AGRICULTURA CRESCE 11% NOS ÚLTIMOS DOIS ANOS
|
|
Mauro
Zafalon |
|
|
A
agropecuária está sendo a salvação do Produto
Interno Bruto nos últimos anos. Enquanto o PIB cresceu apenas
1,7% no biênio 2002/3 (resultado do crescimento de 1,93% em 2002
e da queda de 0,20% em 2003), a agricultura acumula crescimento de 10,8%
nesses dois anos. Febre
da soja |
ENTENDA
O QUE É PIB |
O
que é? |
COMO
É FEITO O CÁLCULO |
1.
Quando os economistas dizem que o PIB brasileiro em 2002 foi de R$ 1,3
trilhão*, eles estão afirmando que os setores da encomia
do país - agropecuária, indústria e serviços
- criaram, juntos, riquezas nesse valor 2. Imagine que o IBGE queira calcular a riqueza gerada por um artesão. Ele cobra, por uma escultura de madeira, R$ 30. No entanto, não é esta a contribuição para o PIB 3. Para fazer a escultura, ele usou madeira e tinta. Não é o artesão que produz esses produtos, ele teve que adquiri-los da indústria. No preço de R$ 30, ele inclui os custos para adquiri-los 4. Assim, se a madeira e a tinta custaram R$ 20, a contribuição do artesão para o PIB foi de R$ 10, não de R$ 30. Os R$ 10 foram a riqueza gerada por ele ao transformar um pedaço de madeira e um pouco de tinta em uma escultura 5. O IBGE precisa fazer esses cálculos para toda cadeia produtiva brasileira. Ou seja, ele precisa excluir da produção total de cada setor as matérias-primas que ele adquiriu de outros setores 6. Depois de fazer esses cálculos, o instituto soma a riqueza gerada por cada setor, chegando à contribuição de cada um para a geração de riqueza e, portanto, para o crescimento econômico |
*
O valor do PIB de 2003 ainda não foi divulgado pelo IBGE |
CONSTRUÇÃO
CIVIL SENTE QUEDA NA RENDA E NOS INVESTIMENTOS |
Maeli
Prado |
A
retração de investimentos no ano passado -o recuo foi
de 6,6% ante 2002- e a renda em baixa foram os dois fatores determinantes
para a queda de 8,6% no PIB da construção civil no ano
passado, a maior desde 91. De acordo com o vice-presidente do Sinduscon-SP
(sindicato da indústria de construção civil), Eduardo
Zaidan, a correlação entre o que acontece em outros setores
e a construção civil é forte porque cerca de 70%
de tudo o que se investe no país passa por construtoras ou imobiliárias.
"A construção se alimenta de todos os investimentos
dos outros setores. Como estes caíram, o setor não trabalhou
em 2003", diz.
Zaidan atribui a falta de investimentos ao elevado patamar da taxa básica de juros da economia (Selic), hoje em 16,5% ao ano. "A taxa de investimentos depende diretamente da taxa de juros de captação, que é o motor do crescimento econômico", afirma. Outro problema apontado pelo vice-presidente da entidade é a escassez de obras públicas entre 2002 e 2003, sintoma da Lei de Responsabilidade Fiscal. "Os três grandes compradores de construção civil são o governo, as empresas e as famílias. Nenhum está comprando", diz. "O governo tem restrições orçamentárias. As famílias, com a queda na renda e desemprego, não consomem, e as empresas estão acuadas pelo aumento da carga tributária e pelo poder aquisitivo baixo da população", completa. Conforme Zaidan, é preciso definição de uma política habitacional por parte do governo, entre outras medidas, para mudar esse quadro. "É necessário definir de onde vêm os recursos que vão ser direcionados para construção, o montante desses recursos e quando vão ser usados para que possa haver planejamento por parte dos investidores", diz. A reação que ocorreu no PIB de outros setores no último trimestre de 2004 não chegou à construção, segundo ele, porque os investimentos do setor são de longo prazo. "Entre a decisão de investir e o investimento em si, são, no mínimo, seis meses." Na comparação do quarto trimestre de 2003 com os últimos três meses de 2002, a queda foi de 11,1%. O setor, que representa 7,6% do total de ocupados no país, eliminou 38,3 mil postos de trabalho formais no ano passado. Crédito
em baixa
|
|