CRISE? A SAÍDA PODE ESTAR NA DIVERSIFICAÇÃO

Alessandre Vieira Costa Monteiro

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Nenhum setor escapa de passar por períodos de crises econômicas. O produtor rural, diante das dificuldades, deve procurar alternativas para melhorar seus rendimentos. DIVERSIFICAR poder ser sa saída para quem procura maiores lucros do que os obtidos quando se pratica
uma única atividade. Basta planejar com cuidado para extrair, da terra, maiores riquezas. O cultivo do palmito, da soja ou a avicultura poder ser alguns dos caminhos. DIVESIFICAR não significa abandonar o CAFÉ, produto que vem gerando riquezas ao nosso país há 274 anos, mas fortalecer o agronegócio brasileiro

 

PALMITO

O palmito é uma iguaria fina, valiosa e de grande aceitação no mercado, tanto no Brasil como no exterior. Corresponde ao produto comestível, extraído da extremidade superior do tronco de certas palmeiras, constituindo-se de folhas jovens, internas, ainda em desenvolvimento, envolvidas pela bainha das folhas mais velhas.
Originalmente, o palmito era extraído da palmeira Juçara (Euterpe edulis), que possui palmito de altíssima qualidade, mas com ciclo de produção longo, Por ter uma exploração predominantemente extrativista, encontra-se em vias de extinção. Outra palmeira utilizada é o Açaí (Euterpe oleraceae): possui ciclo longo, palmito de qualidade, mas rendimentos inferiores à Juçara.
A Pupunha (Bactris gasipaes), palmeira nativa da Amazônia, apresenta um rápido crescimento e produz palmitos de boa qualidade, podendo ser plantada a pleno sol, ao contrário da Juçara e Açaí. Esta característica facilita o seu manejo, possibilitando sua instalação em áreas tradicionais de cultivo. Por esta razão, a palmeira Pupunha está sendo bastante aceita no Brasil. Publicamos, à direita, quadro comparativo entre as espécies utilizadas na produção de palmito.

POTENCIAL ECONÔMICO
A cultura da Pupunha apresenta excelente viabilidade econômica. Entretanto, seu custo de implantação é elevado: gira em torno de R$ 4.000,00/ha, com um custeio anual variando de R$ 500,00 a R$ 800,00/ha (segundo NISHIKAWA et all., 1997).
O produtor pode comercializar sua produção tanto in natura como envasada. A envasada é a mais lucrativa, porém há necessidade da instalação de uma indústria para o seu processamento. Estima-se que produtores isolados ou associados, com plantações acima de 300.000 pés de Pupunha, já se encontram em um patamar economicamente viável para a instalação desta indústria.
Um hectare de Pupunha produz cerca de 1.700 kg de palmito e 2.500 kg de sub-produtos (palmitos picadinhos ou em rodelas). O preço de comercialização do sub-produto é 60% do valor do palmito.
Estes indicadores mostram que o investimento inicial, apesar de elevado, pode ser recuperado já no primeiro corte.


INSTALAÇÃO DA CULTURA
Por se tratar de uma planta de floresta tropical, a cultura da Pupunha é muito exigente em água. Em regiões onde ocorre déficit hídrico em mais de dois meses seguidos, deve ser irrigada. Mais importante do que a quantidade de água, entretanto, é sua distribuição ao longo do ano. Tomando-se por base os plantios realizados no Estado de São Paulo, são necessários no mínimo de 1.300 a 1.400 mm de água distribuídos ao longo do ano.
A Pupunha não deve ser cultivada em regiões de solos mal drenados, tampouco em altitudes superiores a 850 m, em função das baixas temperaturas noturnas.

OBTENÇÃO DE MUDAS
O cultivo da Pupunha não apresenta grandes problemas de pragas e doenças. A maior dificuldade está na formação das mudas e na escolha das sementes para o plantio. É conveniente que se dê preferência ao cultivo de Pupunha sem espinhos, pela facilidade de manuseio e de mão-de-obra.
A propagação é feita via sementes, sendo necessário fazer um tratamento para quebra de dormência.
A germinação ocorre de 1 a 3 meses após a semeadura.
A semeadura deve ser feita em pré-germinador com substrato de terra/areia/esterco, sendo necessária a construção de um túnel plástico com algum sombreamento.
A irrigação deve ser manual.
O transplantio é feito quando as plântulas apresentarem duas folhas, em sacolas plásticas de 1000 cm3 com substrato terra/areia/esterco, acrescido de 10 gramas do adubo 10-30-10.

