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IRRIGAR OU CONTINUAR A SOFRER PELA IRREGULARIDADE DAS CHUVAS
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Fernando Braz Tangerino Hernandez*

Usaremos os totais de chuva e evapotranspiração no ano de 2.013 no noroeste paulista, como exemplo, novamente utilizando os registros como base para o convencimento e planejamento, pois estamos no verão e assim, existe sempre uma expectativa de chuvas, ainda que os veranicos estão sempre presentes e dependendo da sua extensão, pode comprometer a produtividade potencial dos cultivos.

Enquanto que os nosso principal concorrente pelo mercado de grãos tem no frio e na neve a preocupação maior sobre a influência na escolha das cultura e momento de semear, por aqui, que contamos com pouco mais de 20% da área irrigada dos Estados Unidos, está na chuva nossa maior preocupação.

Assim, ainda que o noroeste paulista tenha registrado média de 1.153 milímetros em 2013, o que nos preocupa é a dispersão, tanto entre os meses, como entre diferentes municípios. A diferença na chuva entre o maior registro que foi em Ilha Solteira e o menor em Itapura foi de 29%.

Ainda em relação o número de dias sem chuva em 2013 variou entre 66 dias em Itapura, - isso mesmo, onde menos choveu - mas com maior frequência, e Pereira Barreto, que chegou a amargar 94 dias sem chuvas. Na média, foram 78 dias sem chuva no noroeste paulista.

Por outro lado, a variação entre a maior e a menor taxa de evapotranspiração foi de apenas 13%, variando entre 1362 e 1566 mm e de forma mais uniforme ao longo do ano. Na prática temos uma exigência maior por água para a atmosfera, do que ela nos entrega na forma de chuvas e assim, os recursos financeiros que podemos tirar das terras de forma a mover a economia regional ficam limitados.

Mudar esta situação somente pode ser feito com o uso de sistemas de irrigação, que moverão a água de córregos, rios, reservatórios para as áreas de cultivo e assim, garantirão produtividade em 2,5 safras por ano. Muitos, infelizmente, ainda não perceberam as vantagens desse uso para água, que apenas é transferida de um local para outro, uma vez que o processo de evapotranspiração vai continuar existindo, mas agora trará divisas à todo uma região.

Evapotranspiração é o nome do processo em que se transfere água para a atmosfera através da evaporação do solo e transpiração das plantas e que, para uma máxima produção, deve ser reposta pelas chuvas ou pelos sistemas de irrigação. Como uma conta corrente no banco, a evapotranspiração deve ser reposta para que não tenhamos prejuízo.

Desse modo, o irrigante não "gasta" água como muitos pensam, ele usa a água - muitas vezes de qualidade ruim-, que passará para a atmosfera e cairá na forma de chuva em outra região. Por isso sempre digo que o irrigante não é bandido - como alguns chegam a pensar -, na verdade o irrigante é o mocinho, com o intuito de lembrar aos irrigantes que a sociedade precisa saber a importância da sua atividade. Para tanto, a comunicação com diferentes linguagens deve ser priorizada como forma de democratização do conhecimento, da informação e do crescimento da área irrigada para colhermos mais desenvolvimento sócio-econômico. O conhecimento e as informações são fundamentais para que se possa ter a exata compreensão por todos os seguimentos da sociedade da importância da agricultura irrigada, seus efeitos multiplicadores, ao mesmo tempo em que possibilita o uso de novas técnicas e tecnologias.

Muitos desafios e muitas oportunidades é como ele caracteriza o momento pelo qual passa a irrigação no País. Mas não há mais espaço para amadorismo na agricultura irrigada. Não basta ter bons sistemas de irrigação. Conhecimento técnico e manejo são importantes, mas tudo começa com um bom projeto de irrigação, que atenda as necessidades de evapotranspiração das culturas, tenha ótima uniformidade de aplicada de água, composto de bons materiais e por fim tenha tido uma boa montagem.

Feliz cidade que conta com investimentos em irrigação e assim, bons exemplos florescem e são cada dia mais destacados pela imprensa.

Irrigamos apenas cinco milhões de hectares, muito pouco para o potencial de 30 milhões e assim, ainda temos grandes desafios pela frente!

* Fernando Braz Tangerino Hernandez, Engenheiro Agrônomo e Professor Titular da Área de Hidráulica e Irrigação da UNESP Ilha Solteira (www.feis.unesp.br/irrigacao/irrigacao.php), divulga dicas sobre agricultura irrigada e agroclimatologia  semanalmente no Pod Irrigar em http://podcast.unesp.br/podirrigar.

Figura 1 - Distribuição da chuva acumulada no noroeste paulista em 2013.

 



 



 

 
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