Lideranças
do setor frutícola de Jales e região estiveram reunidos na terça-feira, dia 16, na rede da
Cooperativa Jales. A pauta da reunião foi basicamente a necessidade de uma ampla mobilização
dos produtores rurais de Jales e reunião foi basicamente a necessidade de uma ampla mobilização
dos produtores rurais de Jales e região para que se consigam expressar e solucionar suas mais urgentes dificuldades.
A primeira reunião do grupo para tratar de assuntos como
o grave endividamento da classe produtora, principalmente de uva, aconteceu no dia 11. Mas o que realmente rendeu,
segundo o presidente da Cooperativa Jales, Yukimitsu Yoshida, foi sua presença no lançamento do Canal
de Irrigação em Estrela d' Oeste no sábado, dia 13, na presença do deputado federal
Vadão Gomes e dos deputados estaduais Edson Gomes e Valdomiro Lopes, todos do PPB.
Depois do pronunciamento do presidente da Cooperativa, que
explicitou as dificuldades pelas quais os produtores estão pasando e as necessidade de medidas como o alongamento
das dívidas, Vadão pediu que fosse elaborado um documento contendo as causas de tal situação
e as reivindicações mais urgentes.
Com a presença do prefeito municipal, José
Carlos Guisso, do presidente da Câmara, José Eduardo Candeo (PSDB), dos vereadores Flávio Prandi
Franco (PFL) e Jediel Zacarias (PMDB), produtores da região e demais lideranças, houve nova reunião
no dia 16, na sede da Cooperativa Jales.
O secretário municipal da Agricultura, Luís
Carlos Floriano da Silva e o presidente da Cooperativa, Yukimitsu Yoshida, falaram do principal problema da classe
que são as dívidas bancárias e sugeriram a formação de grupos de mobilização
para que seja iniciado o trabalho o mais rápido possível. "Não queremos o perdão
das dívidas e sim um alongamento dos prazos para que possamos pagar", disse Yoshida.
No meio da reunião, um produtor de uva desabafou:
" a cada dia que passa me sinto mais pobre. Mal quitamos um financiamento e já estamos entrando em
outro". Durante as discussões, foi admitida a falta de competitividade da uva desta região em
virtude do preço e da falta de divulgação do produto. "Não temos crédito
para investimentos como os produtores do Nordeste", desabafa Yoshida. "Precisamos repensar nosso modo
de fazer uva", diz Luís Carlos.
Um grande exemplo da falta de marketing da uva de Jales,
foi a não inclusão da região no Mapeamento da Fruticultura Brasileira divulgado pelo Ministério
da Agricultura no ano passado. Segundo o prefeito Guisso, o que lhe foi alegado é que não havia nenhuma
informação sobre a fruticultura de Jales, mas a partir deste ano, de acordo com carta circular do
Banco Central enviada ao prefeito, a cidade será um dos polos do Mapeamento.
Para a viabilização do documento a ser enviado
ao deputado Vadão, foram montados grupos para a divisão do trabalho que, por sinal, não é
pouco. O documento terá que conter, além do que foi citado, dados que confirmam a grande importância
da fruticultura nesta região, que produz 500 mil toneladas de fruta e envolve aproximadamente 22 municípios,
gerando cerca de 14 mil empregos diretos e 42 mil indiretos.
Para formular o documento foi montado o grupo de redação
formado por Manoel Martins de Matos, José Joaquim Garcia, Wilson Gilberto Donda, Wilson Kitayama, Neli Meneguini
Nogueira, Luís Carlos Folriano, Luís Carlos Gonzaga e Fernando José Pereira.
Os demais produtores rurais de toda a região serão
convidados a fazer parte do movimento, já que quanto maior a adesão, maior será a possibilidade
de conseguir a solução dos problemas. " Uma das causas da situação é a
desorganização da classe produtora que não se une para alcançar benefícios para
todos", explica Luís Carlos.
O grupo de articulação formado por Denise
Garcia, Eduardo Akamatsu, Wilson Kitayama, Nilton Marques de Oliveira, Celso Yaoita, João Benito e José
Jorge Molina, será o responsável pela propagação do movimento foi entitulado "Programa
de Revitalização da Fruticultura".
A imprensa, um dos segmentos que estão apoiando a
classe, e os deputados, estão sendo contactados pelo grupo de liderança formado provisoriamente por
Yukimitsu Yoshida, Wilson Donda, Luís Carlos Floriano, José Candeo, Manuel Matos e Fernando José
Pereira.
HIDROSTUDIO APRESENTA PROJETO DO CANAL
A empresa
de engenharia contratada para realizar estudos de viabilidade sócio-econômica do Canal de Irrigação,
Hidrostudio Engenharia, apresentou o projeto oficial no encontro realizado sábado, dia 13, na Câmara
Municipal de Estrela d'Oeste, prevendo a criação de 400 mil empregos diretos e indiretos na região
no período de 20 anos.
Na reunião onde estiveram presentes representantes
de 22 municípios ligados ao Cindagri (Consórcio Intermunicipal de Desenvolvimento Agroindustrial),
deputados, engenheiros e líderes de produtores rurais, também foi apresentado o custo estimado das
obras, que gira em torno de 282,6 milhões e sugestões para as culturas que poderão ser ampliadas
com a irrigação de 52 mil hectares.
Segundo o engenheiro Aluisio Pardo Canholi, diretor da empresa,
a região poderá atingir a renda líquida anual de R$100 milhões com a produção
de frutas como abacaxi, banana, uva, laranja, goiaba, manga e limão, além de palmito irrigado.
" A construção do canal será a
redenção da agricultura regional", disse o prefeito José Carlos Guisso.
O deputado federal Vadão Gomes, autor da idéia,
pretende levar as previsões ao Ministério do Meio Ambiente e Irrigação para reivindicar
a liberação de recursos, mas admite a possibilidade de buscá-los no exterior, principalmente
na Espanha, que demonstrou interesse em investir no canal e adquirir a produção agrícola da
região em 1991.
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