Wed, 17
Mar 1999 19:59:50 -0400
From: "Charles R. Clement" <cclement@internext.com.br>
Subject: Proibicao a importacao de sementes de pupunha oriundas de Peru
ou outro pais
A Secretaria de Defesa Agropecuaria (SDA) do Ministerio de Agricultura
e Abastecimento (MA), por meio da Instrucao Normativa (IN) no. 238,
de 30.12.98, publicado no Diario Oficial da União (no. 2, secao
1, pagina 11), de 05.01.99, proibiu a importacao de sementes de Bactris
e 47 outros
generos de Palmae devido ao risco de introduzir o "amarelecimento
letal" do coqueiro, causado por um "micoplasma-like organism"
{MLO = organismo similar a um micoplasma; Phytoplasma palmae} cujo vetor
eh Myndus crudus (Homoptera, Cixidae) e possivelmente especies afins.
Ate 1996, nao se
conhece registros na literatura deste MLO ao sul de Costa Rica (Kimati
et al. 1997. Manual de Fitopatologia - Doencas de plantas e seu controle.
Ceres, Sao Paulo).
Com base nesta IN, o Posto de Vigilancia Agropecuaria, da Delegacia
Federal de Agricultura no Amazonas (DFA/AM), estah apreendendo e incinerando
todos as remessas de sementes de pupunha oriundas do Peru que chegam
em Manaus, mesmo que estas remessas atendam as normas legais de importacao
de antes da IN no. 238. Vale ressaltar que a maioria absoluta de remessas
apreendidas ate hoje sao irregulares em um ou mais itens da Portaria
no. 437, de 25.11.85, e da Portaria no. 127, de 18.04.97.
É IMPORTANTE FRISAR QUE NAO EXISTEM MEIOS LEGAIS PARA REVERTER
ESTA
SITUACAO DE IMEDIATO, POIS A DFA/AM ESTA COMPRINDO O QUE DETERMINA A
LEGISLACAO VIGENTE E ATOS NORMATIVOS DO M.A.
O Departamento de Defesa e Inspeccao Vegetal do MA reuniu com a Embaixada
do Peru em Brasília, no dia 26.02.99, e solicitou que o Ministehrio
de Agricultura do Peru iniciasse a Fase 1 da Analise de Risco de Pragas
(ARP), conforme Portaria no. 239, publicado no DOU de 05.01.99. A Embaixada
do
Peru assumiu o compromisso com o MA a fornecer os resultados da Fase
1 da ARP no prazo de 30 dias. Mesmo assim, a analise nao podera ser
completa e aprovada pelo MA do Brasil antes do final da safra de pupunha
em curso.
Durante a reuniao extraordinaria da Comissao de Defesa Sanitaria Vegetal
no Amazonas (CDSV) da DFA/AM, de 03.03.99, foi tracado um plano para
agilizar a ARP do lado brasileiro. Durante a 2ª reuniao extraordinaria
da CDSV, de 15.03.99, a parte da Fase I da ARP sob responsibilidade
da CDSV foi avaliada, faltando pouco material para enviar a SDA. O MA
esta trabalhando para completar a ARP o mais rapido possivel.
Recomendacao 1: suspender qualquer importacao de sementes de pupunha
antes da conclusão da ARP.
Recomendacao 2: enviar informacao sobre pragas e doenças de pupunha
em qualquer estado ou pais, publicado ou nao, para Luadir Gasparoto,
Embrapa Amazonia Ocidental, <gasparot@cpaa.embrapa.br>,
ou Charles R. Clement, INPA, <cclement@inpa.gov.br>,
para usar na ARP.
Recomendacao 3: legalizar todos os importadores e comerciantes de sementes,
e os viveiristas de mudas de pupunha junto a suas DFA's locais e Secretarias
de Agricultura, atendendo todas as normas da Portaria no. 437 e outras
normas estaduais ou federais pertinentes.
Recomendacao 4: obter uma cópia de cada portaria e instrucao
normativa mencionada:
Portaria no. 437 - Normas para processamento das importacoes de sementes
e mudas, publicado no Diario Oficial da Uniao de 03.12.85
Portaria no. 127 - Analise de Risco de Pragas, publicado no Diario Oficial
da Uniao de 18.04.97
Portaria no. 239 - Normas para a avaliacao da Fase I da Analise de Risco
de Pragas, de 30.12.98, publicado no Diario Oficial da Uniao (no. 2,
secao 1, pagina 12), de 05.01.99
Instrucao Normativa no. 238 - Proibicao a importacao de material vegetal
de países infestados ou suspeitos de amarelecimento letal do
coqueiro, de 30.12.98, publicado no Diario Oficial da Uniao (no. 2,
secao 1, pagina 11), de 05.01.99
Esta informacao ja estah disponivel na Pupunha-Net e tentaremos colocar
as
Portarias e a IN em breve.
PROGRAMA ESTADUAL
DE FOMENTO FLORESTAL VAI DISTRIBUIR 26 MILHÕES DE MUDAS DE ÁRVORES
Como parte das comemorações do Dia Mundial do Meio
Ambiente, foi lançado hoje (5), o Programa
Estadual de Fomento Florestal a ser desenvolvido pela Secretaria
de Agricultura e Abastecimento (SAA) e o Fundo
Florestar, que completa dez anos de existência. O programa
prevê a distribuição de 26 milhões
de mudas de árvore, neste ano.
