FÓRUM MUNDIAL CONTINUA MARCADO POR DIVERGÊNCIAS


 
Texto-base das discussões é criticado por organizações não-governamentais
Haia - A conferência ministerial do Fórum Mundial da Água começou ontem em Haia, na Holanda, com claros pontos de divergência nas entrelinhas dos discursos otimistas da sessão solene. O documento-base, sobre o qual trabalharão os ministros até amanhã, foi considerado fraco, cheio de salvaguardas e sem compromissos ou cronogramas concretos pelos representantes das organizações não-governamentais (ONGs), incluindo sindicatos, associações e ambientalistas.
Algumas das reivindicações e críticas da ONGs, feitas nos últimos dias, porém, foram respondidas pelo príncipe de Orange, Willem-Alexander, em seu pronunciamento. Ele mostrou-se disposto a continuar discutindo de forma aberta, desde que os protestos fossem civilizados. Referia-se ao primeiro dia do fórum, quando membros  do movimento contra barragens se manifestaram, tirando a roupa no plenário. O prícipe endossou a declaração das mulheres, que pedem direitos iguais de participação e voto nos mecanismos de decisão sobre o uso prioritário da água. Já a reivindicação dos ambientalistas - incluir a proteção aos ecossitemas e mananciais de água entre as metas principais do fórum - foi encampada pela ministra Eveline Herfkens, do Desenvolvimento e Cooperação.

Liana John - O Estado de São Paulo - 22 de março de 2000 - p. A12