridas entre 1967 e 1998 e evapotranspiração média entre 1967-98 e a crítica ocorrida em 1994, estimada pelo método de Penman-FAO. (Fonte: UNESP-Ilha Solteira)
FIGURA 2 Médias de alguns parâmetros climáticos no período entre 1967 e 1998 em Ilha Solteira - SP. (Fonte: UNESP - Ilha Solteira)

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3. SISTEMAS DE IRRIGAÇÃO
São vários os sistemas de irrigação disponíveis no mercado e é importante considerar que não existe um melhor ou pior sistema de irrigação. O que existe é um sistema mais adequado que outro para uma determinada situação ou local, ou ainda um melhor projeto de irrigação, se considerado um mesmo sistema. Este projeto poderá ser melhor ou pior em função do lay-out definido, dos cálculos hidráulicos, da montagem efetuada e também da assistência pós-venda. Considerar todos estes elementos é fundamental para o sucesso do futuro empreendimento.
A seguir são descritos os principais sistemas de irrigação que podem ser utilizados para a irrigação da cultura da figueira.

3.1. ASPERSÃO
Na irrigação por aspersão a aplicação de água ao solo resulta da fragmentação de um jato de água lançado sob pressão no ar atmosférico, por meio de simples orifícios ou bocais de aspersores. De forma geral, os sistemas de irrigação apresentam vantagens e limitações que devem ser analisadas quando da seleção do sistema a ser utilizado. São consideradas vantagens da irrigação por aspersão:
 

a.

Dispensa o preparo ou sistematização do terreno;

b.

Permite um bom controle da lâmina de água a ser aplicada;

c.

Possibilita a economia de mão-de-obra;

d.

Permite a aplicação de fertilizantes e tratamentos fitossanitários.
Por outro lado, são consideradas limitações da irrigação por aspersão:

e.

Elevados custos iniciais, de operação e manutenção;

f.

Distribuição de água muito afetada pelos fatores climáticos, principalmente, o vento;

g.

Favorece o desenvolvimento de algumas doenças;

h.

Risco de selamento da superfície do solo;
i. Imprópria para água com alto teor de sais.
Os sistemas de irrigação por aspersão apresentam algumas variações entre si, sendo classificados e descritos como:

3.1.1. Convencional
Os sistemas convencionais podem ser apresentados em diferentes tipos. De forma geral, são constituídos por linhas principal, secundárias e laterais. A mobilidade dessas linhas definem os diferentes tipos de sistemas.

Sistema portátil: Todas as linhas e componentes deslocam-se na área irrigada. A superfície total a ser irrigada pode ser dividida em parcela e o sistema é desmontado após a irrigação de uma parcela e montado em uma outra. Até mesmo a unidade de bombeamento pode ser desmontada; apresenta menor custo inicial de aquisição do equipamento, porém, o custo operacional é maior devido à quantidade de mão-de-obra requerida no deslocamento das tubulações.

Sistema semi-portátil (ou semifixo): As linhas principais e secundárias permanecem fixas e as linhas laterais se deslocam nas diferentes posições da área irrigada. As linhas principal e secundárias podem ou não ser enterradas. Assim como no sistema portátil, as tubulações, conexões e acessórios são leves, facilitando o deslocamento manual.

Sistema fixo permanente: Todas as tubulações do sistema na área irrigada são enterradas e apenas os registro e as hastes dos aspersores afloram à superfície do terreno. Este sistema apresenta alto custo de aquisição, justificando-se para irrigação de áreas pequenas, culturas de elevada valor econômico e mão-de-obra escassa ou cara. São utilizados para irrigação de gramados e jardins (neste caso, os aspersores podem ser escamotáveis).

Sistema fixo temporário: As tubulações (linhas principal, secundárias e laterais) não são enterradas e sim dispostas sobre o terreno e permanecem fixas durante o ciclo da cultura, podendo ser deslocadas para outras áreas no final do ciclo.

Os aspersores utilizados nos sistemas convencionais de irrigação operam normalmente com pressões de serviço da ordem de 30 mca e estes sistemas são ainda muito utilizados. A uniformidade da distribuição de água é função principalmente do espaçamento entre emissores e quanto maior o espaçamento entre emissores, menor o custo de implantação.

