TIM-TIM
POR TIM-TIM |
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Janio
de Freitas |
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Compras
da Presidência da República sempre suscitaram interesse.
No governo anterior, os esbanjamentos passaram a provocar, também,
indignação de uns e ainda mais omissão de outros.
As compras da nova Presidência, com seus ingredientes inesperáveis,
começaram por criar os já manifestados espantos vários.
E nisso poderiam ficar, não fora a longa carta da Presidência,
na Folha de anteontem, com o propósito um tanto irritado de demonstrar
que as compras "primam pela transparência". A menos
que seja a transparência das 600 taças de cristal listadas
nas compras, é justamente a opacidade da operação
que reanima certas curiosidades, impertinentes embora. As taças,
por exemplo. O preço proposto pode estar correto, os refinamentos
exigidos talvez atestem bom gosto, mas, convenhamos, 600? O governo
do "Fome Zero" está com interessantes disposições
gastronômicas. Onde foram parar, porém, as taças
que integravam o acervo, notoriamente farto em dimensão e luxo?
Quebraram-se às centenas ou foram furtadas? Se não, como
justificar as seis centenas da compra atual? É uma curiosidade
insignificante, sim, mas que leva a outra um pouco menos: por que, na
sua longa afirmação da transparência governamental,
a Presidência omitiu as indispensáveis referências
aos jogos de cristal e de talheres, a tantos roupões necessariamente
"em algodão egípcio" (inclusive em tamanho extra-grande,
para a família presidencial?), toalhas obrigatoriamente de cambraia,
com bordados só aceitáveis se feitos à mão? |
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