PLANTIO NO CAMPO
Antes do plantio, deve-se limpar completamente a área do mato, corrigir o solo com calcário e realizar uma adubação. A Pupunha não suporta a competição com mato, sobretudo com a braquiária. Recomenda-se, para o plantio, elevar o pH para 5.0 e 5.5 e a saturação de bases para 60%.
O transplante das mudas deve ser realizado quando esta apresentar mais de seis folhas e cerca de 40 cm de altura. Deve ser realizado na estação chuvosa, em dias nublados e com boa umidade no solo, pois nesta fase necessita de água em abundância.
Para o transplantio das mudas, devem ser abertos sulcos de 40 cm de profundidade para a realização da adubação e posterior cobertura destes sulcos. Depois, buracos devem ser abertos com cavadeiras, no espaçamento recomendado, que é de 2,0 x 1,0 m para palmito envasado. Assim serão 5.000 plantas/ha, o que garante uma maior produtividade do palmito. Após o transplante deve ser realizada a aclimatação e adubação, evitando-se períodos secos prolongados.

Características
Pupunha
Juçara
Açaí
Perfilhamento
bastante variável
não perfilha palmeiras de tronco único
de 15 a 45 unidades
Qualidade
excelente textura macia
ótima textura com fibras
boa textura, mais firme
Rendimento
de 500 a 700 g
de 500 a 600 g
de 150 a 300 g
Diâmetro
3 a 7 cm
2,5 a 4 cm
1 a 2,5 cm
Primeira Colheita
de 1 a 2,5 anos
de 8 a 12 anos
de 8 a 12 anos
Colheitas seguintes
de 1,5 em 1,5 anos
não tem
de 4 em 4 anos
Área de cultivo
a pleno sol, com muitas chuvas
sombreada, de preferência dentro da mata
mais aberto e de maior insolação
Cor
marfim
branca
branca

 

SOJA


Cooperados de Monte Santo de Minas vem apresentando bons resultados com o plantio de soja. Alguns chegaram a atingir produtividade média de 50 sacos por hectare. O clima e a altitude do sul de Minas favorece o plantio e as doenças raramente ocorrem. Por esta razão, a soja pode ser uma alternativa para quem ainda nao diversificou. Como alguns dos entraves de uma atividade estão na armazenagem e comercialização do produto, a COOXUPÉ foi ouvirquem entende do assunto: a CAROL. No dia 20 de agosto, o presidente José Oswaldo Galvão Junqueira e demais diretores da Carol estiveram na Matriz, em Guaxupé, acertando os detalhes para o início de uma parceria que visa ampliar os rendimentos do produtor rural. Na safra 2000/01, a produtividade da soja brasileira superou a obtida nas lavouras dos Estados Unidos e Argentina e foi a mais alta do mundo. Segundo estatísticas divulgadas pelo Departamento de Agricultura dos Estados Unidos, para cada hectare de soja plantado no Brasil foram colhidos, em média, 2.600 quilos.

  Em 28 de fevereiro de 1963, 59 produtores
rurais tiveram a idéia de se reunir para adquirir
fertilizantes em conjunto. Nascia, desta forma,
a CAROL - Cooperativa dos Agricultores
da Região de Orlândia (SP). Atualmente,
congrega mais de 1.800 cooperados de
48 municípios do norte de São Paulo e 45 do Triângulo Mineiro. Tornou-se a maior Cooperativa de GRÃOS dos Estados onde atua.
Destaca-se por apresentar capacidade estática para armazenar 650 mil toneladas de grãos.

 

FRANGO


Assim como existem cooperados que optaram pela soja na diversificação de suas atividades, outros preferiram a avicultura. A partir deste mês, a COOXUPÉ passa a atuar mais diretamente ao lado desses cooperados, pois acaba de firmar parceria com a Osato Alimentos, uma das principais empresas produtoras de frangos e seus derivados no Brasil.
A convite da COOXUPÉ, os diretores Pedro e Justino Osato estiveram na Matriz acertando detalhes para viabilizar a comercialização dos lotes a serem entregues pelos cooperados a partir deste mês. "Temos como meta disponibilizar, à Osato, 80.000 aves por semana", afirma o veterinário José Maurício Lima Rezende. Segundo ele, a COOXUPÉ dará toda assistência aos cooperados na nutrição e manejo das aves, que no prazo de 45 a 50 dias devem atingir o peso ideal para serem comercializadas. "Nesta integração, quem praticar a atividade com eficiência, vai obter preços compensadores", conclui o veterinário.

A OSATO ALIMENTOS conta com uma estrutura verticalizada: abrange desde a seleção de matrizes e o abate e processamento. Busca, por meio de pesquisas contínuas, aperfeiçoar cada vez mais o seu trabalho, cujo maior compromisso é com a qualidade e satisfação de seus consumidores. Ao firmar parceria com a Ajinomoto no Japão, ampliou sua atuação, já reconhecida como sendo de qualidade no mercado brasileiro, até o sudeste asiático, Japão e Europa.
 

 


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