3.1.2. Autopropelido
Estes sistemas caracterizam-se por apresentar um aspersor (grande ou médio), instalado em uma estrutura metálica (carrinho) com rodas pneumáticas que se desloca linearmente, irrigando faixas de terreno. Uma mangueira flexível resistente à pressão, tração e atrito com a superfície do solo, faz a conexão entre a estrutura e os hidrantes para o suprimento de água. A água sob pressão aciona o sistema de propulsão (turbina, pistão), promovendo o enrolamento de um cabo de aço ancorado a uma extremidade da faixa irrigada. O tracionamento do aspersor pode ser feito também pela própria mangueira flexível, que neste caso será enrolada no carretel. Nesta situação é comum denominar este sistema de carretel enrolador ou rolão. O aspersor, conhecido como canhão hidráulico, requer alta pressão para funcionamento e, portanto, elevado consumo de energia.
Um sistema de aspersor autopropelido apresenta facilidade de manejo e de transporte, sendo adaptável a diferentes tipos de cultura, porém, exige solos com alta capacidade de infiltração e seu desempenho é altamente prejudicado pelo vento, além da necessidade de alta pressão e, consequentemente, elevado consumo de energia. Devido a alta precipitação não é recomendado para culturas delicada e terrenos declinados e com baixo índice de cobertura vegetal. São apropriados para solos arenosos e franco-arenosos e, por facilidade de deslocamento, para áreas regulares.
Para a irrigação de figueiras, este equipamento deve ser evitado em áreas pequenas de cultivo, sendo utilizado preferencialmente em áreas maiores e com geometria retangular.

3.2. IRRIGAÇÃO LOCALIZADA
A irrigação localizada compreende a aplicação de água em apenas uma fração da área cultivada, em alta freqüência e baixo volume, mantendo o solo na zona radicular das plantas sob alto regime de umidade. A área mínima molhada deve ser de no mínimo 1/3 da área sombreada (ou projeção da copa das plantas). A área de solo molhado exposto à atmosfera fica bem reduzida e, consequentemente, é menor a perda de água por evaporação direta do solo.
A água aplicada por estes sistemas penetra no solo e se redistribui formando um bulbo molhado, cuja forma e tamanho dependem da vazão aplicada, do tipo de emissor, da duração da irrigação e do tipo de solo. A infiltração ocorre em todas as direções, porém, no sentido vertical é mais pronunciado quando o solo apresenta características arenosas.
A principal diferença entre os sistemas de irrigação localizada e outros sistemas, é que nos primeiros, o balanço entre evapotranspiração e água aplicada é mantido em períodos compreendidos entre 24 e 72 horas (maior freqüência de aplicação). O gotejamento e a microaspersão são os principais representantes dos sistemas de irrigação localizada em uso comercial. Existem outros tipos de sistemas, de uso mais restrito, como: tubo gotejadores, tubos porosos e tubulações perfuradas a laser.
No conceito geral de sistemas de irrigação localizada, ficam bem diferenciados os sistemas gotejamento e microaspersão. As diferenças fundamentais são:
 

A

O gotejamento aplica água em pontos, utilizando emissores denominados gotejadores; a microaspersão aplica água sobre uma pequena área circular ou setorial, através de emissores denominados microaspersores;

B

Em gotejamento as vazões são de até 20 l/h em cada ponto de emissão, e em microaspersão de até 200 l/h;

C

A seção de saída da água nos emissores varia em torno de 0,78 mm2 em microaspersores e 0,12 mm2 em gotejadores;

D

Os gotejadores operaram sob pressões inferiores a 10 mca e os microaspersores entre 10 e 25 mca.;
E Em microaspersão, como a seção de saída da água é um pouco maior que nos gotejadores, os sistema de filtragem é mais simples.
Os sistemas de irrigação localizada têm tido uma boa aceitabilidade entre os irrigantes, principalmente porque oferece uma grande potencialidade de benefícios à planta. Entretanto, por ser um método mais sofisticado de operação e manejo apresenta limitações operacionais e de manejo, que dependem de fatores técnicos, econômicos e agronômicos. São estas as vantagens e limitações do sistema:
 
 

a.

