Oferecer
tecnologia aos produtores da região, para tornar a pecuária
mais atrativa e com maior rentabilidade. Esse foi o objetivo da pesquisa
realizada pelo Engenheiro Agrônomo Paulo Eduardo Gargantini, como
tema de Dissertação de Mestrado do Curso de Pós-Graduação
em Agronomia da Faculdade de Engenharia de Ilha Solteira.
Coordenada pelo professor Fernando Braz Tangerino Hernandez, da área
de Hidráulica e Irrigação, a pesquisa "Influência
da Adubação e Irrigação sobre o capim Mombaça",
desenvolvida na cidade de Iacri, na região oeste do Estado de
São Paulo, mostrou que para obter uma maior produção
por hectare, é preciso investir em tecnologia. "O objetivo
dessa pesquisa é tornar a pecuária mais atrativa para
os produtores. A ausência de tecnologia tem provocado baixa produção
de carne e leite na região, o que tem levado muitos produtores
a optarem por outras alternativas de uso do solo, como a cultura de
cana-de-açúcar. Para evitar que isso aconteça,
é preciso investir em tecnologia para garantir uma maior rentabilidade
da pecuária", afirma o autor da pesquisa, Paulo Gargantini.
Para provar a rentabilidade da pecuária, o Engenheiro Agrônomo
utilizou um capim altamente produtivo e que responde bem a adubação
e a irrigação. " Utilizei várias lâminas
crescentes de água e várias dosagens de adubo, para tentar
obter quantidade ideal para garantir um capim com qualidade e com boa
rentabilidade", disse Gargantini.
A pesquisa concluiu que a adubação e a irrigação
aumentaram, e muito, a produtividade do capim Mombaça, "
Com a adubação, por exemplo, obtivemos uma melhora significativa
da forragem, principalmente nessa região, que tem luminosidade
e temperatura alta na maior parte do anoe deficiência hídrica
em alguns períodos", afirma Gargantini.
Já com a irrigação, segundo o pesquisador, é
possível diminuir a estacionalidade de produção
do capim, deixando-a mais uniforme. "Existem períodos em
que o capim produz mais e em outros menos. Essa região é
quente e com boa luminosidade. E o principal motivo da queda de produção
do capim é a falta de água. Com a irrigação
conseguimos que o capim produza o ano inteiro. Garantindo o aumento
de capim por hectare, e melhorando sua qualidade com adubação,
aumentamos também a produção do rebanho",
explica Gargantini.
Com
o uso combinado de irrigação e nitrogênio a pesquisa
concluiu que pode se chegar à 127 quilos de matéria seca
por hectare por dia, para pastejo nos meses de outubro e novembro. As
diferenças em termos de produção de matéria
seca entre capim irrigado e não irrigado pode chegar à
447% no incremento da produção.
A
técnica utilizada na pesquisa, segundo o Engenheiro Agrônomo,
já é utilizada por alguns produtores da região.
Só que a maioria não se fundamentou em nenhuma pesquisa.
" Esse também foi um dos principais objetivos desse estudo.
Muitos produtores irrigam a produção na hora que bem entendem,
e em quantidade que nem sempre é a ideal. A pesquisa oferece
tecnologia ao produtor que já trabalha com essa técnica,
mas sem embasamento teórico", finaliza Gargantini.
|