PRESIDENTE DA EMBRAPA
DIZ QUE CULTIVAR UVAS SEM SEMENTES |
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O
lançamento de três variedades de uvas sem sementes, desenvolvidas
pela Estação Experimental de Viticultura Tropical de Jales
é um evento de repercussão nacional pois as mesmas poderão
ser desenvolvidas em outras regiões do país, de clima
semelhante e com custos menores que outras variedades produzidas na
região. |
UMA
REVOLUÇÃO NA VITICULTURA MUNDIAL |
As
uvas sem sementes desenvolvidas para cultivo em regiões de clima
tropical vão representar uma revolução na viticultura
mundial, com o Brasil se consolidando como um grande produtor de uvas
de mesa. A afirmação foi feita pelo chefe da Embrapa Uva
e Vinho de Bento Gonçalves, José Fernando da Silva Protas,
ao receber o título de cidadão jalesense pelos serviços
prestados aos viticultores, com benefícios para a economia do
municípío, através do trabalho desenvolvido pela
Estação Experimental de Viticultura Tropical. A entrega
do título aconteceu na sessão especial do dia 19, antes
do lançamento das três variedades pesquisadas em Jales. "A qualidade das uvas que estão sendo lançadas, com sua adaptação às condições tropicais brasileiras, não deixam dúvida nenhuma, nosso espaço nos mercados interno e externo", disse Protas. Ele afirmou ao Jornal de Jales que boa parte do seu entusiasmo como brasileiro, técnico e pesquisador se deve ao projeto da embrapa desenvolvido na região de Jales. Agora, como cidadão jalesense, se sente ainda mais motivado para continuar lutando pela viticultura brasileira, onde Jales tem o seu espaço que se consolida, com as variedades sem sementes, como um grande pólo prudutor de uvas do país. |
RECOMENDAÇÕES
SANITÁRIAS PARA A IMPLANTAÇÃO DE PARREIRAIS COM
AS NOVAS CULTIVARES DE UVAS SEM SEMENTES |
As
novas cultivares de uvas sem sementes lançadas pela Embrapa Uva
e Vinho no último dia 19 - BRS Clara, BRS Morena e BRS Linda
- apresentam-se como alternativas promissoras para viticultura de mesa
em clima tropical, principalmente para a região de Jales, onde
os viticultores estão desestimulados com a atividade devido aos
altos custos de produção e aos baixos preços de
mercado de cultivares tradicionais, como a Itália, Rubi, Benitaka
e Brasil. No entanto, para garantir a produtividade e a qualidade da
produção das novas cultivares, o produtor deverá
ficar atento às recomendações técnicas. A sanidade do material vegetal é um dos fatores determinantes da produtividade. O material de propagação das cultivares sem sementes que serão comercializados pela Embrapa Transferência de Tecnologia, borbulhas e prota-enxertos, terão a sanidade garantida, ou seja, serão livres de viroses. Assim, caso o produtor opte pela compra apenas das borbulhas, deverá adquirir porta-enxertos de viveiristas que multipliquem material sadio sob fiscalização dos órgãos oficiais. A manutenção dos porta-enxertos originais, embora permita a substituição rápida da variedade copa sem interrupção de um ano de produção, oferece grandes riscos, pois se o porta-enxerto estiver infectado, a nova copa também será contaminada. Dessa forma, quando não se tiver a garantia da sanidade do mateiral original, é recomendável o arranquio das plantas e plantio de novo porta-enxertos sadios para serem enxertados com grafos sadios. É importante ressaltar que não é possível fazer o controle químico das viroses no campo, sendo a aquisição de material de propagação (porta-enxerto e copa) livre de vírus o único modo seguro de se implantar um vinhedo sadio. Sendo assim, é de fundamental importância a idoneidade da origem do material propagativo, pois, no momento da aquisição, dificilmente o material infectado apresentará quaisquer sintomas. Somente com o desenvolvimento das plantas no vinhedo é que o produtor vai se dar conta que adquiriu material contaminado. Além dos cuidados com as virores, é importante salientar que as novas cultivares de uvas sem sementes têm comportamento similar à cv. Itália em relação às principais doenças fúngicas que atacam a videira, como o míldico (plamopara viticola) e oídio (Unicula necator), devendo-se tomar os devidos cuidados para evitar os danos causados por essas doenças. Rosemeire de Lellis Naves - Engenheira Agrônoma, doutora em Fitopatologia e Pesquisadora da Embrapa Uva e Vinho/Estação Experimental de Viticultura Tropical, Jales - SP |
Jornal
de Jales, Jales - SP, nº 2.032, 28 de Dezembro de 2003, p. 1-11. |
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