PUPUNHA É OPÇÃO ECONÔMICA PARA PEQUENAS PROPRIEDADES

André Mesquita

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Cultura rústica e de alta produtividade, o plantio do palmito pupunha está conquistando um interesse cada vez maior nas pequenas e médias propriedades rurais. Hoje, parte do palmito consumido ainda é nativa. Porém, com a proibição da extração desse palmito por questões ecológicas, a pupunha tornou-se uma alternativa de produção para agricultores e sitiantes nos últimos anos.
"É importante destacar que o palmito pupunha é plantado apenas uma vez e sua produção é praticamente constante. Já o palmito nativo, a cada colheita, deve ser replantado", afirma
Marcelo Suzuki, agrônomo da Irrigoeste, em Dracena, no interior paulista.
Segundo o agrônomo, o palmito pupunha consegue se adaptar a um clima quente e a diversos tipos de solo, com uma adubação convencional e irrigação constante. Cada planta produz de 500 g a 900 g de pupunha por ano.
"É preciso molhar a palmeira todos os dias, até mesmo na colheita. Um solo com baixa umidade pode deixar o palmito mais fibroso e impróprio para a comercialização", explica Suzuki. As folhas da palmeira também podem ser utilizadas como complemento da ração bovina, de acordo com o agrônomo.
A partir de 18 meses após o plantio das mudas, nas condições de plantio irrigado, a palmeira está pronta para produzir. "Depois desse período, a colheita é constante, pois a planta se perfilha", diz.
Ele recomenda que os sitiantes comecem utilizando uma área de 1 hectare, com um plantio de cerca de 5.000 mudas.
"Contando com a compra de mudas, preparo do solo e sistemas de irrigação, o custo inicial para a produção de pupunha é de cerca de R$ 12 mil, valor que pode ser recuperado dentro de três anos", afirma Suzuki.
Para a comercialização, o palmito pupunha oferece dois caminhos. O sitiante pode vender o produto para a indústria ou agregar valor, montando uma indústria de processamento, o que possibilita vender diretamente para os supermercados.
"O pupunha foi bem-aceito no mercado consumidor, ele é um pouco mais adocicado que o palmito nativo, mas seu sabor é corrigido durante o processamento", afirma.

 Folha de São Paulo, Agrofolha, 15 de janeiro de 2002, p.F.2.



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