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Distribuição de chuva é irregular no Noroeste Paulista e na média da região choveu 93% do esperado
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O ano de 2018 começou com chuvas intensas e volumosas no Noroeste Paulista, mas irregulares entre os municípios da região, chovendo em média 361 mm, que representa 93% do esperado historicamente para os meses de janeiro e fevereiro, quando se tem a expectativa de chuvas de 390 mm, é o que informa o Canal Clima da UNESP Ilha Solteira a partir dos registros da Rede Agrometeorológica do Noroeste Paulista, operada pela Área de Hidráulica e Irrigação da UNESP Ilha Solteira. Em 2017, foram 397 mm nos dois primeiros meses do ano.
Até o momento, o maior volume de chuvas acumulado ficou com Pereira Barreto, que em sua parte Noroeste (Estação Santa Adélia registrou 425 mm (31% superior ao esperado) e às margens do rio Tietê já choveu 385 mm – também superior ao esperado em 6%. Já em Itapura, no encontro dos rios Tietê com Paraná foi onde menos choveu na região, apenas 285 mm (26% à menos que o esperado para janeiro e fevereiro). O mapa anexo ilustra esta situação da variação das chuvas na região, com destaque para o volume esperado e o ocorrido em 2017 e 2018.
Irregularidade das chuvas e uso de sistemas de irrigação
A irregularidade das chuvas, é destacada pelo Professor Dr. Fernando Braz Tangerino Hernandez, da Área de Hidráulica e Irrigação da UNESP Ilha Solteira que informa que “devemos sempre ter atenção para a escala que estamos analisando, pois, enquanto a evapotranspiração tem uma menor dispersão dentro de uma mesma região, a frequência de ocorrência das chuvas convectivas tem aumentada, o que significa que a dispersão na intensidade, no volume e no espaço de tempo que as chuvas ocorrem, tem sido grande. Veja o caso do Noroeste Paulista, ainda que em média 93% da chuva esperada tenha ocorrido, exatamente onde mais choveu – Pereira Barreto – o município ficou 17 dias sem chuvas nestes quase dois primeiros meses de 2018. Na prática, os produtores de culturas anuais, como milho e soja, com sistema radicular menos profundos, tiveram que ligar os seus sistemas de irrigação para garantir a produtividade elevada, pois a taxa média de evapotranspiração de 4,0 mm/dia na região, esgotou a água armazenada no solo”. Neste momento, o Noroeste Paulista convive com 3 dias sem chuvas na maior parte da região e 13 dias sem chuvas em Populina.
Intensidade das chuvas
O Professor Fernando Tangerino destaca também “que é preciso ter a compreensão sobre volume e intensidade das chuvas, Enquanto que o volume de chuvas é medido em milímetros e serve para o armazenamento de água no solo, em represas e também o lençol freático e garantir a segurança hídrica, a intensidade de chuva, medida em mm/hora, é importante para o planejamento de estruturas de contenção e condução de água, como por exemplo curvas de nível, terraços no campo, ou ainda, nas cidades, o dimensionamento de bueiros, galerias pluviais, canais ou tubulações de escoamento de água. Um planejamento inadequado de estruturas de captação, condução e armazenamento de água, pode resultar em grandes transtornos à sociedade”.
Este foi o caso da chuva de 31 de janeiro em Ilha Solteira, que fechou dois do quatro acessos à cidade devido à inundação de rodovias, quando volume e intensidade de chuva ocorreram simultaneamente.
O Canal Clima da UNESP Ilha Solteira informa que o volume de chuva neste dia foi de 93 mm, muito alto, tendo ocorrido em apenas outras quatro vezes (25/01/2004 = 119 mm, 13/01/2008 = 120 mm, 20/03/2008 e 22/12/2008 = 94 mm e em 12/01/2013 = 132 mm), mas a intensidade da chuva também foi muito alta, registrando 62 mm em apenas uma hora, situação rara de acontecer, em que a intensidade de chuva superior à 62 mm/hora foi registrada em apenas três dias em Ilha Solteira, (em 21/12/2007 = 63 mm/h, 01/03/2010 = 67 mm/h e em 12/01/2013 = 85 mm/h), conforme os registros da Rede Agrometeorológica do Noroeste Paulista.
Detalhes sobre as condições do tempo no Noroeste Paulista, o Internauta confere no Canal CLIMA da UNESP a partir de http://clima.feis.unesp.br
Consulta ao monitoramento climático na região Noroeste Paulista
A Rede Agrometeorológica do Noroeste Paulista monitora o tempo na região através de registros feitos à cada 10 segundos – chamado de tempo de varredura – e disponibiliza as variáveis climáticas em tempo real e também toda a base histórica de forma livre e gratuita no Canal Clima da UNESP Ilha Solteira(http://clima.feis.unesp.br) com atualização dos dados, gráficos, mapas e tabelas a cada cinco minutos.
Este monitoramento permite à sociedade acompanhar não somente as variações do tempo, mas também conhecer e entender os transtornos causados pelos eventos climáticos extremos, como por exemplo as inundações ou uma seca prolongada, ou ainda, a queda de produtividade na citricultura causadas por temperaturas elevadas.
De acordo com o Google Analytics, em 2017 foras registradas 41.758 sessões, 11.683 Usuários que fizeram 253.632 visualizações de páginas (694 visualizações diárias), com 6,1 páginas por sessão com duração média da sessão de 10 minutos e 29 segundos.
Agora (12:15 horas – http://clima.feis.unesp.br/sobrepor/temp_umr.php) não há chuvas no Noroeste Paulista e a temperatura varia entre 28,7ºC em Pereira Barreto e 30,5º em Sud Mennucci, ambas às margens do rio Tietê.
Jornal Dia a Dia, 24 de Fevereiro de 2018
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