PESQUISA ESTUDA BESOURO QUE ATACA FLORESTAS IMPLANTADAS

Responsáveis pela maior parte dos danos causados às florestas implantadas, ou seja, reflorestamentos e reservas destinadas à extração comercial de madeira, os besouros-broca deixaram de ser uma praga predominante dos países do hemisfério norte. Pertencentes à família Scolytidae, esses besouros podem também ser encontrados em florestas novas no Brasil. É o que afirma o entomólogo (especialista em insetos) e docente da Unesp de Ilha Solteira, Carlos Alberto Hector Flechtmann, um dos principais especialistas sul-americanos em pragas florestais.
Ele explica que a implantação de florestas no Brasil é recente, e por isso, a praga, característica de florestas novas, era pouco conhecida.
Flechtmann é um dos responsáveis pelo estudo do Scolytidae, desenvolvido há mais de 10 anos. O trabalho envolveu várias etapas, desde a identificação do besouro e acompanhamento do seu ciclo, até os danos causados às florestas e as medidas de controle da praga. As pesquisas recebem apoio de empresas florestais, da Fapesp e do CNPq, além de instituições de ensino no Brasil e no exterior. “Já foi possível acumular informações suficientes para indicar os melhores métodos de se monitorar e as medidas mais adequadas de controle dessas pragas”, revela o pesquisador.
De acordo com o especialista, os besouros atacam árvores e arbustos de florestas novas, construindo buracos nos seus troncos para o depósito de ovos. Nessas “galerias” nascem as larvas, que se alimentam de material da própria planta. “Essa ação pode levar as árvores atacadas à morte”, afirma. Uma árvore afetada pode ser reconhecida pelos buracos no tronco, além da serragem causada pela escavação feita na madeira. Em alguns casos, a coloração das folhas muda ou a copa inteira da árvore seca, o que pode ser observado por vistorias aéreas nas áreas reflorestadas.

Jornal Regional, Dracena, 24 de Maio de 2003, p. 04



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