Diferente
do que se praticava a alguns anos, quando irrigar era lidar com aqueles incômodos tubulões de alumínio
que eram deslocados de um lugar para outro a fim de cobrir toda a plantação e em que , na verdade,
se praticava um "molhamento" do terreno como consumo exagerado de água e energia, atualmente o
produtor rural vem tomando consciência de que irrigar é mais do que jogar água na planta, se
ele quiser obter dela sua produtividade máxima.
Considerações sobre o consumo de água
e energia, uniformidade de vazão, fertirrigação(adubação através da água)
são essenciais para um bom rendimento do que foi investido.
Por isso, todo sistema de irrigação deve começar
por um bom projeto, em que se dimensionam críteriosamente a vazão e a pressão necessárias
para uniformizar a aspersão da água, a capacidade da motobomba, sistema de filtragem, possibilidade
de fertirrigar, etc.
Na escolha do tipo adequado de irrigação (convencional
ou localizada) conhecer as características do sistema radicular de cada planta, ter conhecimento do tipo
de solo que vai irrigar, do clima da região e da necessidade hídrica de cada cultura é meio
caminho andado para alcançar eficiências e a eficácia desejada.
Cada planta apresenta um sistema radicular característico
e necessidade hídrica peculiar, a modalidade de irrigação tem necessariamente que obedecer
a esse critério.
Por exemplo, a pupunha possui raízes bem superficiais, mas que tomam toda a área plantada, encontrando
entre si e formando uma malha que deve receber água em toda sua extensão. O sitema de microaspersão
é o ideal: recobre toda a área plantada, equaliza a vazão e permite a fertirrigação.
O café por outro lado, possui seu sistema radicular
concentrado sob a proteção da copa, ou deibaixo da saia, como se diz. Não há necessidade
de molhar toda a área plantada, mesmo por que esta prática representa um enorme desperdício
de água, de energia e conseqüêntemente de dinheiro. Para o café, temos feito irrigação
por gotejamento, que molha direto e somente a zona radicular.
A água concentra-se nas raízes, pode-se fazer
a fertirrigação, colocando-se o nutriente em forma solúvel direntamente na "boca da planta".
Além disso não se dá água para o mato pois não molha as entre-ruas.
O coco é preferencialmente irrigado por microaspersão,
embora tenha as raízes concentradas, requer uma vazão muito grande. Cerca de 120 litros/dia.
O sitema de aspersão convencional é o que
mais se aproxima do "molhamento" que citamos acima. Não há como equilibrar a vazão
sobre cada planta, pois sofre muita interferência do vento, as árvores maiores obstruem o fluxo da
água sobre os menores e, no caso do café, o excesso de água e sua força podem até
prejudicar a florada. Não permite a fertilização.
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Existem outras opções de irrigações,
como o autopropelido( indicado para cereais, e que caminha em linha reta), o pivô central( de multiuso, que
giram em torno de um eixo fixo), o tradicional canhão, temos também a tripa (mangueira perfurada
que emite dois pequenos esguichos laterais), cada qual usados dentro de suas especificações técnicas,
sempre visando ao binômio eficiência e economia. Há ainda os sistemas de irrigação
por sulcos e por inundação, que não se adequam em nosso tipo de solo.
A escolha do tipo de irrigação adequado para deterninada cultura é a garantia de que o resultado
do investimento será maximizado, garantindo-se uma maior produtividade e um maior rendimento. |
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MARCO ANTÔNIO FRANCO LEMOS FILHO.
Engenheiro Agrônomo pela UNESP/Ilha Solteira e é
surpevisor de Projetos de Irrigação da IRRIGOESTE/Dracena
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