A
região da Nova Alta Paulista encontra-se em situação
de extremo privilégio no contexto estadual. Detentora de clima
e solo favoráveis à implantação de uma agricultura
moderna, tanto para o cultivo de hortaliças e frutas como para
cereais, possui fontes de água para irrigar suas terras e conta
com bons meios de transporte para escoar sua produção.
Não obstante apresenta ainda um modelo agrícola ultrapassado
para a região e para a conjuntura atual.
A predominância atual da pecuária contraria tanto a função
social da terra, geração de empregos, como a lógica
econômica: alto preço da terra para esse tipo de atividade,
de produtividade míníma. A parca distribuição
de renda é consequência dessa prática. No entanto,
a também prodominância de pequenas propriedades ainda não
percebida do ponto de vista do modelo agrícola.
A pequena propriedade pode fazer a opção pela horticultura,
qual seja, a produção de frutas e hortaliças com
alto rendimento por área, geração de empregos e
no campo, pricipalmente, em fluxo de caixa rápido e intenso,
no caso das hortaliças.
Pegando o exemplo da alface nos primeiros três meses do ano. O
produtor foi remunerado em R$ 1,00 o maço dessa hortaliça.
Em uma estufa de 156 m2, pode se ter por volta de 800 maços comercializáveis,
portanto um rendimento bastante alto pela quantidade de área
envolvida e principalmente pelo pouco tempo, 20 dias de viveiro para
formação das mudas e entre 20 a 30 dias de cultivo nas
estufas. A partir de maio é a vez do pepino, entre outros.
O trato moderno da terra, a colheita na época de bons preços,
aliados à irrigação permitem tal lucratividade.
Opções de escolha do que plantar se incluem entre os benefícios
da irrigação. Que alarga horizontes, gera mais empregos
e mais renda aquecimento da agroindústria ou do "agrobusiness"
como um todo e seus efeitos benéficos na lucratividade do setor.
Agricultores e pecuaristas devem começar a deixar esse cômoda
posição atual para assumirem a de empresários rurais.
A região Noroeste do estado parece estar acordando, pois negócios
que incorporam à região cerca de 900 hectares irrigados
foram fechados em 1994, atestando essa modernização. Esses
novos empresários rurais, não mais apenas agricultores
e pecuaristas, ao colherem os lucros de sua ousadia, estarão
servindo de modelo e a seus pares. |
Jornal
Regional, Dracena/SP, Ano VIII, nº 1079, 03 de Junho de 1995. |