CHOQUE DE CULTURAS Luiz Carlos Floriano |
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intercâmbio de informações entre produtores e pesquisadores
foi o ponto alto da visita técnica, que teve como líder
o agrônomo Waldir B. Fernandes Junior, de origem riopretense que
atualmente realiza curso de doutorado na renomada universidade americana.
Na região, o grupo Gators Club (um clube de alunos e professores
que promove eventos e excursões técnicas) recebeu apoio
logístico do ex-presidente do Rotary Clube Antonio Conde, do professor
da UNESP
de Ilha Solteira
Dr. Fernando Tangerino Hernandez, e do secretário da Agricultura de Jales, engenheiro agrônomo Luiz Carlos Floriano. O grupo de visitantes, integrado por americanos e estudiosos oriundos do México, Tailândia, Egito e Índia visitou a empresa rural Uvas Gouveia, onde conheceram todas as fases do processo produtivo das uvas finas de mesa. Na ocasião, o proprietário Durvalino Gouveia desdobrou-se para responder às centenas de questionamentos oriundas de economistas, fisiologistas e nutricionistas vegetais. O abortamento prematuro de bagas, uma anormalidade constatada na maioria das parreiras nesta safra, acabou sendo o centro das discussões, sendo várias as sugestões de diagnose e recomendações. Outra propriedade visitada foi a Agropecuária Costa Mello, um dos maiores produtores e processadores de limão do Brasil, sendo recebidos pelo proprietário Ernestino Costa Melo e pelo consultor Antonio Augusto Fracaro. O moderno packing house e a área produtiva de tangerina foram objeto de visita e questionamentos. Outro lado interessante deste intercâmbio, além do aspecto técnico, mostra a outra vertente do turismo regional (o turismo técnico ou de negócios), e vem fortalecer o denominado Complexo Agroturístico Jataí-Barra Bonita, alvo de projeto específico da Secretaria da Agricultura do Município. O choque de culturas também pôde ser notado, a partir do próprio financiamento da excursão que mostra um diferencial no nível de desprendimento e organização dos americanos: os dólares necessários para as passagens aéreas e deslocamentos e estadia no Brasil foram conseguidos em sua maioria pela venda de laranjas, doadas aos estudantes pelos citricultores da Flórida, na época do Natal. Os próprios estudantes venderam as frutas a famílias americanas, arrecadando o montante necessário para a viagem. O grupo permaneceu na nossa região durante o dia todo, dirigindo-se à noite para São José do Rio Preto, partindo no dia seguinte, para um roteiro que inclui Botucatu, Piracicaba, Jaboticabal e outros estados, como o Rio de Janeiro, permanecendo no Brasil por uma semana. |
Jornal de Jales, Número 1.948, 12 de maio de 2002, p.1.05 |
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