Para o Secretário João Carlos de Souza
Meirelles, o conceito de cadeia produtiva se aplica também
às florestas. Como consequência do agronegócio
florestal, haverá a geração de empregos e
renda e fixação da população, condições
preliminares para a eliminação da miséria.
Na oportunidade, Meirelles considerou empossados os membros da
Câmara Setorial de Produtos Florestais, que
em breve se reunirá para a escolha do presidente e definição
das atividades. O objetivo da parceria, que envolve órgãos
públicos ligados ao setor agrícola/ambiental, empresas
florestais, associações de reposição
florestal e de produtores, é a conscientização
do proprietário rural das
vantagens econômicas da preservação
ambiental, através do reflorestamento de
áreas inadequadas à agricultura e pecuária.
Dos 24,7 milhões de hectares do
território paulista, 4 milhões de hectares
são objeto da ação do programa,
que pretende transformar em florestas, áreas
sem uso definido. As árvores, no seu desenvolvimento
agem como seqüestradoras de carbono, elemento
que pode ser
estocado
(na preservação) e comercializado (como madeira),
para compensar a emissão de gás carbônico
(CO2). Segundo Eduardo Pires Castanho, diretor executivo do Fundo
Florestar o conceito é: Quem polui
paga para quem limpa? Há interesse, particularmente
dos países europeus, na criação de florestas
no Brasil, cujos proprietários das terras seriam
compensados financeiramente, através de títulos
comercializados em bolsa. Desta forma, empresas poluidoras no exterior
pagariam sua quota de beneficiamento da atmosfera terrestre.
A Secretaria de Agricultura e Abastecimento, por meio da Coordenadoria
de Assistência Técnica Integral (CATI), executará
o cadastramento e seleção das propriedades beneficiadas,
após a definição de demandas regionais, a expedição
de mudas e o acompanhamento das atividades
de
plantio,
além da difusão de conhecimentos técnicos. Lucy
Fassoni - lfassoni@sp.gov.br
Date:
Mon, 24 Jan 2000 10:24:25 -0200
Subject: BOVI, M.L.A.; SPIERING, S.H.; BARBOSA, A.M.M. Densidade radicular
de
progênies de pupunheira em função de adubação
NPK. Horticultura Brasileira, Brasília, v. 17, n.3, p. 186-193,
novembro 1999.
O uso eficiente de fertilizantes requer o conhecimento de seus efeitos
tanto na biomassa aérea quanto na radicular, permitindo que se
identifique uma adubação adequada do ponto de vista de
uma melhor partição entre ambas. A massa de raízes
secas por volume de solo vem sendo utilizada,
principalmente em espécies perenes, como subsídio para
estimativas de biomassa radicular. Com esse objetivo, foram estudados
os efeitos da adubação NPK na densidade radicular de três
progênies de pupunheira (Bactris gasipaes Kunth), cultivadas em
um Aluvial álico (corrigido por meio de calagem) em Ubatuba,
SP (clima "Cfa"), durante o ano de 1993. O delineamento foi
um fatorial fracionado, composto por quatro doses crescentes de nitrogênio
(0 a 400 kg/ha/ano de N), fósforo
(0 a 200 kg/ha/ano de P2O5 ) e potássio (0 a 200 kg/ha/ano de
K2O), em experimento integrado (progênies e adubação).
As amostras foram coletadas por ocasião da primeira colheita
de palmito (outubro de 1993), quando as plantas (cultivadas no espaçamento
de 2 x 1 m) tinham cerca de dois
anos de campo. Utilizou-se o método do trado, coletando-se, por
parcela experimental, duas amostras na linha e duas na entrelinha. Houve
diferenças entre genótipos (GE), com as progênies
2 e 3 apresentando, em média, maior densidade radicular que a
progênie 1 (5,15 e 6,20 contra 2,61 g/dm3, respectivamente). A
interação GE x PO (posição da amostra) foi
significativa, sendo que para as progênies 1 e 2 a maior densidade
radicular foi obtida na linha (3,30 e 6,60 g/dm3 na linha, contra 1,92
e 4,70 g/dm3 na entrelinha, respectivamente), enquanto para a 3 a ordem
foi inversa (5,57 g/dm3 na linha e 6,84 g/dm3 na entrelinha). Doses
crescentes de potássio (K) apresentaram efeitos lineares positivos
e significativos (R2 =0,93 a 0,97) na densidade radicular das três
progênies, com acréscimos
entre dose mínima e máxima variando de 18 a 28%. Nao houve
efeito significativo isolado de P, enquanto doses crescentes de N proporcionaram
um efeito linear positivo e significativo, mais evidente na progênie
1 (médias de 2,26, 2,39, 2,62 e 3,16 g/dm3 para as doses 0, 100,
200 e 400 kg/ha/ano de N, respectivamente. Não houve interação
estatisticamente significativa entre GE e fertilizantes aplicados (NPK),
exceto para GE x N x P. Embora com respostas diferenciais de acordo
com a
progênie, constatou-se que a maior densidade radicular foi sempre
obtida nas doses mais elevadas de N.
* Pelo fato da Área de Hidráulica
e Irrigação trabalhar também com a cultura da pupunha, incluimos aqui também alguns
e_mails da Pupunha-L.
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