Economia e eficiência de aplicação de água: As razões atribuídas à economia de água incluem a irrigação de apenas uma fração da área cultivada (principalmente em plantas arbóreas), a redução da evaporação na superfície do solo, o reduzido risco de escoamento superficial e a controlada perda por percolação profunda. Comparando com sistemas de aspersão e de superfície, a economia de água pode atingir 20 a 30%, porém, fica claro que a quantidade de água necessária a cultura é a mesma independentemente do processo de aplicação ou sistema. Uma vez que permite um maior controle da lâmina de água aplicada e serem bastante reduzidas as perdas, resulta em elevada eficiência na aplicação e uso da água;

b.

Maior produção e melhor qualidade do produto: O conteúdo de água em uma fração do volume de solo onde estar o sistema radicular permanece alto e com pequenas variações, em conseqüência do suprimento de água em baixas quantidades e alta freqüência. Com isso evita-se a ocorrência de estresse hídrico na planta e, portanto, favorece o desenvolvimento da cultura com incremento da produção e melhor qualidade do produto;

c.

Menor risco do efeito de sais para as plantas: A minimização do risco da salinidade para as plantas por sistemas localizados pode ser atribuída a fatos como, diluição da concentração de sais na solução do solo em conseqüência da alta freqüência de irrigação que mantém a umidade elevada na zona radicular, eliminação dos danos causados às folhas pela irrigação por aspersão com água salina e, movimento dos sais além da região de atividade das raízes;

d.

Facilidade e eficiência na aplicação de fertilizantes: Os sistemas localizados oferecem maior flexibilidade na fertirrigação e tornam mais eficiente o uso dos nutrientes, pois os fertilizantes são aplicados diretamente na água de irrigação, de forma freqüente e em pequenas doses diretamente na zona radicular, minimizando assim a lixiviação além da zona radicular;

e.

Reduzida mão-de-obra e baixo consumo de energia: Os sistemas podem ser facilmente automatizados, facilitando a operação quando a mão-de-obra é limitada ou de alto custo. Uma vez que operam com pressões e quantidades menores de água que em outros tipos de irrigação pressurizados, apresentam reduzidos custo de energia para bombeamento;

f.

Adapta-se a diferentes tipos de solos e topografia: Como a aplicação de água é em pequena quantidade, a irrigação localizada adapta-se melhor a diferentes tipos de solo e topografia, além de facilitar as operações ou práticas culturais, permitindo a fácil movimentação de máquinas e trabalhadores;

g.

Sensibilidade ao entupimento: Considerado o principal problema da irrigação localizada, a ocorrência de entupimento dos orifícios de saída de água dos emissores pode afetar a distribuição da água e com isso a produção da cultura. A baixa pressão de serviço, o pequeno diâmetro dos orifícios e a reduzida velocidade da água facilitam o entupimento, causado por processos físicos, químicos e biológicos. A manutenção preventiva (incluindo filtração da água e tratamento químico para lavagem das tubulações) é uma alternativa efetiva para evitar obstruções.. Outros problemas tão importantes quanto a obstrução incluem, rompimento nas tubulações, falhas em acessórios e equipamentos, animais roedores e insetos;

h.

Desenvolvimento do sistema radicular: Devido à formação de um volume constante de solo umedecido (bulbo úmido), o sistema radicular tende a concentrar-se nesta região, diminuindo a estabilidade das árvores frutíferas, podendo ocorrer tombamento das árvores em regiões sujeitas a ventos fortes.

i.

Custos: Os sistemas de irrigação localizada são fixos e requerem grande quantidade de tubulações e acessórios. Consequentemente, os custos iniciais e anuais são altos, podendo ser comparados aos custos de implantação de sistemas fixos de irrigação por aspersão. Os custos podem variar consideravelmente, dependendo da cultura, da quantidade necessária de tubulações, dos equipamentos de filtragem e de fertilização e do grau de automação desejado. Geralmente, os sistemas localizados são mais econômicos quando utilizados em culturas de maiores espaçamentos. Por outro lado, o custo operacional, devido ao baixo consumo de energia dos motores de pequeno porte, são os baixos entre os sistemas de irrigação.
O sistema radicular da figueira é muito superficial e as raízes de diferentes árvores normalmente se entrelaçam. Este fato faz com que se tenha a preferência pela microaspersão quando da decisão da escolha do sistema de irrigação, uma vez que a área molhada por este sistema é maior, ou seja, o volume de raízes que irá explorar a água aplicada será maior.

