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IRRIGAÇÃO - O PIVÔ DA ALTA PRODUTIVIDADE
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Sistema de monitoramento para irrigação promete ganhos de até 190% na lavoura

Ao percorrer propriedades rurais pelo País, não é difícil encontrar pivôs realizando a irrigação das fazendas. Apesar de esses equipamentos serem a salvação de muitas lavouras, uma unidade de 75 hectares pode consumir algo em torno de 600 mil litros de água em 30 dias, média de 2,7 milímetros ao dia por hectare, dependendo da cultura. Some-se a isso o custo com energia, que pode passar dos R$ 7 mil por aparelho, ao mês. Em Cristalina (GO), capital brasileira da irrigação, o produtor Reinaldo Figueiredo tem 30 pivôs que irrigam 2.254 hectares de um total de 25 mil. E ele certamente ampliaria a área, não fossem os custos. "Eu gasto cerca de R$ 1 com energia elétrica a cada milímetro de água consumido", explica ele, que planta seis tipos de grãos.

Diante da necessidade que produtores têm de aumentar a produção e reduzir gastos, dois pesquisadores pernambucanos desenvolveram um monitor de irrigação que promete ganho de produtividade de até 190%, no caso do café, e economia entre 1% e 10% do volume de água. "Fizemos testes em propriedades e os primeiros resultados demonstram ganhos acima da média", explica Victor Nogales, gerente de negócios do Centro de Estudos e Sistemas Avançados do Recife (Cesar) e um dos responsáveis pelo projeto.

O custo para adquirir o sistema, que deve chegar ao mercado no fim do ano, é de 2% do valor de um pivô cujo preço varia de R$ 200 mil a R$ 800 mil, algo entre R$ 4 mil e R$ 16 mil, enquanto soluções importadas custam em média R$ 20 mil. "Qualquer tecnologia que traga inovação e economia sem custo ao ambiente é bem-vinda", declara Fernando Tangerino, coordenador da Área de Hidráulica e Irrigação da Unesp Ilha Solteira. Segundo ele, são poucas áreas irrigadas no País, por conta da ideia que muitos produtores têm sobre os gastos.

"Ter um pivô é investir na produtividade." Ela pode ser potencializada no caso do sistema desenvolvido no Cesar. O alto rendimento do aparelho é resultado de um preciso controle do volume de água e ele pode ser adaptado aos pivôs com painel analógico. O aparelho é acoplado ao pivô central, recebe dados sobre produção, consumo e velocidade, decodifica as informações e as transmite para o computador e o celular em tempo real. "Com isso há aumento da produtividade e redução do desperdício", explica Nogales.

Cafeicultura - A Revista do Agronegócio Café, Dinheiro Rural, junho/2010, pág. 42

 
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