GRUPO ESTUDO USO E 
OCUPAÇÃO DO SOLO


Um grupo de 22 profissionais, que atua na área do meio ambiente pela empresa Ecolab (Estratégias Ambientais), incluindo engenheiros agrônomos, biólogos, geógrafos e químicos, está desenvolvendo estudo do uso e ocupação do solo na região, em uma área de 7 mil km.
Entre eles, está o jalesense Renato César Pereira, que é mestre em química e doutorado em gestão ambiental pela Unicamp e é o diretor-presidente da empresa. Segundo ele, os técnicos estão fazendo um levantamentno da região, mais especificamente no reservatório de Ilha Solteira, Jupiá e Três Irmãos, que compreende a Bacia Hidrográfica do Rio Paraná.
"É um convênio com a Fundação Brasileira para Desenvolvimento Sustentável, que é ligada à Cesp. A instituição empreitou entre a Ecolab e a Unicamp e estamos monitorando a área com pesquisas in loco (no campo) e auxílio de fotos de satélite", explica.
A principal preocupação das entidades envolvidas é o assoreamento do rio Paraná, processo que vem aumentando nos últimos anos. "A gente vê pelas fotos de satélite que está ocorrendo um assoreamento muito rápido do rio", fala.
Renato explica que está sendo feito um levantamento em torno de 10 km do rio. "Desde a cabeceira dos rios Grande e Paraníba, que formam o Paraná, para verificar como está sendo a ocupação do solo, que tipo de vegetação - e a morfologia também, para completar estes estudos ver a que conclusão se chega", afirma. Já foram percorridos, por terra, mais de 3 mil km e por água, mais de 1.000.
Na verdade, o estudo atinge 4 estados: Goiás, a partir da Usina de São Simão, o Guaporé, que, segundo ele, pelo satélite constatou-se uma área muito devastada, Mato Grosso do Sul, São Paulo e Minas Gerais.
No lado paulista, atingindo a região, o levantamento já apontou que a situação já é preocupante. "Por exemplo, o tipo de agricultura adotada. O algodão deve ser plantado na época de chuvas e o solo fica descoberto, o que provoca a erosão. Há pontos críticos, como perto do Porto Amaral. Conversamos com pescadores, que a pesca era o cascudo, nas pedreiras, e de acordo com relato deles, regiões que tinham 5 metros de profundidade, hoje se passa andando", relata Pereira.
Na concepção dos profissionais envolvidos, o problema só seria superado com um reeducação da população, além de medidas como reconstituir a mata ciliar do rio.
"Inclusive eu tinha em mente promover palestras de educação ambiental, apesar de constatar que não há tempo hábil para isto. Por outro lado, eu acredito que o turismo é um potencial na região a ser explorado, porém isso deve acontecer de maneira consciente porque tem todo um ecossistema envolvido", completa.
O levantamento de dados vai até o final de fevereiro e para março, estão previstos a tabulação e entrega do relatório.
   

Jornal de Jales - no 1.834 - 13 de fevereiro de 2000, p. 1-12