3.3. ASPECTOS ECONÔMICOS
Já se foi o tempo em que mesmo com maiores e melhores vantagens comparativas à favor da irrigação localizada, a utilização deste sistema esbarrava na decisão econômica. Até alguns anos atrás, as taxas de importações eram altas, a escala de produção era baixa e o resultado, era preços muito altos para os sistemas de irrigação localizada.
KOBAYASHI et al (1993) estudaram os custos e receitas provenientes do cultivo de figo para mesa e encontraram custos de investimentos para um hectare figo irrigado por microaspersão (um microaspersor para cada duas plantas) da ordem de US$ 10,500.00. Mesmo com investimentos em irrigação considerados extremamente altos para os padrões atuais, a cultura se mostrava rentável.
Atualmente, para a irrigação localizada, tem-se inúmeras opções de equipamentos, tanto nacionais como importados, a concorrência se acirrou, a automação passou a ser plena com as novas tecnologia e principalmente, os preços caíram muito, levando à popularização dos sistemas.
Para efeitos de comparação, a Figura 3 ilustra uma área real de produção de figo (espaçamento entre plantas de 2,0 m e entre linhas de 3,0 m) e um projeto de irrigação por microaspersão. Foi utilizado apenas um microaspersor para cada duas plantas, à exemplo do projeto de KOBAYASHI et al (1993) e não se considerou o módulo de automação porque são apenas dois setores. Trata-se de um projeto com capacidade para aplicar 5,55 mm/dia ou 33 litros/planta.dia e possui o módulo de injeção de fertilizante do tipo venturi.
Com um conjunto moto-bomba de apenas 3cv, o custo total do projeto para 1,16 hectares é de apenas R$ 4.423,00 ou US$ 2,278.72 (base dólar livre do dia 04/10/99), custo totalmente compatível com a atividade, pela rentabilidade que a cultura proporciona.
 
 

FIGURA 3 Projeto de irrigação por microaspersão na cultura do figo (1,16 hectares).

