A escassez de de chuvas nos últimos meses está
afetando o reservatório, da Usina de Água Vermelha, no Rio Grande, localizada no município
de Ouroeste, a 50 km de Fernandópolis. O nível do reservatório que deveria estar praticamente
cheio, hoje está com apenas 28 % de sua capacidade. Em fevereiro chegou nível crítico de 23%.
Em fevereiro, quando lançou um plano de reflorestamento das margens do Rio Grande, os diretores da AES Rio
Grande, José Cherem Pinto, desmentia boatos de que a redução do reservatório seria
uma estratégia para que, através de nova tecnologia a usina operasse com metade da capacidade do
reservatório e manifestava preocupação com o quadro atual.
Segundo Cherem, no histórico da Usina de Água Vermelha, esse é o pior período dos últimos
23 anos, devido a uma sequência de períodoss de seca. Na barragem, o nível da água está
6 metros abaixo do normal. Em alguns pontos mais planos, a margem do rio chegou a recuar cerca de 500 metros. Isso
prejudicou o lazer em área de ranchos, como no Pádua Diniz, um dos braços do rio Grande mais
afetados pelo baixo nível do reservatório.
O eng. eletro-eletrônico, Ademir de Faveri, revelou que a Usina vem adotando algumas medidas, como por exemplo,
desligar três das seis turbinas de madrugada, no horário de folga de produção de energia,
para economizar água. Segundo ele, o quadro sobre eventual risco de racionamento de energia deve ficar mais
claro a partir de maio, em que pede o governo já estudar medidas. A expectativa é de que ainda possa
chover com mais intensidade nas cabeceiras do rio Grande para melhorar o nível do reservatório. "Esperamos
atingir pelo menos 60% da cota normal", comentou o engenheiro.
A situação é mais crítica no reservatório de Ilha Solteira, onde o nível
do reservatório atingiu a cota mais baixa dos últimos anos: 14%. No Estado de Minas Gerais, já
existe pedido das empresas geradoras de energia para reduzir o consumo em 5% para que o sistema elétrico
não entre em colapso.
O Operador Nacional de Sistema (ONS) já entregou ao governo em relatório com 23 sugestões
de medidas que podem ser adotadas para reduzir o consumo de energia elétrica no período de seca,
que vai de maio a novembro. O ONS revela que o nível dos reservatórios da região sudeste continua
em queda e que, se não ocorrer uma recuperação nos próximos meses, haverá necessidade
de reduzir o consumo de energia em 12%.
Trimestre registra chuva abaixo da média.
O primeiro trimestre do ano que está terminando hoje
registra um dos mais baixos índices de chuva dos últimos 30 anos, atingindo 398,2 mm (cada milímetro
corresponde a um litro d´água por metro quadrado). Em igual período do ano passado, o índice
foi de 1.200,4 mm.
Técnicos em meteorologia revelam que a situação registrada em 2000 foi atípica, já
que o índice de chuva foi equivalente ao que costuma chover ao longo do ano.
Já o índice deste ano é um dos mais baixos nos últimos 30 anos, já que a média
regional de chuva no trimestre gira em torno de 550 a 600 mm e este ano choveu apenas 398 mm.
O mês de março está terminando hoje e registra índice de chuva comparável à
média dos últimos anos. Até ontem o setor pluviométrico da Cati/Regional de Fernandópolis
havia registrado no ano passado, que foi de 230,8 mm.
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