Nesta semana, que começa no dia 30 de maio
e vai até o dia 05 de junho de 2004, estamos vivenciando a
semana do meio ambiente. No dia 05 de junho como acontece todos os
anos estará sendo comemorado o dia mundial do meio ambiente,
data extremamente importante para a conservação da natureza.
A preocupação com a conservação da natureza
vem se acentuando nos dias atuais em função das atividades
humanas, as quais têm ocasionado seríssimos problemas
de degradação ambiental, a ponto de comprometer, caso
não sejam tomadas medidas emergenciais, os recursos naturais,
as condições de vida e consequentemente, toda a vida
futura no planeta.
O amor à natureza e o desejo de que ela seja preservada ou
utilizada racionalmente pelo homem já podem ser verificados
nos primeiros livros sagrados. Praticamente todos eles mencionam a
vida das plantas, dos animais silvestres e do homem, como elementos
integrantes do meio ambiente. Entre outros podem ser mencionados os
Vedas, a Bíblia e o Corão. Diversos são os textos
escritos, alguns deles, há quase 2.500 anos atrás na
India cujos relatos mencionam uma preocupação acentuada
com a conservação da natureza e vários são
os líderes espirituais, entre eles Shiddarta Gautama, o Buda
que demonstraram esta preocupação. Curioso é
que São Francisco de Assis, tanto tempo depois, abraçaria
os mesmos princípios, certamente sem conhecimento das crenças
e filosofias pregadas pelos homens daquelas longínquas paragens.
Além dos princípios religiosos, os homens santos veneravam
o ar, a água, a terra (alimento) e o fogo (energia), todos
considerados como partes integrantes do Cosmos e sem os quais não
teríamos condições de vida. Procuravam demonstrar
a inter-relação de todos os seres vivos e dos elementos
abióticos que os cerca. Isso identifica a disciplina que hoje
estudamos nas universidades sob o nome de Ecologia.
O amor de Francisco de Assis demonstra abrangência universal.
Poucos terão se irmanado tanto com o universo como ele, ao
contemplar em seus retiros para meditação os elementos
naturais, que chamava de “irmãos” – o sol,
o ar, a água, as estrelas, as plantas e os animais. No seu
extraordinário “Cantico al fratte Soli” louva a
grandeza do Criador e todas as criaturas.
Muitos anos depois, mais precisamente no ano de 1854, em resposta
a uma proposta do presidente dos Estados Unidos Ulysses Grant, de
comprar grande parte das terras de uma nação indígena,
oferecendo, em troca, a concessão de uma outra “reserva”
obteve-se como resposta do Chefe Seatle, aquele que tem sido considerado
através dos tempos como um dos mais belos e profundos pronunciamentos
já feitos a respeito da defesa do meio-ambiente. Neste pronunciamento,
o chefe indígena faz um alerta contra a exploração
predatória feita pelo homem branco, ao provocar desflorestamentos,
a poluição da água, do solo do ar e ao dizimar
populações animais, inclusive a do bisão americano,
que quase foi levada à extinção pela caça
indiscriminada. Enfatizava as conseqüências negativas desta
degradação provocada pelo homem branco. Entre outras
afirmações dizia o Chefe Seatle o seguinte : “O
que ocorrer com a Terra recairá sobre os filhos da Terra. Há
uma ligação em tudo”. Vale ressaltar que a visão
“profética” do grande Chefe Indígena, acabou
se confirmando com precisão admirável, demonstrando
um profundo conhecimento das leis que regulam a natureza pois através
das atividades do homem moderno ocorre hoje um processo de intensa
degradação do meio ambiente.
Em 1962, uma nova obra veio a causar grande impacto no meio científico
e social, isto é, o livro Silent Spring (Primavera Silenciosa)
escrito por Rachel Carson nos Estados Unidos que foi o primeiro brado
de alerta, contra o uso indiscriminado de pesticidas e que teve repercussão
mundial, contribuindo para que práticas conservacionistas como
o Manejo Integrado de Pragas (MIP) passasse a ser implementado.
Nesse processo de evolução das idéias e de comportamentos,
surge a Declaração sobre o Ambiente Humano que foi estabelecida
na Conferência de Estocolmo em 1972, cujos princípios
tinham o objetivo de servir de inspiração e orientação
à humanidade para a preservação e melhoria do
ambiente humano, a qual foi seguida 20 anos depois, pela Conferência
do Rio de Janeiro, a Rio 92, e mais recentemente pela de Joanesburgo
na África do Sul, a Rio +10.
Tudo isto, mostra que ocorreu uma grande evolução da
sociedade, na forma de encarar os processos de desenvolvimento. Todavia,
as mudanças nesta percepção ocorrem num ritmo
mais lento do que seria o desejável para o não comprometimento
dos nossos recursos naturais. Atualmente o chamado desenvolvimento
sustentável é o único capaz de propiciar condições
de preservar os recursos naturais e condições de vida
saudável para as gerações futuras. Para que isto
ocorra a educação ambiental tem uma importância
extraordinária porque conscientiza e altera os padrões
de comportamento do ser humano em relação à natureza.
Segundo o conservacionista inglês Broad, “Na educação,
reside a única esperança de se evitar a total destruição
da natureza”. Que ela possa ser portanto, implementada maciçamente,
em todos os locais de forma a conscientizar a todas as pessoas porque
a educação ambiental reveste-se no mais importante instrumento
para a preservação da natureza.