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4. MANEJO DA IRRIGAÇÃO
Uma irrigação não pode e não deve ser entendida, única e exclusivamente, como um procedimento artificial para atender às condições de umidade de solo visando à melhoria da produção agrícola, tanto em quantidade como em qualidade ou oportunidade.
Na realidade, ela constituí um conjunto de operações (compondo em si um sistema) necessário ao atendimento das necessidades de água para as plantas, bem como eliminar seus excessos, que transcedem à relação solo-água-planta, pura e simplesmente. Agrega-se, aí, o clima, o homem, além de outros campos do conhecimento da humanidade com tamanha abrangência, que hoje tem-se intitulado conhecimentos básicos das ciências ambientais.
A ciência e a arte da irrigação, como definida desde seus primórdios são abrangentes e interdisciplinares, passando pelo campo das ciências agrárias, exatas (engenharia hidráulica, civil, elétrica, etc.), sociais (economia, sociologia, política, etc). Nenhuma delas é mais importante que a outra, pois quando da decisão final quanto ao uso da água, todos esses fatores conjuntamente têm que ser levados em conta.
Sistemas devem serem entendidos como um conjunto de elementos que se integram e que atuam agrupadamente para o objetivo geral do todo. Quem se dedica à irrigação, queira ou não, deve ter um conhecimento eclético, entender de todo o processo de produção até a comercialização, estar, portanto, habituado a trabalhar com equipes multidisciplinares. Não pode ser um especialista em generalidades, não podendo, no entanto, prescindir de uma sólida formação generalista nessas áreas.
É consenso que o irrigante está de posse da mais moderna tecnologia de produção agrícola disponível, pois juntamente com um programa de adubação equilibrado, ele reúne todas as condições para que seu material genético em campo, expresse todo seu potencial produtivo, o que certamente não seria obtido sem esses insumos acima. Ainda, atualmente estes dois insumos, água e nutrientes, passam a andar juntos, sendo possível disponibilizá-los ao solo ao mesmo tempo, através da fertirrigação com inúmeras vantagens.
Assim, os profissionais que labutam no ramo da irrigação não conseguiram ainda sensibilizar os produtores da importância de se fazer o manejo da irrigação, sendo este considerado ainda o principal desafio da irrigação. Não basta jogar água, tem que se fazer irrigação e fazer irrigação é saber colocar a água no momento e na quantidade certa. Água de menos, a planta não pode exprimir todo o seu potencial produtivo, enquanto que água em excesso, leva ao desperdício de energia, dinheiro, nutrientes (lixiviação) e da própria água, um bem cada vez mais escasso. Então, fazer o manejo da irrigação faz bem ao bolso e ao meio ambiente.
No manejo da irrigação surge a palavra freqüência de irrigação ou turno de rega, que nada mais é do que o número de dias decorridos entre uma irrigação e outra. A freqüência de irrigação poder ser fixa ou variável, dependendo da postura assumida pelo irrigante. A freqüência de irrigação fixa traz consigo a vantagem da possibilidade da programação das atividades ligadas à irrigação das culturas, uma vez que se sabe por antecipação o quando irrigar, ficando apenas a definição de quanto irrigar.
Por outro lado, com uma freqüência de irrigação variável, não se sabe exatamente quando se praticará a irrigação, mas é possível ter em mãos uma aproximação bastante boa de quanto de água aplicar.
Antes de se iniciar um processo de irrigação é necessário um conhecimento da cultura que será irrigada. Assim, as fases da cultura ou ciclo fenológico, as exigências de água e seus períodos críticos devem ser conhecidos.
Existem três processos básicos de se controlar a irrigação: processos baseados nas condições atmosféricas, nas condições de água do solo e nas condições de água nas plantas. Pode ser feita também a conjugação do controle da irrigação via atmosfera e via solo.
Antes de se conhecer ou definir qual tipo de controle a ser adotado, o irrigante deve ter em mente, que quando maior a profundidade efetiva do sistema radicular, melhor para a cultura. O aumento do sistema radicular da planta é proporcional umidade do solo, onde este aumento está diretamente relacionado com a produtividade, pois quanto maior o sistema radicular, maior o volume de raízes à explorar a água fornecida ao solo.

4.1. Processo baseado nas condições do solo
O controle da irrigação via solo passa necessariamente pelo conhecimento de suas características. Assim densidade aparente, granulometria, declividade, velocidade de infiltração básica (VIB), capacidade de água disponível (CAD), umidade de saturação, capacidade de campo, ponto de murcha permanente e curva característica do solo são propriedades que devem fazer parte do conhecimento do irrigante.
Devemos considerar e fazer uma analogia do solo com um reservatório de água e assim consumir uma quantidade de água de tal modo que não cause problemas para o suprimento futuro de água às plantas.
De maneira simples pode-se chamar a CAD de "tamanho do reservatório" e de Água Disponível (AD) a quantidade de água a ser consumida pelas plantas e que deverá ser reposta pelas irrigações. A CAD é calculada pela diferença entre a umidade na capacidade de campo (q
CC) menos a umidade no ponto de murcha permanente (qPMP), multiplicada pela profundidade efetiva do sistema radicular (PESR):

