Os pesquisadores do IPEA explicam que valores estimados representam
as melhores aproximações
possíveis dos PIBs municipais, mas devem ser encarados dessa forma, ou seja, como aproximações,
especialmente devido às inevitáveis deficiências apresentadas por algumas das bases primárias
de dados a partir das quais as estimativas dos PIBs foram construídas.
O trabalho dos pesquisadores apresenta dois grandes destaques: 1) Em primeiro lugar, o uso de uma
metodologia única para todos os municípios da Federação, permitindo assim uma análise
comparativa da dinâmica econômica dessas unidades político-administrativas; e 2) Em segundo
lugar, a inovação na questão temporal, já que se estima o Produto dos municípios
para os anos de 1970, 1975, 1980, 1985, 1990 e 1996, dessa forma gerando a mais ampla base de dados sobre municípios
do país.
Segundo eles, a metodologia empregada envolve dois procedimentos distintos relacionados à disponibilidade
de dados - um, é o das estimativas de PIBs municipais com base em informações censitárias
do período 1970 a 1985 e outro é o com base em variáveis administrativas dos anos 1990 e 1996.
Os procedimentos para distribuir o valor dos PIBs estaduais pelos municípios podem ser divididos em dois
grupos, de acordo com a existência ou não dos Censos Econômicos. Os Censos Econômicos
foram usados, como principal fonte de informações, nas estimativas de 1970, 1975, 1980 e 1985. Para
as estimativas referentes aos anos de 1990 e 1996 foram usadas informações de Pesquisas Econômicas
e Registros Administrativos, exceto para 1996, quando pode-se dispor, também, do Censo Agropecuário.
A principal informação produzida pelos censos para o cálculo dos PIBs é a de Valor
Agregado dos três principais setores da economia: o agropecuário, o industrial e o de serviços,
para o referido período de 1970/75/80/85, em nível dos municípios.
"Esta informação tem um papel de extrema relevância para o desenvolvimento dos produtos
internos municipais, pois é dela que resultará nossas estimativas municipais.", registram os
pesquisadores.
Eles explicam que a tarefa inicial do trabalho foi obter os valores agregados de cada um dos setores de atividades
e ao final agregá-los em conformidade com as regras conceituais para elaboração de Contas
Nacionais.
Neste sentido, os pesquisadores esclarecem que a metodologia referente à estimativa do Produto Bruto dos
Municípios brasileiros adotada no trabalho segue, em linhas gerais, aquela mesma utilizada pela Fundação
IBGE para o Cálculo do PIB dos Estados do Brasil: "procurou-se, de fato, calcular o PIB dos municípios
a custo de fatores, respeitando, ao máximo, a metodologia desta instituição",
contextualizam.
Dispondo das estimativas do PIB dos Estados e do PIB do Brasil, para o período - 1970 a 1993 - disponibilizadas,
até o ano de 1985, pelo IBGE, e a partir de 1990 pela equipe do IPEA, procurou-se calcular as participações
de cada Estado no total do Brasil. Estas participações estaduais foram multiplicadas pelos respectivos
PIBs em cada ano e dolarizadas, em seguida, por valores de PIB atualizados para o ano de 1998 (US$ 1,00 de 1998)
fornecidos pelo Banco Central do Brasil, obtendo-se assim os PIBs dos Estados em dólar, e por rebatimento,
calculou-se o Produto dos municípios, também em dólar de 1998.
PIB de Jales é de R$ 476,2 milhões
A partir da metodologia utilizada pelo Instituto de Pesquisa Econômica Aplicada (IPEA), através da
Diretoria de Estudos Regionais e Urbanos, desenvolvida pelos professores-doutores José Raimundo de Oliveira
Vergolino e Gustavo Maria Gomes, ambos Ph.D em Economia nos Estados Unidos, e Aristides Monteiro Neto, mestre em
Economia, foi possível levantar o PIB de Jales.
O estudo apontou que o PIB de Jales, no ano passado, ficou em torno de R$ 476,2 milhões. Em Agronegócios,
o valor atingiu R$ 185.7 milhões, correspodendo a 39% da receita anual e em Agropecurária, R$ 55,71
milhões, equivalente a 30% do total.
O cálculo foi realizado a partir da renda per capita da população do Estado de São
Paulo, obtida mediante divisão do PIB do Estado, R$ 381 bilhões - pelo número de habitantes
- 36.966.00.
A renda per capita individual obtida - cerca de R$ 10.307,00 foi multiplicada pelo número de habitantes
da cidade - 46.200, resultando nos R$ 476.183.400,00.
Jornal de Jales, nº 1908, 22 de julho
de 2001, p. 1.11
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