FÉRIAS PARA LULA


Se Luiz Inácio Lula da Silva quiser se recuperar das dores de cabeça da Saúde, sugerem-se umas Férias no Turismo, o ministério. Tudo aquilo que o PT prometeu na campanha, planejamento estratégico, gestão, criação de indicadores de acompanhamento, envolvimento de setores no planejamento, conselhos bem organizados e produtivos, está presente no "Plano Nacional de Turismo", uma proposta exemplar de planejamento público.
Sem ser do ramo, o ministro Walfrido dos Mares Guia mostrou que, tendo as ferramentas apropriadas, e experiência em gestão e planejamento, sabendo ouvir, chega-se lá.
O plano foi montado em cima de uma sucessão de reuniões com todos os setores envolvidos com o turismo. Tendo o quadro geral, passou-se ao ponto central de todo planejamento bem-sucedido: a definição do modelo institucional. No caso do turismo, trata-se de um modelo em que o planejamento e os recursos são centralizados, mas a operação é na ponta. A estrutura da organização é similar ao SUS (Sistema Único de Saúde), com fóruns municipais e estaduais de turismo.
A célula-mater da operação serão os circuitos -consórcios de municípios com características comuns. O circuito é a forma mais moderna de organizar o turismo e ampliar o tempo de permanência dos turistas. Cada Estado foi incumbido de um mapeamento dos seus circuitos.
Assessorado pelo Fórum dos Secretários Estaduais e do Conselho Nacional do Turismo (composto pelas principais organizações setoriais), caberá ao ministério definir as políticas, os programas, as ações e as parcerias.
Os Fóruns Estaduais monitorarão os circuitos e serão, por sua vez, monitorados pelo ministério, ajudando a otimizar e organizar as demandas, propor soluções, identificar obstáculos, dar prioridade às ações do plano e monitorar as regiões. Cada Estado terá até 2004 para criar ou definir pelo menos três circuitos de padrão global.
Definido o modelo, teve início o planejamento, com duas reuniões gerais, além de encontros individuais com entidades. Desses encontros resultou enorme volume de contribuições, que foram sistematizadas em cinco eixos temáticos: sistemas de gestão, visão de futuro, objetivos a serem perseguidos, metas a serem alcançadas e eixos estruturantes do turismo.
A partir das consultas aos diversos agentes, definiram-se metas para o quatriênio 2003-2007, como a de criar condições para gerar 1,2 milhão de novos empregos e ocupações, aumentar de 3 milhões para 9 milhões o número de turistas estrangeiros no ano e gerar US$ 8 bilhões em divisas e aumentar para 65 milhões a chegada de passageiros nos vôos domésticos. Cada Estado terá até 2004 para criar ou definir pelo menos três circuitos de padrão global.
A criação e o acompanhamento dos indicadores ficarão a cargo de uma entidade externa, o Ipea (Instituto de Pesquisa Econômica Aplicada). A Embratur será responsável por vender o produto Brasil no mundo. A imagem que se pretende trabalhar no exterior é a da diversidade, do país de múltiplas festas e manifestações culturais.




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