CAD = (qCC - qPMP) x PESR

Assim, se um determinado solo possui uma umidade na capacidade de campo (CC) de 0,260 cm3.cm-3 e uma umidade no ponto de murcha permanente (PMP) de 0,083 cm3.cm-3 e a profundidade efetiva do sistema radicular é de 300 milímetros (30 cm), tem-se uma CAD de 53,1 mm. Ou seja, nosso "reservatório" deverá ter uma capacidade de 53,1 mm. Se considerarmos uma água disponível (AD) de 50%, nossa maior irrigação será de 26,6 mm. Acima deste valor estaríamos substituindo o ar do solo por água, podendo trazer problemas para a cultura pelo excesso de água.
A saturação é o ponto em que todos dos poros do solo são preenchidos pela água, não restando oxigênio para ser utilizado pelas plantas, causando problemas. Já o PMP é o limite de absorção de água pelas plantas. Assim, se a umidade do solo chegar à esse ponto, as plantas não terão condições de se recuperar.
A CAD é uma característica do solo, portanto varia de solo para solo, dependendo da sua granulometria, compactação e teor de matéria orgânica. O turno de rega máximo a ser adotado por um agricultor será dado pela divisão da CAD pela máxima evapotranspiração, que seria o maior consumo de água pelas culturas. Esta informação é particularmente importante quando o sistema de irrigação é do tipo aspersão, onde o turno de rega é menos frequente, em relação à irrigação localizada, onde se adota turnos de rega de no máximo 72 horas.
A curva característica do solo (CAD) é um gráfico que relaciona o potencial de água do solo com a umidade à base de volume do mesmo. Como a maior variação da umidade do solo se dá na faixa inferior à 1000 centímetros de coluna de água, ou 1 atm, e a curva característica compreende desde a saturação (0 atm ou centímetros de coluna de água) até 15 atm (15.000 centímetros de coluna de água), é comum a representação do potencial matricial em logarítmo do módulo do potencial matricial, uma vez que ele é negativo. O logarítmo do módulo do potencial matricial é normalmente representado por pF. A Figura 4 ilustra curvas características de um podzólico vermelho amarelo.
 
 

FIGURA 4 Representação de curvas características de retenção de água no solo.
Com base em leitura dos potenciais matriciais de água do solo, através de tensiômetros, e da curva característica de retenção de água no solo pode-se determinar qual o esgotamento máximo de água do solo. Este ponto passa a ser chamado de tensão crítica de manejo, sendo que ao atingir este nível deve ser iniciada a irrigação.
À rigor, o potencial matricial tem o seu valor negativo, portanto, quanto menor seu valor, menor também será a umidade do solo. Mas na prática, utiliza seu valor em módulo, para simplificar sua utilização.
Quando não se dispor da curva característica do solo, deve ser adotado um potencial matricial crítico baseado em pesquisas ou informações de literatura.
Para a cultura da figueira, o uso de um potencial matricial (ou tensão) de manejo de -400 cca (centímetros de coluna de água) á 20 centímetros de profundidade pode ser considerado crítico, ainda que este valor está extremamente relacionado com a capacidade de água disponível dos solos.
Ao se praticar uma irrigação deve-se aplicar uma quantidade de água tal que o solo fique com a umidade na capacidade de campo. Esta pode ser adotada como a umidade correspondente à -100 centímetros de coluna de água. Para a transformação do potencial matricial em porcentagem da CAD, é necessária a conversão deste para umidade atual.

4.2. Processo baseado nas condições atmosféricas
O conhecimento dos fatores climáticos é de fundamental importância para o manejo racional da irrigação. Estes fatores permitem com uma aproximação bastante boa estimar a evapotranspiração, que é o consumo de água de um determinado local, através da evaporação da água do solo e pela transpiração das plantas, ocorrida durante o processo de fotossíntese.
Em outro capítulo definimos a evapotranspiração de referência (ETo) e a evapotranspiração da cultura.
Para culturas perenes, muitas vezes se utilizam simplificações dos coeficientes do Tanque Classe A (Kp) e de cultura (Kc). Como o Kp em uma média mensal varia muito pouco ao longo do ano, um novo fator é estabelecido. Este novo fator, simplesmente, K, passa a representar o produto entre o Kp e o Kc. Desta maneira:

