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QUASE SEIS MESES DE SECA NO NOROESTE PAULISTA; IRRIGAÇÃO GARANTE PRODUTIVIDADE
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Chegamos ao dia 25 de setembro e já são 140 dias sem chuva em Ilha Solteira e 174 dias em Marinópolis também na região noroeste paulista, com efeitos tanto no campo como na população, em uma situação em que a umidade relativa do ar atinge níveis críticos e cuidados devem ser tomados de maneira a evitar problemas respiratórios e de pele nesta época de extremos.
Nesta época as pastagens é a parte mais visível da estiagem pronunciada, com grandes áreas na região, ao passar pelas estradas, o cenário típico de deserto, com folhas secas e muitas vezes após a ocorrência de incêndios traz desolação e tristeza. Por outro lado, a utilização de equipamentos de irrigação, é uma alternativa que garante o plantio e a manutenção de altas produtividades nas diferentes culturas, diminuindo a dependência dos fatores climáticos naturais, evitando perdas de produtividade ou qualidade dos produtos agrícolas.
Para o professor Fernando Braz Tangerino Hernandez, da Área de Hidráulica e Irrigação da UNESP Ilha Solteira, “o noroeste paulista reúne as melhores condições para se fazer uma agricultura de alto nível, em função do inverno ameno, solos adequados e a infraestrutura de energia e transporte garante o escoamento da produção. Contudo, são 8 meses de déficit hídrico anual, variando apenas a sua intensidade a cada ano. Assim, se desejarmos garantia da produtividade e plantio o ano todo, o uso da irrigação é obrigatório”.
A região noroeste paulista tem uma área irrigada bem aquém do seu potencial, mas pivôs centrais irrigam atualmente milho, feijão, cana, pastagem e também citros passou a contar com estes equipamentos na região. Sistemas localizados garantem a produção de uvas, citros, seringueira, hortaliças e frutas diversas, enquanto que a produção de leite em pequenas propriedade tem sido garantida por sistemas de irrigação por aspersão em faixa.
Além da garantia da produção, o verde das plantas sob irrigação estabelece o contraste com o cenário de seca da maioria dos solos.
A reposição de água ao solo para atender as demandas das plantas é feita através da estimativa da evapotranspiração, que ontem foi de 6,2 mm/dia e em setembro registra-se a evapotranspiração média de 5,1 mm/dia, muito superior aos 3,6 mm/dia que foi a média de setembro do ano passado, quando no mês já havia chovido 183 mm.
Com a combinação de altas temperaturas e baixas umidades se faz necessária atenção especial em relação à saúde, evitando-se atividades ao ar livre nos períodos mais quentes do dia e hidratando sempre que possível, é recomendável também a utilização de umidificadores de ar, ou mesmo o umedecimento do piso com pano, utilização de uma toalha molhada no quarto durante a noite, ou outra atitude que ajude a aumentar um pouco a umidade, para criar um micro ambiente mais favorável para os sistemas respiratórios.
Segundo dados da Área de Hidráulica e Irrigação da UNESP Ilha Solteira até o presente dia (21) de setembro, houveram apenas 5 dias em que a umidade relativa não alcançou, pelo menos em alguma parte do dia, níveis inferiores a 30%, situação considerada de atenção, mostrando a gravidade da seca em que nos encontramos.
Fonte: http://folhanoroeste.blogspot.com/2010/09/quase-seis-meses-de-seca-no-noroeste.html
Folha do Noroeste, 25 de setembro de 2010
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