SAIU
DA TOCA Depois de cinco anos em desenvolvimento e bilhões de
dólares investidos, sucessor do XP enfim é lançado
Nada
relacionado ao Windows Vista é pequeno ou simples. O recém-chegado
sistema operacional que sucede o Windows XP foi classificado por Bill
Gates como "o lançamento mais importante da história
da Microsoft". A empresa investiu cerca de US$ 6 bilhões
no desenvolvimento do projeto, incluindo o Office 2007.
Ele tem objetivos como explorar os limites do hardware, acabar com a
carreira dos estelionatários da internet e convencer mais de
90% dos usuários de PCs a investir dinheiro na compra de acessórios
ou mesmo de um micro novo.
De quebra, o Vista quer ajudar os PCs a substituírem a televisão,
transformar o tocador Zune no novo iPod e fazer do Xbox 360 o videogame
mais popular do mundo.
Mudanças
Com requisitos mínimos que superam a configuração
média dos notebooks e dos desktops atuais do mercado brasileiro,
o novo Windows traz mudanças profundas na aparência e na
estrutura. De certa forma, será preciso reaprender a usar o sistema
operacional e os seus principais programas, como o Office e o Internet
Explorer.
Tarefas como encontrar arquivos no seu disco rígido, lidar com
fotos e com música digital ou monitorar o que as crianças
fazem no computador ganharam formas totalmente novas de serem realizadas.
De acordo com analistas do IDC, a chegada do Vista tem conseqüências
em todo o "ecossistema" da informática. Para cada dólar
gasto no novo Windows, o consumidor gasta outros US$ 18 em produtos
relacionados, como memórias e gravadores de DVDs.
A empresa Friedman, Bil- lings & Ramsey Co. avalia que o Vista ampliará
o faturamento da Microsoft dos US$ 12,4 bilhões registrados em
2006 para US$ 16,3 bilhões neste ano -apesar de parte desse aumento
ser decorrente da transferência de US$ 1 bilhão do faturamento
de 2006 para 2007.
Os planos para o Vista também são grandiosos. Só
nos EUA, a empresa de Gates espera vender mais de 12 milhões
de cópias do sistema até o final deste ano. Na América
Latina, a meta é chegar aos 10 milhões de unidades comercializadas.
Questão
de honra
Além dos lucros em potencial, o sucesso do Vista também
tem um forte sentido simbólico. Lançar o sistema é
talvez a última missão de Bill Gates à frente da
Microsoft e um fracasso marcaria a trajetória do homem mais rico
do mundo.
Dificilmente um outro sistema poderá superar a popularidade do
Windows, mas não faltam dificuldades e adversários que
levariam Gates a uma aposentadoria amarga.
Ninguém pode garantir qual será a resposta do mercado.
Se o Vista virar apenas uma carinha bonita, os programas de código
aberto ou os novos programas similares -como o supostamente quase terminado
sistema operacional do Google, sobre o qual há muita conversa
na internet- poderiam minar o domínio da Microsoft.
Essa tendência já se verificou, em alguma medida, em outros
produtos da empresa, como seu software para escritório e seu
programa de navegação na internet. Um exemplo é
o navegador Firefox, de código aberto e lançado oficialmente
em 2004. Hoje, 11% dos computadores dos EUA com Windows usam o programa,
segundo dados da WebSideStory.
Segurança
Além disso, a empresa tem seus próprios demônios
para enfrentar. Os problemas com o XP não foram esquecidos e
transformaram a segurança em prioridade para o Vista. A longa
rotina de falhas no Windows XP levou a Microsoft a publicar uma versão
remendada do sistema, o Service Pack 2 (SP2).
Para tentar evitar que esse constrangimento se repita, a empresa surpreendeu
antigos parceiros e lançou sua própria linha de programas
de proteção. Mesmo assim, sites e blogs especializados
afirmam que o SP1 do Vista já está em gestação
(leia mais na pág. F7)
A Microsoft oferecerá aos usuários do novo sistema programas
antivírus e anti-spyware, firewall e novas políticas de
controle de usuários.
De acordo com a empresa, o tempo e os gastos envolvidos no desenvolvimento
do Vista não têm paralelo. O futuro dirá se tudo
isso valeu a pena.
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