ETc = ECA x Kp x Kc ou simplesmente ETc = ECA x K

Ou seja a necessidade da irrigação passa a ser definida a partir de um coeficiente determinado em pesquisa científica. OLITTA et al (1979) estudaram a irrigação na cultura do figo irrigada por gotejamento em Piracicaba e encontraram fatores K de 0,4 e 0,8 em dois anos de estudos, porém sugerem novas experimentações, com mais tempo para avaliação.
HERNANDEZ et al (1994) e HERNANDEZ et al (1996) estudaram o efeito da irrigação na cultura do figo e verificaram que tanto na análise simples da produção, como em uma análise econômica envolvendo função de resposta, o fator K de 0,75 se mostrou o mais adequado para a cultura, ou seja, quando do manejo da irrigação baseado nas condições atmosféricas, deve-se fazer a irrigação da cultura repondo 75% de toda água evaporada no Tanque Classe A. Para a região de Ilha Solteira, este fator representou a dotação hídrica de 1702 mm por ano (entre a poda e a colheita), considerando o total de chuvas e das lâminas aplicadas em irrigação. Através da análise econômica , chegou-se que a máxima produção de frutos maduros ocorre quando a planta recebe um total de 1787 mm. Se o irrigante aplicar mais que esta quantidade de água (seja por chuva ou por irrigação), a resposta da cultura começa a ser decrescente, ou seja, se gasta mais insumo e não se obtém maior produção, como demonstra a Tabela 2.
 

TABELA 2 Produtividade de frutos de figo na região de Ilha Solteira, de acordo com a lâmina hídrica recebida.

LÂMINA APLICADA*

FRUTOS MADUROS

FRUTOS VERDES

TOTAL

mm/ano

(kg/ha)

   
738 mm - Somente chuvas

1149,31

2433,46

3582,77

979 mm - 0,25 % ECA**

10101,41

2965,87

13067,28

1461 mm - 0,50% ECA

14069,47

2714,13

16783,60

1702 mm - 0,75 % ECA

15402,09

1759,27

17161,36

1946 mm - ECA

12879,89

2271,42

15151,31

2193 mm - 1,25% ECA

13138,92

2948,51

16087,43

* Quantidade de água recebida pelas plantas entre a poda e a colheita final
** Refere-se à soma das chuvas e das irrigações praticadas
 

Em outras palavras, se a opção for trabalhar com a ETo diretamente e considerando ainda que na região oeste do Estado de São Paulo, o Kp médio é de 0,75, o coeficiente de cultura (Kc) para a figueira é igual a 1.
O importante é ter em mente que tanto o excesso, como a falta de água são prejudiciais ao bom desenvolvimento das plantas. Com base na Tabela acima, a produção de figo somente na dependência das chuvas no oeste paulista, resultou em uma produtividade bastante baixa, enquanto que a aplicação de lâminas muito altas de irrigação não trouxe um aumento na produtividade.

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5. CONSIDERAÇÕES FINAIS
Este artigo procurou tornar disponível as opções para se fazer a irrigação da cultura da figueira e também evidenciar a importância da técnica como fator de sustentabilidade da produção, enfocando o manejo da irrigação, inclusive relatando os coeficientes técnicos disponíveis.
É oportuno relatar que todos os trabalhos conduzidos por HERNANDEZ e equipe em Ilha Solteira foram feitos em épocas de poda semelhantes à região de Valinhos, onde as colheitas foram realizadas entre os meses de outubro à março. No entanto, SANTOS (1994 e 1997) estudou o efeito de épocas de poda sobre a produção de frutos maduros e verdes de figo e concluiu que sob condições de irrigação é possível a produção em épocas distintas da principal região produtora, ou seja, é possível oferecer o produto na chamada entre-safra, onde os preços do produto atingem maiores valores, consequentemente remunerando melhor o produtor.

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6. AGRADECIMENTOS
O autor agradece a FAPESP pelo apoio financeiro para a realização das pesquisas com a cultura da figueira e também pelo apoio neste evento e publicação. Também os agradecimentos à IRRIGATERRA - Tecnologia Agropecuária Ltda, nas pessoas dos Engenheiros Agrônomos Marcelo Akira Suzuki e Marcelo Minoru Shimada pelo auxílio no levantamento dos custos do projeto de irrigação apresentado.

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7. BIBLIOGRAFIA CONSULTADA
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DOORENBOS, J.; PRUITT, W.O. Necessidades hídricas das culturas. Traduação de GHEYI, H.R. et al, Campina Grande, UFPB, 1997. 204p. (Estudos FAO: Irrigação e Drenagem, 24).
HERNANDEZ, F.B.T. Agricultura Irrigada e Atuação da UNESP no Oeste Paulista. In: SIMPÓSIO INTERNACIONAL DE FRUTICULTURA IRRIGADA, 1, 1998, Jales. Anais...Ilha Solteira: (1998) UNESP/FEIS - Área de Hidráulica e Irrigação, p.4-7, 1998.
HERNANDEZ, F.B.T. Curso de Capacitação em Agricultura Irrigada, 1, 1999, Ilha Solteira. Ilha Solteira: (1999) UNESP/FEIS - Área de Hidráulica e Irrigação, 1999, 55p.
HERNANDEZ, F.B.T., LEMOS FILHO, M.A.F., BUZETTI, S. Software HIDRISA e o balanço hídrico de Ilha Solteira. Ilha Solteira, FEIS/UNESP, 1995. 45p. (Série Irrigação, 1).
HERNANDEZ, F.B.T.; MODESTO, J.C.; CORRÊA, L.S.; BUZETTI, S. Níveis de nitrogênio e irrigação suplementar na cultura do figo (Ficus carica L.). In: CONGRESO LATINOAMERICANO DE LA CIENCIA DEL SUELO, 12, Salamanca, 1993, Anais... v. 2, p. 703-710, 1993.
HERNANDEZ, F.B.T.; MODESTO, J.C.; YOKOTA, M.A.; CORRÊA, L.S.; ZOCOLER, J.L. Efeitos de lâminas de irrigação e níveis de nitrogênio sobre os principais parâmetros produtivos da cultura do figo (Ficus carica L.). In: CONGRESSO BRASILEIRO DE ENGENHARIA AGRÍCOLA, XXI, 1992, Santa Maria, Anais... v.2 "B", p.875-885.
HERNANDEZ, F.B.T.; SUZUKI, M.A.; BUZETTI, S.; CORRÊA, L.S. Efeitos de lâminas de irrigação e níveis de nitrogênio na cultura do figo (Ficus carica L.) - Safra 1991/1992. In: CONGRESSO BRASILEIRO DE ENGENHARIA AGRÍCOLA, XXII, 1993, Ilhéus, Anais... , v.4, p.2410-2421.
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. Scientia Agricola, Piracicaba, v. 51, n.1, p. 99-104, 1994.
HERNANDEZ, F.B.T.; SUZUKI, M.A.; FRIZZONE, J.A.; TARSITANO, M.A.A.; PEREIRA, G.T.; CORRÊA, L.S. Função de resposta da figueira (
Ficus carica L.) à aplicação de doses de nitrogênio e lâminas de água. Revista Engenharia Agrícola, Jaboticabal, v.16, n.2, p.22-30, 1996.
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LOPEZ, J.R; ABREU, J.M.; REGALADO, A.P.; HERNANDEZ, J.F.G. Riego localizado. Madrid. Ediciones Mundi-Prensa, 1992. 405p.
PAZ, V.P.S.; FOLEGATTI, M.V.; DUARTE, S.N. Irrigação por aspersão e localizada. In: HERNANDEZ, F.B.T. (ed.) Curso de Capacitação em Agricultura Irrigada, 1, 1999, Ilha Solteira. Ilha Solteira: (1999) UNESP/FEIS - Área de Hidráulica e Irrigação, p.1-14, 1999.
OLITTA, A.F.L.; SAMPAIO, V.R.; BARBIN, D. Estudos de lâmina e frequência da irrigação por gotejo na cultura do figo. Piracicaba,
O Solo, v.71, n.2, p.9-22, 1979.
SANTOS, S.C. Efeito de épocas de poda sobre a produção e qualidade dos frutos da figueira (
Ficus carica L.), cultivada em Selvíria - MS. Ilha Solteira, FEIS-UNESP, 1994. 45p. (Trabalho de Graduação).
SANTOS, S.C. Efeito da época de poda e do número de ramos sobre o desenvolvimento, produção e rentabilidade da figueira (
Ficus carica L.), cultivada em Selvíria - MS. Ilha Solteira, FEIS-UNESP, 1997. 67p. (Dissertação de Mestrado).

* Palestra proferida em 19 de novembro de 1999 durante o I Simpósio Brasileiro sobre a Cultura da Figueira, realizado em Ilha Solteira - SP.